sexta-feira, 19 de outubro de 2012

HÁ VIDA APÓS A MORTE?


 

 

Há vida após a morte?



 
Há vida após a morte? A Bíblia nos diz: “O homem, nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação. Nasce como a flor e murcha; foge como a sombra e não permanece... Morrendo o homem, porventura tornará a viver” (Jó 14:1-2,14)?


Como Jó, quase todos nós já fomos desafiados por essa pergunta. O que exatamente acontece conosco depois que morremos? Simplesmente cessamos de existir? É a vida uma porta giratória de saída e volta para a terra para se alcançar grandiosidade pessoal? Todos vão para o mesmo lugar, ou vamos para lugares diferentes? Existem mesmo céu e inferno, ou são estes apenas um estado de consciência?


A Bíblia nos diz que não apenas há vida após a morte, mas vida eterna tão gloriosa que “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Coríntios 2:9). Jesus Cristo, Deus em carne, veio à terra para nos dar o dom da vida eterna. “Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53:5).


Jesus tomou para Si a punição que cada um de nós merece e sacrificou a Sua própria vida. Três dias depois, Ele provou que era vitorioso sobre a morte saindo da sepultura, em Espírito e carne. Ele permaneceu na terra por quarenta dias e foi visto por milhares antes de subir para a sua morada eterna nos céus. Romanos 4:25 diz: “O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.”


A ressurreição de Cristo foi um evento bem documentado. O apóstolo Paulo desafiou pessoas a questionarem testemunhas oculares sobre a sua validade, e ninguém foi capaz de contestar a verdade da ressurreição. A ressurreição é a pedra angular da fé Cristã; porque Cristo foi ressuscitado dos mortos, nós podemos ter fé de que nós, também, seremos ressuscitados.



Paulo admoestou alguns dos primeiros cristãos que não acreditavam nisso: “Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, então, Cristo não ressuscitou” (1 Coríntios 15:12-13).


Cristo foi apenas o primeiro de uma grande colheita daqueles que serão ressuscitados para a vida mais uma vez. A morte física veio através de um homem, Adão, do qual somos todos descendentes. Mas todos aqueles que foram adotados para a família de Deus através da fé em Jesus Cristo terão uma nova vida (1 Coríntios 15:20-22). Tal como Deus levantou o corpo de Jesus, assim serão os nossos corpos ressuscitados quando Jesus voltar (1 Coríntios 6:14).


Todos seremos, no final, ressuscitados, mas nem todos irão para o céu juntos. Uma escolha deve ser feita por cada pessoa nesta vida para determinar para onde ela vai na eternidade. A Bíblia diz que está marcado para que nós morramos uma vez, e após isso virá o julgamento (Hebreus 9:27). Aqueles que foram feitos justos irão para a vida eterna no céu, mas os incrédulos receberão punição eterna, ou inferno (Mateus 25:46).


O inferno, como o céu, não é apenas um estado de existência, mas um lugar literal, e muito real. É um lugar onde os injustos receberão incessante e eterna ira de Deus. Eles receberão tormento emocional, mental e físico, sofrendo conscientemente de vergonha, arrependimento e desgraça.


O inferno é descrito como um abismo sem fim (Lucas 8:31, Apocalipse 9:1), e um lago de fogo, queimando com enxofre, onde os seus habitantes serão atormentados dia e noite para todo o sempre (Apocalipse 20:10). No inferno haverá choro e ranger de dentes, indicando intensa tristeza e raiva (Mateus 13:42). É um lugar “onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga” (Marcos 9:48). Deus não tem prazer na morte dos ímpios, mas deseja que eles se voltem contra seus desejos pervertidos para que possam viver (Ezequiel 33:11). Mas Ele não irá nos forçar à submissão; se nós escolhermos rejeitá-lo, Ele tem pouca escolha a não ser nos dar o que nós queremos – uma vida longe Dele.

 


A vida na terra é um teste – uma preparação para o que há de vir. Para os crentes, é a vida eterna na presença imediata de Deus. Então, como nos tornamos justos e aptos a receber esta vida eterna? Há apenas um caminho – através da fé e confiança no Filho de Deus, Jesus Cristo. Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente” (João 11:25-26).


O dom gratuito da vida eterna está disponível para todos, mas requer que neguemos alguns prazeres do mundo e que nos sacrifiquemos para Deus. “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (João 3:36). Nós não teremos a oportunidade de nos arrependermos dos nossos pecados após a morte porque uma vez que nós estivermos face a face com Deus, não teremos escolha a não ser acreditar Nele. Ele quer que nos cheguemos a Ele em fé e amor agora. Se nós aceitarmos a morte de Jesus Cristo como pagamento pela nossa rebelião pecaminosa contra Deus, teremos garantida não só uma vida de significado na terra, mas também vida eterna na presença de Cristo.


Se você quer aceitar Jesus como seu Salvador, aqui está uma oração modelo. Lembre-se que fazer esta oração ou qualquer outra oração não irá salvar você. Apenas confiando em Cristo você pode ser salvo do seu pecado. Esta oração é simplesmente uma forma de expressar para Deus a sua fé Nele e agradecer por lhe dar a salvação. “Deus, eu sei que pequei contra Ti e mereço punição. Mas Jesus Cristo tomou a punição que eu mereço para que, através da fé Nele, eu pudesse ser perdoado. Eu me volto contra o meu pecado e ponho a minha fé em Ti para salvação. Obrigado por Tua graça e perdão maravilhosos – o dom da vida eterna! Amém!”


O que acontece depois da morte?"

