segunda-feira, 8 de novembro de 2010

ESTUDOS DOUTRINÁRIOS / A CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA

A Criação do Céu e da Terra

Gênesis 1:1 - 2:25
Versículo para memorização: Gênesis 1:1
Uma das mais definitivas afirmações da Bíblia encontra-se em Gênesis 1:1: "Deus criou". Negar isso é, de fato, recusar toda a Bíblia. É contradizer as afirmações e revelações do autor de todo o Velho Testamento e negar a veracidade de todos os escritores do Novo Testamento, que as citam.
A primeira categoria dessa recusa encontra-se na área da evolução natural. A pretensão é, aleatoriamente, a mutação de basicamente nada para tudo. Tal suposição não é apenas anti-bíblica, é totalmente ilógica e não científica na medida em que supõe efeito sem causa ou propósito e afirma algo de que não temos nem registros fósseis, nem observações científicas.
O segundo ponto da negação é a "evolução teísta". Esse é um disparate incomparável, na medida em que tenta afirmar a teoria não científica acima e, ainda, afirma que Deus a ordenou. O problema é que, enquanto tentam afirmar a existência de Deus, recusam sua única revelação verbal, a Bíblia.
O que a escritura ensina sobre a criação do céu e da terra? Ensina que Deus criou (Gênesis 1:1). A ativação de qualquer tipo de mutação semi-intencional não pode qualificar-se. A Bíblia ensina que Jesus Cristo é o agente da criação (João 1:1-3). Ensina que, nos seis dias, Deus criou não apenas o céu e a terra, mas tudo o que existe nela (Êxodo 20:11). Ensina que esses foram seis dias 24 horas de luz e escuridão, tarde e manhã, dia e noite (Gênesis 1:5). Ensina que Deus é o criador e o governador soberano não apenas de todas as coisas materiais, mas também da existência espiritual, e que somente por Ele tudo se mantém vivo (Colossenses 1:16-17). Ensina que isso foi feito pela palavra de Deus (Hebreus 11:3). A Escritura ensina que Ele fez o mundo com seu poder (Jeremias 10:12). Os evolucionistas teístas recusam isso até mesmo em todo o seu sentido lógico.
A Escritura não ensina apenas que Deus fez todas as coisas dessa forma, ensina claramente que, através dessa criação, seu poder eterno e sua divindade (mas não a sua salvação) foram revelados (Romanos 1:20). O conhecimento do homem em relação a Deus não o motivou a glorificá-lo, mas apresentou-lhe inescusável (Romanos 1:20-21). O desvio do homem em rebelião contra Deus a favor da adoração de ídolos (Romanos 1:20-28) não é de fato diferente das ações dos homens que tentam impedir a glória de Deus por negar que ele tenha feito todas essas coisas. Ambos são corretamente descritos como ingratos, ímpios e imperdoáveis.