 A pergunta a respeito do que acontece depois da morte pode ser confusa. A Bíblia não é explícita quanto ao momento exato no qual alguém vai alcançar seu destino eterno e final. A Bíblia nos diz que depois do momento da morte, a pessoa é conduzida ao Céu ou Inferno com base no fato de ter ou não recebido Cristo como seu Salvador. Para os crentes, o período após a morte significa estar ausente do corpo e presente com o Senhor (II Coríntios 5:6-8; Filipenses 1:23). Para os não crentes, o período após a morte significa punição eterna no Inferno (Lucas 16:22-23).


Exatamente neste ponto é que se faz confusa a questão a respeito dos acontecimentos depois a morte. Apocalipse 20:11-15 descreve todos os que estiverem no Inferno sendo lançados no lago de fogo. Os capítulos 21 e 22 de Apocalipse descrevem um Novo Céu e Nova Terra. Por isso, o que parece é que, a partir do momento após a morte até a ressurreição final, a pessoa reside em um Céu ou Inferno “temporários”. O destino final da pessoa não mudará, mas o “local” preciso no qual passará este destino mudará. Em algum momento depois da morte, os crentes serão enviados ao Novo Céu e Nova Terra (Apocalipse 21:1). Em algum momento depois da morte, os não crentes serão lançados no lago de fogo (Apocalipse 20:11-15). Estes são os destinos finais e eternos de todas as pessoas – totalmente baseados no fato de cada pessoa ter ou não confiado somente em Jesus Cristo para salvação de seus pecados.

 

                                   

                                         MINISTÉRIO PALAVRA VIVA

ANO VIII

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

OS CINCO MINISTÉRIOS


                    MINISTÉRIO PALAVRA VIVA

 

OS CINCO MINISTÉRIOS

 
Onde estão os cinco ministérios dentro da igreja? Sabe, eu fico observando algumas congregações e consigo perceber a existência das cinco funções em muitas delas. O único problema é que, na maioria das vezes, as pessoas não sabem que ali está um evangelista, um profeta ou um mestre, e nem mesmo aqueles que o são sabem disso. Há muitos homens e mulheres com Pr. na frente de seus nomes, o que não condiz com suas reais funções no corpo. Tenho visto muitos Prs. apóstolos, Prs. profetas, Prs. mestres, Prs. evangelistas e, é claro, Prs. pastores de verdade. É impressionante como essa pequena abreviatura pode esconder e abafar tanto algumas das funções na igreja.


Tenho pesquisado nas Escrituras e até agora não encontrei uma passagem que diga que a igreja tem que ser basicamente pastoral, no sentido de que todo o funcionamento do corpo parte desse ministério. Isso seria uma sobrecarga ao verdadeiro pastor. Para isso existem os ministérios. É claro que o pastor é essencial, mas eu creio que a igreja só se move em triunfo com o pleno funcionamento dos cinco ministérios. Respeito e entendo completamente a autoridade pastoral. As Escrituras deixam bem claras as orientações aos pastores da igreja. Leia Hb 13:17 e 1Pe 5:2. Portanto, não é a submissão que eu estou discutindo aqui. Isso é indiscutível. Há pouco tempo, escutei testemunhos tremendos de irmãos que vivem isso em suas congregações. O resultado é sempre o mesmo: poder de Deus na igreja. Hoje em dia, é possível receber o famoso “Pr.” na frente do nosso nome através de cursos via Internet. É verdade. Veja bem, é importante entender que os cinco ministérios, na verdade, se resumem no ministério de Jesus. Quando perguntarem qual é o seu ministério? É certo dizer que é o ministério de Jesus. Nosso Senhor foi um apóstolo ao fundamentar a verdade, enviar Seus discípulos e ser enviado por Deus com base nesse fundamento. Ele foi um profeta ao liberar a voz de Jeová para o povo de Israel. Ele foi um mestre ao ensinar acerca das Escrituras no templo ou no monte das Oliveiras. Ele foi um evangelista ao realizar sinais e maravilhas que apontavam para Ele como Messias, salvando a muitos. E, finalmente, Ele foi um pastor ao amar e cuidar de Suas ovelhas, alimentado-os e servindo-os. Jesus foi tudo isso e muito mais. Também é importante ressaltar que há outras funções dentro da igreja, além dessas cinco. Por exemplo, há o diácono, que é aquele que está sempre pronto para o serviço, seja ele qual for. Eles são tesoureiros, porteiros, zeladores, etc. Não importa. Eles amam servir a igreja e, com isso, a Deus. Leia Atos 6 e conheça a vida de Estevão. Há os intercessores, que são aqueles que se levantam em oração e guerreiam no mundo espiritual, intercedendo pelo “povo”.


 Eu creio que podemos englobar também o ministério de louvor (música, dança, artes, etc.). Apesar de muitos não acharem uma base bíblica concisa para o ministério de louvor, eu entendo ele como uma das funções dos levitas.

Podem haver músicos (dançarinos, etc.) profetas ou evangelistas, sim. Porém, há também aqueles que se dedicarão somente ao louvor na casa do Senhor. Prama mim, é uma função. Um ministério.

 Com certeza, há outras áreas que não cabem ser analisadas nesse estudo. Portanto, é importante entender que nem todos são apóstolos, profetas, mestres, evangelistas ou pastores. Todos são sacerdotes, sim. Porém, com funções diferentes, não classificadas hierarquicamente.

Agora, é fundamental que esses cinco ministérios sejam atuantes dentro da igreja. Vamos discorrer um pouco sobre cada um, sem nos aprofundarmos muito.

 
                                                
PASTOR


Quantos pastores (com Pr.) há no mundo? Talvez milhões. Com certeza, necessitamos de muitos pastores para apascentar o grande número de ovelhas. O problema aqui é que muitos Prs. não são pastores, e muitos que não tem um Pr. na frente do nome, são. Resumidamente, o pastor é aquele que cuida da ovelha. Ele visita, ajuda nos problemas, ele conhece a cada um, aconselha e exorta. Tudo isso em um âmbito pessoal e sentimental relacionando suas vidas com Deus e seus caminhos de amor. Dentro de uma congregação podemos ter um pastor-presidente. No entanto, cada líder que cuida de um determinado grupo e recebe um chamado divino para ser responsável por ele, para cuidar de seus membros com um amor sobrenatural, também é um pastor. Porém nem todo líder é pastor. Compreende? Com isso, concluimos que há pastores de pastores. Não vejo nenhum problema nisso. É só olharmos para Jesus. Ele é pastor de pastores. Na verdade, Ele é o pastor de todos. O ministério pastoral precisa estar submetido a essa verdade absoluta. Isso afirma que, na verdade, nenhum de nossos pastores são donos das ovelhas que apascentam. Jesus é o dono.

MESTRE

Com certeza, a função do mestre é a de mais fácil compreensão dentre as cinco. O mestre conhece profundamente as Escrituras e tem o dom de Deus para ensina-las de maneira perfeita e clara. Muitas vezes o mestre poderá explicar uma mensagem de um profeta, com base nas Escrituras, esclarecendo a profecia à luz da Palavra. Muitos de nossos Prs. são mestres. Isso fica claro quando abrem a boca para pregar.

Conseqüentemente, podemos observar que ele não é muito bom em cuidar das ovelhas, porque sente uma forte necessidade de estudar e ler em busca do conhecimento que vem do Senhor.

 

EVANGELISTA


Esses homens atraem multidões, pois são canais para sinais e maravilhas da parte de Deus. Muitas vezes esse ministério é relacionado com aquele que evangeliza. Porém, não é somente isso. Todos têm que evangelizar, e é claro que o evangelista evangeliza. No entanto, ele o faz com um amor sobrenatural pelas almas perdidas e conforme vai crescendo nesse amor e em fé, Deus começa a usa-lo como canal de milagres, atraindo a muitos. Muitos avivalistas de hoje são evangelistas. Como os mestres, há muitos desses que recebem um Pr. na frente de seus nomes, mas não são pastores. Eles nunca têm horário livre em suas agendas para atender as suas “ovelhas” de maneira adequada. Para que então ter esse Pr.?

 
                                                
PROFETA

Esse é o ministério mais badalado dos últimos anos. O ministério profético está sendo restaurado na igreja do Senhor. Glória a Deus! O profeta é aquele que anda com Deus e traz a direção ao “povo”. Ele aponta, não conduz. Geralmente, os profetas tendem a ser estranhos e se destacam entre os outros ministros. Isso porque a constante comunhão com a glória do Senhor transforma radicalmente a sua maneira de pensar e agir. O profeta consola, encoraja e exorta, não representando a sua pessoa, mas a Deus. Ele olha para a congregação como um todo e a coloca dentro da igreja da cidade e do mundo. Não confundir ministério profético com profecia. Todos podem profetizar, mas isso não faz da pessoa um profeta. Isso serve para todos os ministérios. Todos podem ensinar, mas isso não faz da pessoa um mestre. Percebe?

  

APÓSTOLO

Onde está o apóstolo nos dias de hoje? Eles foram apenas os doze? Nada disso. O apóstolo é aquele que traz os fundamentos para a igreja. Ele ajusta a “falsa doutrina” com a verdade que há em Cristo. Há muitos Prs. que na verdade são apóstolos. Geralmente, esses homens têm uma visão ampliada do reino de Deus implantado na Terra. Eles enviam pessoas e são enviados por Deus para fundamentar a igreja através das verdades e princípios bíblicos. Eles ajudam a restaurar esse fundamento. Nós estamos passando do pastoral para o apostólico nesse tempo. Aleluia! O apóstolo sempre olha para a base. Ele se preocupa com que a casa fique firme e não caia. Ele ajusta todas as mensagens a esses fundamentos básicos, que nada mais são do que as verdades de Deus.

 

MISSIONÁRIOS

Esse, com certeza, não é um dos cinco ministérios. Veja, Paulo foi um apóstolo e também missionário. Pode parecer redundante, mas o missionário é aquele que tem uma missão. De uma maneira abrangente, vemos que todos temos uma missão. No entanto, ao avaliarmos aqueles que são chamados de missionários hoje em dia, vemos um outro problema de títulos. Muitos missionários são apóstolos, evangelistas, etc. É claro que há aqueles que realmente são chamados para irem e levarem as Boas-Novas aos países distantes. São homens e mulheres de coragem, mas são tão missionários quanto eu e você. No entanto, podemos aplicar esse título dessa maneira. já que fica mais clara e destacada a sua missão.


Percebe, o importante aqui não é o título. Primeiro, é importante entender que Deus nos chamou antes mesmo de nascermos. Busque entender isso. Segundo, precisamos ter consciência do que somos no reino de Deus nesse momento, mesmo que os outros não saibam realmente. Seu ministério não precisa ser anunciado aos quatro cantos da Terra. Você precisa apenas exerce-lo. Deixe Deus fazer o resto. Agora, um verdadeiro mestre não poderá exercer seu ministério com plenitude se ele tem obrigações de pastor sem que esse seja o seu chamado. O mesmo de aplica ao profeta, evangelista e todas as relações possíveis entre os chamados específicos de Deus. No entanto, um mestre pode profetizar e um apóstolo pode realizar sinais e maravilhas, atraindo a muitos. Em alguns casos, uma pessoa pode ser usada em mais de um dos ministérios. Isso é possível. Porém, mesmo assim, um dos dois irá se sobrepor ao outro no coração dessa pessoa, e de Deus.