A Criação da Luz e a Divisão das Águas

Gênesis 1:1 - 2:25
Versículo para memorização: Gênesis 1:12
A criação englobada por esta lição será dividida basicamente em duas seções porque foi completada em dois dias. Acompanhemos por dias.
No primeiro dia, Deus criou pela sua palavra o céu e a terra. A afirmação é de que a terra era vazia e sem forma, e de que a escuridão reinava sobre a face das profundezas. Isso não precisa significar, como alguns pensam, que o julgamento descera, mas somente que a terra ainda estava vazia e inabitada por qualquer forma física, e que a luz dos corpos celestes ainda não fora criada. A luz do versículo quatro não foi um mero resultado do sol (pois ele ainda não brilhava), mas uma criação distinta de Deus. Deus é luz e Ele pode falar e comandar a luz para brilhar além da escuridão, assim como pode criar luzes para iluminar a escuridão. Devemos, também, perceber que não temos apenas uma mera afirmação de luz e escuridão, mas de noite e dia. Não posso intervir, exceto acatar isso como a verdadeira criação do tempo: "O primeiro dia".
Não posso aceitar a "teoria do gap" (teoria da brecha) defendida por muitos. Primeiro, porque é raramente - se o for - sugerida pela Escritura; segundo, porque parece ter se firmado como uma tentativa de satisfazer às pretensões infundadas dos evolucionistas de uma terra muito velha, e eu não sinto essa necessidade. Acredito, simplesmente, que Deus gerou uma criação adulta, e não foi necessário um tempo maior para um "diamante adulto" do que para um Adão adulto. Petróleo, carvão e depósitos fósseis foram explicados pelo dilúvio.
No segundo dia, Deus criou o firmamento. A terra estava totalmente coberta por água. Isso é apresentado em Gênesis 1:2 como a face das águas. A Bíblia diz que o Espírito de Deus moveu-se sobre a face das águas antes de criar a luz, não sobre a face da terra. Acho que devemos olhar para a terra, no primeiro dia, como sendo completamente envolvida pela água. Isso não significa imperfeição, nem amplia os esforços de Deus na criação. Isso é apenas um empenho para ver a revelação da ordem na qual ele escolheu conduzir sua criação planejada. Deste modo, temos, no segundo dia da criação, a divisão das águas. Deus suspendeu uma porção da água da terra, fazendo dela uma abóbada celeste de vapor e, assim, limitando as águas sobre a terra e colocando um espaço de ar, chamado firmamento e o céu, entre a água sobre a terra e a água acima da terra.
Deus agora assentou a plataforma para a organização do continente e do mar e para a ocupação de Sua terra, que estudaremos a seguir.

          A Criação do Solo, Mares, Vida Vegetal e Corpos Celestes
Gênesis 1:1 - 2:25

Versículo para memorização: Gênesis 1:11
Até aqui, tivemos uma divisão das águas de cima, chamadas firmamento ou céu, daquelas que ficavam abaixo, mas a massa da terra está coberta por água e ainda está vazia de qualquer vida vegetal e sem forma de criatura sobre ela.
No terceiro dia, Deus criou em duas áreas básicas. A primeira foi a união das águas de uma maneira que a terra apareceu, erguendo-se das águas em ilhas, montanhas, pradarias, grandes massas de solo e penínsulas. Ainda há muita especulação entre os homens para ordenar essa parte da criação. Podemos saber, entretanto, que a única revelação sobre essa ordem é a Bíblia e que, por meio do estudo diligente dela, podemos aprender tudo sobre isso, mas não mais do que Deus propôs.
No terceiro dia, Deus criou ainda a vida vegetal, uma das maravilhas mais fascinantes do mundo. Esse reino oscila entre magnificentes árvores gigantes, aquelas que são pequenas e carregadas com frutos suculentos e vidas vegetais microscópicas nas profundezas do mar. Há prados de grama, uma grande variedade de vegetais e alimentos em raízes. Não se trata nem de pensamentos posteriores nem de atos aleatórios, mas para servirem de comida para a criação de Deus no quinto dia. Há uma semente minúscula para o menor pássaro, plantas microscópicas para vidas marinhas tão pequenas que nós apenas agora estamos aprendendo sobre sua existência e há alimento suficiente para o mais imenso dos animais. Observe também Gênesis 2:5.
No quarto dia, Deus criou o sol, a lua e as estrelas. Essa é uma área em que o evolucionista teísta rompe-se em seu raciocínio, assim como o teorista do "dia de mil anos".
A reivindicação desses homens de que uma planta evoluiu de outra, quer durante mil ou dez milhões de anos, quer pelo desenho de Deus ou sem a existência dele, atravessa diretamente o caminho da Bíblia. Ambos devem assumir e, de fato assumem, que a energia consumida por essa evolução é o sol. Deus, entretanto, pela ordem da criação da vida vegetal antes do sol, lua e estrelas, deixa-os sem alternativa exceto acreditar em uma criação direta e adulta dessas coisas, ou duvidar da Bíblia e negá-la.
Deus também nos dá pormenores acerca dessa criação que estimulam tal conclusão. Não tivemos primeiro a semente, depois árvore, fruto e semente de novo, mas primeiro árvores, fruto e, então, semente. Deus, não somente dessa forma, recusa completamente o processo de mutação nisso, afirmando que a semente foi "depois sua espécie". Se aceitarmos uma criação adulta e perfeita, teremos paz. Se não aceitarmos, teremos inúmeras de questões sem respostas a nossa frente.