 Há uma linha em que, na verdade, os cinco ministérios foram derramados como um todo sobre a igreja (corpo) e por isso não há mais um ministério apostólico/profético, individual. Eu entendo que isso é uma meia verdade. Através do Espírito Santo, podemos sim profetizar, ensinar, realizar milagres, cuidar de ovelhas e reivindicar os princípios divinos. Porém, há uma especificação da parte do Senhor para que haja um pleno funcionamento dessas funções através do indivíduo. No mais, é essencial entender que os ministérios atuam em conjunto. Eles não sobrevivem sozinhos, mas necessitam uns dos outros.

Também acho possível que uma pessoa inicie com um ministério pastoral e depois seja chamada para ser profeta ou apóstolo. Isso também é possível, mas a pessoa tem que estar atenta para entender a voz de Deus. Quem chama é o Senhor. Não vise nenhum ministério. Você vai reconhecer a voz Dele. Deus te chama para ser obediente e humilde. Nada mais. Lembre-se, a obra é Dele.

De acordo com um estudo da Christie Tristão sobre ministério, vemos que ele tem três propósitos: servir a Deus, servir à igreja e servir no mundo. O ministro (seja qual for a sua função) precisa atender os seguintes requisitos: integridade, humildade, longanimidade, suportar ao outro, mansidão, viver em unidade e amor, santidade, retidão, pureza, ter amor à palavra e viver cheio do Espírito.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

SALVAÇÃO PELA FÉ


 

SALVAÇÃO PELA FÉ


John Wesley


 

Pregação feita na St. Mary´s Oxford – Diante da Universidade – em 18 de Junho de 1738

 

“Pela graça, estão todos salvos pela fé”. Eph. 2:8.

 

  1. Todas as bênçãos as quais Deus tem concedido ao homem são da mera graça dele: generosidade, ou favor; seu livre e, completamente, imerecido favor; homem que não tem nenhuma reivindicação para a menos importante das suas clemências.

 

Foi pela livre graça que “formou o homem do pó do chão, e soprou nele uma alma vivente”, e estampou naquela alma a imagem de Deus, e “colocou todas as coisas debaixo dos seus pés”.

 

A mesma livre graça continua em nós, até nossos dias: vida, respiração, e todas as coisas. Porque não há nada do que somos, ou temos, ou fazemos, que pode merecer a menor coisa das mãos de Deus. "Todos nossas obras, Tu, Ó Deus, tem forjado em nós". Esses são muito mais exemplos da sua livre clemência: e, mesmo que qualquer retidão possa ser encontrada no homem, esse é também um dom de Deus.   

 

  1. Que recursos, então, deve um homem pecador expiar para qualquer dos seus menores pecados? Com as próprias obras? Não. Sejam elas tantas ou santas, elas não são dele, mas de Deus. Mas, de fato, os homens são todos profanos e pecadores, por eles mesmos, então, cada um deles precisa de uma nova expiação. 

 

Apenas frutos corruptos crescem em uma árvore corrupta. E seu coração é completamente corrupto e abominável; criatura “para alcançar a glória de Deus”, a gloriosa justiça, primeiramente impressa na sua alma, depois da imagem de seu grande Criador. Dessa forma, tendo nada, nem retidão, nem obras, a pleitear, sua boca é totalmente calada diante de Deus.

 

  1. Se mesmo pecadores encontram favor com Deus, isto é “graça pela graça!” Se Deus concede ainda verter novas bênçãos em nós, ou seja, a maior de todas as bênçãos, salvação, o que podemos dizer dessas coisas, a não ser “Graças seja para com Deus por seu inexprimível dom!”.

 

E, portanto, assim é... “Deus confiou seu amor para conosco, por isso, enquanto éramos ainda pecadores, Cristo morreu”, para nos salvar “pela Graça”. Dessa forma, “somos salvos através da fé”. Graça é a fonte, fé a condição de nossa salvação.

 

      Agora, que não alcançamos a graça de Deus, cabe-nos cuidadosamente inquirir. –

 

                            I.      Que fé é essa, pela qual somos salvos.

                         II.      Que salvação é essa pela fé.

                      III.      Como podemos responder algumas objeções.

 

            I.      Que fé é essa, pela qual somos salvos.


 

1.    Não é apenas a fé do pagão.  

 

Agora, Deus exigiu do pagão que acreditasse. “Que Deus é quem recompensa os que diligentemente O busca”; e que Ele será buscado glorificando-O como Deus, e dando a Ele graças por todas as coisas, e pela cuidadosa prática da virtude da moral, da justiça, misericórdia, e verdade, para com as suas criaturas. O Grego ou Romano, por conseguinte, sim, a Scythian ou Indian; não teriam desculpas, se não acreditassem tanto: na criatura e atributos de Deus, um estado futuro de recompensa e castigo, a natureza obrigatória da virtude moral. Porque isso é apenas a fé do pagão.

 

2.    Nem essa é a fé do diabo.

 

Mesmo porque, a fé do diabo vai muito além da do pagão, uma vez que ele acredita que há um Deus sábio e poderoso, gracioso para recompensar e justo para punir; mas que também Jesus é filho de Deus, o Cristo, o Salvador do mundo. E, assim, encontrarmos ele declarando, em termos expressos, “Eu conheço, Tu, que sois, o Santo Deus”.

 

(Lucas 4:34) “Ah! Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste a destruir-nos? Bem sei quem és: O Santo de Deus”.

 

Tampouco podemos duvidar de que esse espírito infeliz acredita em todas essas palavras que vêm da boca do Santo Deus, e, que tudo quanto foi escrito pelos santos homens antigos, sendo que dois deles foi compelido a dar aquele testemunho glorioso:

 

"Esses homens são os servos do mais alto Deus, que mostra a você o caminho da salvação". Assim, o grande inimigo de Deus e do homem acredita, e treme acreditando: - Que Deus foi feito manifesto na carne; que ele “porá todos os inimigos debaixo dos seus pés"; e que "toda a Escritura foi dada pela inspiração de Deus". Assim tão longe, vai a fé do diabo.

 

3.    A fé pela qual somos salvos, no significado da palavra que será explicada daqui por diante, nem chega perto daquela que os Apóstolos tiveram, enquanto Cristo ainda estava na terra.

 

Porque eles acreditaram tanto nele, a ponto de “deixarem tudo e segui-lo”; embora tivessem poder para realizar milagres, “curar toda a forma de enfermidades, e todas as formas de doenças”; sim, eles tinham “poder e autoridade sobre todos os males”, e, além de tudo isso, foram enviados pelo seu Mestre para “pregar a palavra em todo o reino de Deus”.

 

4.    Que fé é essa, então, pelo qual somos salvos?

 

Em geral, pode ser respondido, primeiro, como sendo a fé em Cristo: Cristo, e Deus através de Cristo; estes são os objetos próprios dela. Assim, sendo suficientemente e absolutamente distinguida da fé, tanto do ancião, quanto do pagão moderno. E sendo completamente distinta da fé do diabo, que é puramente especulativa, racional, fria, consentimento inanimado, uma seqüência de idéias da mente; mas também uma disposição do coração. Como dizem as escrituras:

 

“Com o coração o homem acreditou na justiça”, e, “E se confessares com a tua boca o Senhor Jesus, e acreditares no teu coração que Deus o levantou da morte, então serás salvo”.  

 

5.    E, nisso, ela difere da fé o qual os Apóstolos tiveram, enquanto nosso Senhor estava na terra, e reconhece a necessidade e mérito de sua morte, e o poder de sua ressurreição. Reconhece a sua morte, como sendo o único meio de redimir o homem da morte eterna, e sua ressurreição, como nossa restauração para a vida e imortalidade; já que ele "foi entregue pelos nossos pecados, e subiu novamente aos céus para nossa justificação".

 

A fé cristã é, então, não só um reconhecimento de todo o evangelho de Cristo, mas também a completa confiança no sangue de Cristo; a confiança nos méritos da sua vida, morte, e ressurreição; e inclinação a ele como nossa expiação e nossa vida, que foi dada por nós, e vivendo em nós, e, em conseqüência a isto, o fim com ele, e mantendo-se fiel a ele, como nossa “sabedoria, retidão, santificação e redenção”, ou, em uma palavra, nossa salvação.  

 

         II.      Que salvação é essa, pela fé.


 

1.    O que quer que isso implique, é a presente salvação. É algo atingível. Atualmente atingida, na terra, por aqueles que são participantes dessa fé. Sobre isso falou o apostolo aos crentes em Efésios, e neles aos crentes em todos os tempos: não, podemos ser (se bem que isso também é verdadeiro), mas “somos salvos pela fé”.

 

2.    Somos salvos pela fé (para incluir tudo em uma palavra): do pecado.  Essa é a salvação que é pela fé. Esta é aquela grande salvação predita pelo anjo, antes que Deus trouxesse seu Primogênito ao mundo: “Chamarás a ele pelo nome de Jesus, porque ele deverá salvar seu povo de seus pecados”. E nem aqui, ou em qualquer outra parte dos escritos santos, há qualquer limitação ou restrição. A todo seu povo, ou como é expresso em todo lugar, “todo aquele que acredita nele”, ele salvará dos seus pecados; desde o original até o atual, passado e presente pecado, “da carne e do espírito”. Pela fé nele, eles estão salvos tanto da culpa quanto do poder dela.

 

3.    Primeiro: Da culpa de todo o pecado passado, considerando que todo mundo é culpado diante de Deus;

 

Ø  a tal ponto, que Ele deveria "ser rigoroso para colocar um sinal naquele que se extraviou; não há ninguém que poderia suportar isso”;

 

Ø  e, considerando que, “pela lei está apenas o conhecimento do pecado, mas nenhuma libertação dele, cumprindo as ações da lei, nenhuma carne poderia ser justificada nesse sinal”;

 

Ø  agora, “a justiça de Deus, o qual é pela fé em Jesus Cristo, é manifestada a todo aquele que crê”. 

 

Ø  Assim sendo, “todos estão livremente justificados pela sua graça, através da redenção que está em Jesus Cristo”.

 

Ø  “Ele, Deus, estabeleceu ser uma propiciação através da fé em seu sangue, para declarar sua retidão para (ou pela) remissão dos pecados que são passados".

 

Ø  Agora, Cristo lançou fora “a maldição da lei, tendo sido feito maldito por nós”.

 

Ø  Ele “destruiu a escrita da lei que estava contra nós, lançou-a fora do caminho, pregando-a em sua cruz”.

 

Ø  “Assim, não há condenação alguma àqueles que crêem em Cristo Jesus”.