A Criação da Vida Animada

Gênesis 1:1 - 2:25
Versículo para memorização: Gênesis 1:24
Nesta lição, trataremos do quinto dia da criação e, de maneira geral, da criação do sexto dia, excluindo o detalhe concernente à criação do homem. A criação do quinto dia envolve a criação da vida marinha e das aves. "E disse Deus: produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus" (Gênesis 1:20).
Há alguns que vêem isso como base para pensar que os pássaros vieram do mar de segundo a Bíblia, que eles igualmente evoluíram do peixe. Penso ser essa hipótese uma interpretação descuidada do versículo 20 e, na realidade, uma especulação totalmente infundada. O caminho para decidir a respeito de qualquer versículo questionável é ler os versículos precedente ou seguinte. Nesse caso, o versículo 21 explica perfeitamente a ordem. Deus criou grandes baleias e toda criatura viva que a água produziu conforme a sua espécie. Essas palavras são constantemente proferidas em razão da criação para negar a mutação e garantir que Deus criou.
A Palavra diz: "toda a ave de asas conforme a sua espécie". Afirma-se que Deus criou de ambas as categorias, e afirma-se de ambas: cada criatura, cada ave conforme sua espécie. Somos constantemente conduzidos a negar qualquer possibilidade de evolução ou negar a Bíblia. Você não pode ter ambas possibilidades.
A criação do sexto dia pode ser basicamente dividida dessa forma: animais, serpentes, insetos e homem. A pessoa que reivindica que o versículo 20 afirma a evolução da vida a partir do mar também deve afirmar que o versículo 24 afirma a evolução da vida a partir da terra. Assim, novamente, a falta de lógica cronológica evolucionista encontrou sua cauda voltando ao redor da árvore. Deus criou a besta, o gado e as criaturas rastejantes conforme sua espécie.
A criação final de Deus para o sexto dia foi o homem. Devo também dizer que esta é a criação física final de Deus. Deus está preparando, julgando e regenerando hoje, mas Ele não está criando (Gênesis 1:31).
A criação final e exclusiva de Deus é o homem. O homem é único por duas razões. Primeiro, foi criado para ter domínio (Gênesis 1:26) sobre todo o resto da criação e, segundo, porque Deus deu-lhe responsabilidade. Deus incumbiu e comandou o homem sob um propósito. É notável que Deus não falou dessa forma para os animais. Eles devem mover-se, agir e multiplicar-se apenas por instinto. Não é assim com o homem, ele teve desejo, responsabilidade e desígnio. É nesse sentido que foi feito à imagem de Deus.
Deus não é físico, Ele é Espírito. Deus é, entretanto, pessoal. Ele tem desígnio, desejo e domínio e, depois de tudo, foi criado o homem.