 

4.      E, sendo salvo da culpa, eles são salvos do medo. Não realmente de um medo de filho, de ofender; mas medo de servo; todo aquele medo servil que maquina tormento; medo do castigo; medo da ira de Deus, mas a quem eles agora já não consideram como um Mestre severo, e, sim, um Pai complacente.

 

"Eles não receberam o espírito de escravidão novamente, mas o Espírito de adoção, por meio de qual eles clamam, Abba, Pai: o próprio Espírito que é também paciente testemunha de seus espíritos, porque eles são as crianças de Deus".

 

Eles são também salvos do medo, entretanto, não da possibilidade da queda longe da graça de Deus, e de alcançar as grandes e preciosas promessas. Assim, tenham eles "paz com Deus, através de nosso Senhor Jesus Cristo. Eles se regozijam na esperança da glória de Deus. E o amor de Deus é derramado em seus corações, pelo Espírito Santo que é dado a eles".

 

E, por meio disso, eles são persuadidos (entretanto, talvez, não todo o tempo, nem com a mesma abundância de persuasão), que “nem morte, nem vida, nem coisas presentes, nem coisas para vir, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura, poderá ser capaz de separa-los do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor".  

 

5.      Novamente: por esta fé eles são salvos do poder de pecado, como também da culpa dele. Assim o Apóstolo declara, "Sabemos que ele foi manifesto, para lançar fora nossos pecados; e, Nele, não está o pecado. Assim, todo aquele que habita Nele não terá pecado”.

 

(1 John 3:5) “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus”.

 

 Novamente: "Pequenas crianças, não deixem homem algum enganá-los. Aquele que comete pecado é do diabo. Todo aquele que crê é nascido em Deus. E todo aquele que é nascido em Deus não comete pecado; e sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque ele é nascido em Deus”.

 

Mais uma vez: "Nós sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não tem pecado; mas ele que é procriado de Deus defende a si mesmo, e aquele que é pecaminoso não tocará Nele”.

 

(1 John 5:18) “Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam mata-lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”.  

 

6.      Aquele, que é pela fé, nascido de Deus, não peca.

 

(1)     por qualquer pecado habitual; porque todo pecado habitual é pecado reinando: Mas pecado nenhum reina naquele que crê.

 

(2)     Por qualquer pecado intencional; porque sua vontade, enquanto habita na fé, é completamente colocada contra o pecado, e tem aversão a ele como a um veneno mortal.

 

(3)     Por qualquer desejo pecador; porque ele continuamente desejou a santa e perfeita vontade de Deus, e qualquer tendência a um desejo profano, ele, pela graça de Deus, persistiu no princípio.

 

(4)     Nem pecou por fraqueza, tanto em ações, palavras, ou pensamento; porque suas fraquezas não coincidem com sua vontade; e, sem isso, eles não são propriamente pecados. Assim, “ele, que é nascido em Deus, não comete pecado”; e, embora ele não possa dizer que não tem pecado, até agora, “ele não pecou”. 

 

7.    Esta é, então, a salvação que é através da fé, até mesmo, no mundo presente: a salvação do pecado, e as conseqüências do pecado, ambos freqüentemente expressos na palavra justificação; que, levada num sentido mais amplo, implica na libertação da culpa e castigo, pela expiação de Cristo; de fato, aplicada à alma do pecador, que, agora, acredita nele; e a libertação do poder de pecado, através de Cristo, moldado em seu coração. De forma que ele está assim justificado, ou salvo pela fé, e é, deveras, nascido novamente - nascido novamente pelo Espírito - a uma nova vida, o qual  “é encoberto com Cristo em Deus”.

 

E, como um bebê recém-nascido, ele recebe o “verdadeiro leite da palavra, e, desse modo, cresce”; seguindo adiante no poder do Senhor seu Deus, de fé em fé, de graça em graça, até o fim, para que se torne “um homem perfeito, na medida da estatura da abundância de Cristo”.  

 

     III.      A primeira objeção habitual para isto é...


 

1.    Que pregar salvação ou justificação, pela fé apenas, é pregar contra a santidade e boas obras. Para a qual uma pequena resposta poderia ser dada: “Assim, seria, se nós falássemos, como alguns fazem, de uma fé que estava separada disso; mas nós falamos de uma fé que não é assim, mas produto de todas as boas obras, e toda a santidade”.

 

2.    Mas pode ser de uso considerar isto um pouco mais; especialmente, desde que isso não seja alguma objeção nova, mas, tão velha, quanto no tempo de Paulo. Quando, então, foi perguntado: “Não fazemos nula a lei, através da fé?”. Ao que respondemos:

 

1o. Aquele que não prega a fé, obviamente, torna a lei nula; tanto diretamente como grosseiramente, pelas limitações e comentários que corroem todo o espírito do texto; ou indiretamente, não mostrando os únicos significados, por meio dos quais, é possível executá-la.

 

2o. Considerando que, “nós estabelecemos a lei”, tanto mostrando toda sua extensão, como significado espiritual; e chamando a todos para esse modo de vida, por meio do qual “a justiça da lei possa ser cumprida neles”. Estes, enquanto eles confiam somente no sangue de Cristo, cumprem todas as leis que ele designou, fazem todas as “boas obras, as quais ele preparou anteriormente, para que pudessem caminhar nelas”, e desfrutam  e manifestam todo temperamento santo e divino, com a mesma franqueza que havia Cristo Jesus.

 

3.    Mas não pregar essa fé, conduz os homens ao orgulho? Acidentalmente, é possível: Por isso, todo crente deve ser fervorosamente acautelado, nas palavras do grande Apóstolo:

 

"Por causa da incredulidade”, os primeiros galhos “foram quebrados: tu permaneceste pela fé”. Não seja magnânimo, mas tema. “Se Deus não tivesse poupado os galhos naturais, tomado cuidado, temo que ele não teria poupado a árvore”.

 

Vejam, então, a bondade e severidade de Deus! Naqueles que caíram, severidade; mas, em relação à árvore, misericórdia; “se continuares em sua misericórdia; caso contrário, tu também poderás ser cortado”.

 

E enquanto ele continua, desse ponto, ele lembrará daquelas palavras de Paulo, prevendo e respondendo a esta mesma objeção...

(Ro 3:27) “Onde está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei da fé”.

 

Se o homem é justificado pelas suas obras, ele teria do que se gloriar? Mas não há glória para ele “que não trabalhou, mas acreditou Nele que justificou ao ímpio”

(Ro 4:5) “Mas, àquele que não pratica; porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça”.

 

Do mesmo efeito são as palavras, ambas precedendo e seguindo o texto:

(Efe 2:4ff) “Mas Deus, que é rico em clemência, pelo muito amor com que nos amou, até mesmo quando estávamos mortos em pecado, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus”.

 

De vocês mesmos vieram nem sua fé, nem sua salvação. “Isso é um presente de Deus”, o livre, imerecido presente; a fé, através do qual vocês são salvos, tanto quanto a salvação pela qual ele, de seu próprio prazer, seu mero favor, anexa, além disso.

 

Que acreditemos, é uma instância de Sua graça; que acreditando seremos salvos.“Não pelas obras, para que não qualquer homem possa se vangloriar”. Todas as nossas obras, e nossa retidão, antes da nossa crença, tinham mérito nenhum, perante Deus, mas condenação. Tão longe estávamos de merecermos fé, que, quando dada, não era pelas obras. Nem é salvação das obras o que fazemos, quando acreditamos, uma vez que é Deus que trabalha em nós; dessa forma, ele nos deu uma recompensa por aquilo que ele mesmo realizou, não só, confiando as riquezas de sua misericórdia, mas não nos deixando do que nos gloriarmos.

 

4.    “Porém, falando dessa forma da clemência de Deus, salvando e justificando livremente o homem pela fé, pode encorajar os homens ao pecado? Realmente, pode, e vai”:

 

Muitos continuarão em pecado para que a graça possa abundar ": Mas o sangue deles está sobre suas próprias cabeças. A bondade de Deus deve conduzi-los ao arrependimento; e, assim, todos aqueles que são sinceros de coração. Quando eles souberem que ainda há perdão com Ele, eles clamarão em voz alta, para que ele destrua também seus pecados, pela fé que está em Jesus. E, se eles fervorosamente clamarem, e não desfalecerem, se o buscarem em todos os significados que ele designou; se, se recusarem a ser confortados, até que ele venha;  ele virá, e não irá demorar-se”.  

 

E ele pode fazer muitas obras, em muito pouco tempo. Muitos são os exemplos, nos Atos dos Apóstolos, de que Deus está trabalhando a fé, nos corações dos homens, até mesmo como um raio que cai do céu. Assim, na mesma hora que o Paulo e Silas começaram a orar, o carcereiro se arrependeu, acreditou, e foi batizado; como foram três mil, através de Pedro, no dia de Pentecostes, e todos se arrependeram e acreditaram, na sua primeira pregação. E, abençoado seja Deus, há, agora, muitas provas vivas de que ele ainda "é poderoso para salvar".  

 

5.    Ainda para a mesma verdade, colocada de uma outra maneira, uma objeção bastante contrária é feita: "Se, o homem não pode ser salvo por tudo aquilo que ele pode fazer, isto levará os homens a se desesperarem”.

 

Verdade. A se desesperarem, por terem sido salvos por suas próprias obras, seus próprios méritos, ou retidão. E assim deve; porque ninguém pode confiar nos méritos de Cristo, já que ele renunciou totalmente aos dele. Aquele que  ocorreu de firmar a sua própria retidão”, não pode receber a retidão de Deus. A retidão a qual é pela fé não pode ser dada a ele, enquanto confiar no que é da lei.

 

6.    Mas isso, alguns dizem, é uma doutrina incômoda.

 

O diabo falou como ele mesmo, isso é, sem verdade ou vergonha, quando ele ousou sugerir isso aos homens que é desse jeito. Isso é a única coisa confortável, é “muito cheia de consolo”, a todo autodestruídos, autocondenados pecadores. Que, “quem quer que acredite Nele não será envergonhado, e que o mesmo Senhor sobre todos é rico a todos aqueles que O clamarem”: aqui está o consolo, alto como o céu, mais forte que a morte! O que! Misericórdia a todos? Para Zacchaeus, o ladrão público? Para Maria Madalena, uma rameira comum?

 

Impessoal, eu ouço um dizer “Então eu, até mesmo eu, posso esperar por clemência!".  E, também, tu podes, tu que és aflito, que ninguém tem confortado! Deus não lançara fora tua oração.  Não. Talvez ele possa dizer na próxima hora – “Tenha boa disposição de ânimo, teus pecados te foram perdoados”; tão perdoados, que eles não reinarão mais obre ti; sim, e que “o Espírito Santo prestará testemunho com teu espírito, porque tu és a criança de Deus”.    