  
                                            A Criação do Homem
Gênesis 1:26 - 2:25


Versículo para memorização: Gênesis 1:26
 
A origem do homem tem sido um assunto proeminente para discussão ao longo de muitos séculos. Provas científicas e registros históricos são ambos impossíveis, a menos que aceitemos a revelação divina. Nenhuma outra criatura escreve a história do homem e, exceto se aceitarmos a história que Deus nos deu em Sua palavra, constataremos que todo registro histórico cai um pouco longe do registro da origem. Há, basicamente, apenas duas opiniões em relação a essa origem. Uma é de que o homem originou-se através de algum processo de evolução; a outra, de que Deus o criou assim como proclamam os capítulos um e dois dos Gêneses.
O esquema evolucionário divide-se em duas filosofias. A primeira é a evolução aleatória. Isto é, aquela mudança direta sem causa ou propósito, uma forma de vida tornou-se outra até que o homem finalmente evoluiu. Uma idéia como essa é totalmente não científica sob, no mínimo, três aspectos básicos. Primeiro, nenhuma razão, causa ou propósito podem ser dados para isso. É um efeito sem causa e um projeto sem projetista. Em segundo lugar, o tempo matematicamente necessário para o processo aleatório teorizado não decorreu mesmo pelas mais extensas estimativas de idade da terra. Em terceiro lugar, não temos nenhuma evidência real da existência passada ou presente de qualquer processo de evolução que trouxe uma forma de vida a partir de outra. A outra filosofia é de que a criação divina através da evolução ainda necessitava de mutação, e tem todos os problemas da primeira filosofia evolucionária.
Por outro lado, nossa Bíblia nos dá uma afirmação consistente para responder sobre a origem e a existência do homem.
Deus propôs: "Façamos o homem". Deus designou: "à nossa imagem". É o propósito de Deus que pôs o homem aqui, o mantém aqui e acabará com sua residência no tempo próprio de Deus.
É preciso entender que "à imagem de Deus" não significa físico, pois Deus não é físico, mas Espírito. Significa, simplesmente, semelhança de Deus no sentido de ter iniciativa, propósito e domínio. Não se diz que nenhuma outra criatura de Deus tem domínio sobre alguma outra criatura. Observe que ao homem foram dados o domínio (Gênesis 1:26) e a responsabilidade para reinar (Gênesis 1:28). A responsabilidade de Adão para subjugar a terra foi uma delegação para que conduzisse seu domínio em sujeição a Deus. É perfeitamente consistente que os homens que gostariam de subjugar essa criação a si mesmos, antes do que subjugar a Deus, neguem a criação divina e, deste modo, o domínio divino.


Os Seis Dias e o Sétimo

Gênesis 1:31 - 2:3; Êxodo 20:8-11
Versículo para memorização: Êxodo 20:11
"E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto".
Deixe-me, primeiro, chamar atenção para o uso permutável das palavras "criado" e "feito" em Gênesis, 1 e 2. Muitos fazem uma grande discussão sobre o fato de "criar" e "fazer" ou "criado" e "feito" serem palavras com raízes diferentes. Deste modo, reivindicam que a criação dos céus e da terra (Gênesis 1:1) e a formação do sol, da lua e das estrelas, em Gênesis 1:16, são dois atos de tipos diferentes. Sobre essa opinião, construíram todos os tipos de conclusões incorretas. Se Gênesis 1:1 e Gênesis 1:16 indicam atos de naturezas diferentes, assim também acontece com Gênesis 1:26, 1:27 e inúmeros outros versículos. Essas palavras, embora com raízes diferentes no hebraico e no inglês, significam o mesmo em ambas as línguas e devem ser consideradas permutáveis.
Agora, observemos o sexto e o sétimo dias. Em Êxodo 20:9-10, Deus disse a Israel que fizessem todo o seu trabalho em seis dias e descansassem no sétimo. Ninguém tem a menor dúvida de que isso significa dias com 24 horas, mas muitos pensam que os dias da criação eram dias que duravam mil anos. Certamente não têm nenhuma idéia da Bíblia. II Pedro 3:8, de modo não concebível, ensina tal coisa. E qualquer um que pensa que Êxodo 20:9-10 está falando de um tipo de dia e o versículo seguinte, sem nenhuma explicação, fala de outro tipo de dia, está acusando a Bíblia de obscuridade deliberada, se não de loucura. O termo maneja bem a palavra em II Timóteo 2:15 significa (pela definição da palavra grega) "cortar uma linha reta ou explicar corretamente", não segmentar a Bíblia em pequenos pedaços agradáveis, que não significam nada.
Outra área de entendimento que esses versos deveriam produzir concerne à "teoria do gap ou brecha". Eu me refiro aqui à idéia de que a criação em Gênesis 1:1 inclui céus originais, terra e seres angelicais. A "teoria do gap" defende que isso foi seguido por um "tempo vazio" (gap) indeterminável entre os versículos um e dois, afirma um julgamento e um re-preenchimento da terra. Em minha opinião, a Escritura considerada abertamente faz essa idéia absolutamente proibida.
Êxodo 20:11 diz: "em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há". Esse versículo coloca a criação do céu e da terra dentro de seis dias. Gênesis 1:31 e Gênesis 2:1 nos conduzirão para exatamente a mesma conclusão. Observe que Gênesis 2:1 diz: "os céus, a terra e todo o seu exército".
O sétimo dia (descanso) foi uma cessação de todo o trabalho da parte de Deus, proclamando a perfeição e a completude daquilo que Ele fez nos seis dias.