 

Ó, gratas notícias! Notícias de grande alegria que é enviada a todas as pessoas! Oh! A todas aquelas que estão sedentas, venham até as águas: Venham, sim, e comprem, sem dinheiro e sem preço. Quaisquer que sejam seus pecados, ainda que vermelho como carmesim, ainda que em maior quantidade que os cabelos em sua cabeça, “retorne, sim, ao Senhor, ele terá clemência sobre você, e, para nosso Deus, porque ele perdoará abundantemente”.

 

7.    Quando não mais objeções ocorrem, então, nos é simplesmente dito que salvação pela fé não deve ser pregada, como primeira doutrina, ou, pelo menos, não ser pregada a todos. Mas, o que disse o Espírito Santo? “Outra fundação nenhum homem pode assentar, senão essa que já está assentada; nem mesmo Jesus Cristo”. Então, que “quem quer que acredite nele deverá ser salvo”, é, e deve ser, a fundação de toda nossa pregação; isto é, precisa ser pregada, como primeira doutrina. “Bem, mas não a todos” (?)

 

A quem, então, não podemos pregar? Quem excluiremos? 

 

·         Os pobres? Não! Eles têm o direito peculiar de ter o evangelho pregado até eles.

 

·         O iletrado? Não! Deus tem revelado essas coisas até iletrados e ignorantes, desde o princípio.

 

·         O jovem? Por nenhuma razão!  “Que esses padeçam”, de modo algum, “para virem até Cristo, e não proibi-los”.

 

·         Os pecadores? Menos que todos! “Cristo não veio chamar os íntegros, mas aos pecadores para o arrependimento”.    

 

Porquê, então, se nenhum, excluirmos o rico, o instruído, o honrado, homens de bem. E, isso é verdade, eles também se excluem muito freqüentemente de ouvir; ainda assim, temos que falar as palavras de nosso Senhor. Porque, desse modo, o teor de nossa incumbência escapa, “Vá e pregue o evangelho a toda criatura”. “Se qualquer homem arranca isso, ou qualquer parte disso, para sua destruição, ele terá que suportar o próprio fardo”. Mas, ainda, “como o Senhor viveu, o que quer que o Senhor tenha nos dito, disto falaremos”.

8.    Neste momento, mais especialmente, falamos que, “pela graça estamos salvos, através da fé”: porque, nunca foi a manutenção dessa doutrina, mais oportuna do que tem sido até esse dia. Nada, mas isto pode eficazmente prevenir o aumento da ilusão dos Romish entre nós. 

 

É, sem fim, atacar, um por um, todos os erros daquela Igreja. Mas salvação pela fé fulmina na raiz, e tudo cairá imediatamente, onde isto está estabelecido. Foi essa doutrina, a que nossa Igreja chama justamente de rocha forte e fundação da religião cristã, que primeiro dirigiu Popery fora desses reinos; e só isto pode mantê-la de fora. Nada, mas isso pode ser um obstáculo àquela imoralidade, a qual “tem se espalhado na terra como inundação”. Você pode esvaziar as profundezas, gota a gota? Então, você pode nos reformar pela dissuasão das imoralidades individuais.     

 

Mas deixe a “retidão que é de Deus pela fé, ser trazida para dentro, e, então, seus acenos orgulhosos serão detidos”. Nada, mas isso pode parar as bocas daqueles que “gloriam-se de suas vergonhas, e abertamente, negam o Senhor que os comprou”.

 

Eles podem falar da lei, de forma elevada, como aquele que a tem escrito por Deus em seu coração. Ouvi-los falar dessa maneira poderia inclinar alguns a pensar que eles não estavam muito longe do reino de Deus: mas, retirá-los da lei de dentro do evangelho; começando com a retidão pela fé; com Cristo “o fim da lei a todo aquele que acredita”, e aqueles que agora mostraram-se quase, se, não completamente, cristãos, mantiveram confessos os filhos da perdição; tão longe da vida e salvação (Deus seja misericordioso para com eles!) das profundezas do inferno até a altura dos céus.

 

9.    Por essa razão, o adversário, então, vocifera, não importa quando “salvação pela fé” é declarada ao mundo: assim, ele incitou terra e inferno a destruir aqueles que primeiro pregaram isso. E pela mesma razão, sabendo que a fé sozinha poderia arruinar as fundações de seu reino, ele fez acontecer todas as suas forças, e empregou todas as suas artes de mentiras e calúnias, para amedrontar Martim Lutero de restaurar isso.

 

Nem podemos desejar saber, ao mesmo tempo: pois que, como aquele homem de Deus observa, “como isso poderia enfurecer um orgulhoso e forte homem armado, ser impedido e desprezado por uma pequena criança, vindo contra ele, com uma flecha em sua mão!”, especialmente, quando ele soube que aquela pequena criança seguramente o derrotaria, e o poria debaixo de seus pés. Mesmo assim, Senhor Jesus! Assim, tens tu força, sendo sempre “feito perfeito na fraqueza!” Vá em frente, então, tu, pequena criança que acreditas nele, e sua “mão direita poderia ensinar-te coisas espantosas”; Embora sejas impotente e fraco como uma criança de dias, um homem forte não poderá ser capaz de se levantar diante de ti. Tu prevalecerás sobre ele, o subjugarás, o derrotarás e o colocarás debaixo de teus pés. Tu marcharás, sob o grande Capitão da tua salvação, “conquistando e a conquistar”, até que teus inimigos sejam destruídos, e “a morte seja tragada na vitória”.

 

Agora, graças seja a Deus, que nos deu a vitória, através de nosso Senhor Jesus Cristo; para quem, com o Pai e o Espírito Santo, ser benção, glória, sabedoria, gratidão e bravura, para sempre e sempre. Amém.