                            

A Queda do Homem

Gênesis 3:1-24
Versículo para memorização: Gênesis 3:19
 
Deus fez Adão em sua própria imagem espiritual. Isso quer dizer que Adão era uma criatura com autoridade, habilidade e vontade. Deus deu-lhe domínio sobre toda a terra. Deus então ordenou à terra que ela se submetesse a Adão, e ele criou o reino animal, que o reverenciou e o obedeceu. Adão, entretanto, não era soberano nessas coisas como é Deus. Ele, antes, tinha uma posição de responsabilidade para com Deus.
Parece-me que a ordem em, Gênesis 1:28, para povoar (encher) a terra e subjugar (dominar) foi uma instrução para que Adão submetesse seu domínio a Deus. Ele não deveria ter domínio soberanamente como Deus, reconhecendo (discernindo por si mesmo) bem e mal, decidindo por si mesmo o que poderia e o que não poderia, o que deveria e o que não deveria fazer. Deveria, antes, reinar de modo submisso, sob Deus, obedecendo as normas e as restrições colocadas sobre ele por seu criador soberano. Ao homem foi dada a habilidade para comer de todas as árvores do jardim, mas a responsabilidade de não comer de uma delas.
O Diabo, seja como serpente ou através dela, iludiu Eva. Ela comeu e deu para seu marido, e ele comeu do fruto proibido. Podemos apenas conjeturar sobre porque Adão comeu o fruto que sua esposa lhe ofereceu (tratarei disso mais tarde), ou sobre o que poderia ter acontecido com ele ou ela para que ele recusasse a tentação dela. Sabemos, entretanto, o resultado do fato de ele ter comido.
Ele exercitou capacidade contrária à sua responsabilidade. Adão, na verdade, declarou guerra à justiça de Deus por decidir por ele e exigir dele. Conseqüente e certamente, assim como o soberano criador espera, a criatura deve cair e, de fato, o faz. É improvável que algum homem já tenha sabido quão longe ele realmente caiu.
Como o pai da raça humana, Adão levou toda a sua descendência consigo. Em Adão vivemos, em Adão morremos (Romanos 5:15; I Coríntios 15:22). A morte espiritual tomou lugar em Adão imediatamente e toda a sua descendência nasce espiritualmente morta. Não apenas isso, mas também como julgamento sobre seu pecado, e para impedir a perpetuidade desse estado terrível, Deus pronunciou e impingiu a morte física sobre Adão e sua prole.
Isso não é tudo. Perdeu-se todo a harmonia em todo o domínio de Adão. É no âmbito dessa queda que as mulheres desobedecem a seus maridos, os filhos a seus pais, que os animais temem, atacam e aprisionam a si mesmos e ao homem. Essa é a causa de toda doença, deformidade e imperfeição nos homens, animais e plantas. Deus viu sua criação e ela era muito boa (Gênesis 1:31). Tudo nessa criação que hoje não é bom é resultado, tanto direta quanto indiretamente, do pecado e da queda de Adão.

A Maldição Sobre o Homem e Seu Domínio

Gênesis 3:14-24; Romanos 5:12-21
Versículo para memorização: Romanos 8:20

A maldição do pecado que repousa sobre o homem hoje é, provavelmente, a influência mais abrangente que já observamos em ação. Essa maldição é imposta em duas direções. Há aquilo que podemos chamar de resultado simples. Quando o homem pecou, Deus não o matou, ele morreu. Por outro lado, através dos séculos, a Bíblia registra que Deus tem positivamente matado multidões de pessoas pelo pecado.
A morte não é a única penalidade imposta. Houve uma maldição sobre a vida animal (Gênesis 3:14). A serpente foi amaldiçoada da pior maneira, mais do que todo o gado e todas as bestas, mas, é claro, eles também foram amaldiçoados, se ela foi amaldiçoada mais do que eles.
Sobre a mulher, houve a maldição da tristeza e dor ao dar a luz os seus filhos (Gênesis 3:16). Houve também a desgraça de ser dominada por um homem caído. A liderança e o reino do homem podem ser uma benção quando ele conduz a si mesmo bem. Mas ele governa sobre a mulher e o desejo dela está sujeito a ele, igualmente quando ele é mal ou bom. As direções de movimentos como "A liberação das mulheres" estão todas erradas, mas mesmo que estivessem corretas, estão sentenciadas a falharem. Essa maldição foi imposta por Deus e o homem (ou a mulher) nunca poderão se livrar dela.
Houve também a maldição sobre a própria terra (Gênesis 3:17-19). À medida que o homem come do fruto da terra, deve trabalhar para isso. Deve comer dela com sofrimento (Gênesis 3:17) e no suor de seu rosto (Gênesis 3:19). Já que, ao que parece, antes da queda, o homem apenas lavrou o jardim o qual produziu tudo para ele (Gênesis 2:8-15), mas, depois da queda, o jardim o repeliu, produzindo espinhos e cardos (Gênesis 3:18).
Ainda mais houve a imposição da morte física sobre Adão e toda a sua descendência (Gênesis 3:22-24). Parece que o homem, por comer da árvore da vida (Gênesis 2:9; Gênesis 3:22), poderia ter vivido para sempre. Naturalmente, Deus não era e não é desejoso para o homem viver para sempre nesse estado horrível de pecado. Conduziu então o homem para fora do jardim, proibindo-lhe o acesso à árvore da vida, e colocou querubins (guardas angelicais) na entrada do jardim para manter o homem fora.
Dentre todas essas maldições terríveis, a pior delas ainda não foi mencionada. Essa é, obviamente, a separação eterna de Deus e uma condenação exacerbada no abismo do inferno. Essa não é a primeira morte, que Adão morreu no jardim e na qual todos nós existimos. É a segunda morte, que vem sobre todos cujos nomes não estão escritos no livro da vida (Apocalipse 20:15). Dessa maldição não há libertação. Oh, quão longe o homem caiu

O PRIMEIRO DERRAMAMENTO DE SANGUE

Gênesis 3:14-24; Hebreus 10:1-10
Versículo para memorização: Gênesis 3:21

Na criação e na incumbência original de Deus para o homem, a morte não é vista. Ela é mencionada apenas como uma advertência condicional. "No dia em que dela comeres, certamente morrerás". É com e pelo pecado que a morte veio ao mundo.
É igualmente importante ver que a primeira morte, tanto dos animais quanto dos homens, não foi "natural", mas violenta. O sangue deles foi derramado. O derramamento de sangue é um fato temido da vida em todo lugar. Todos os animais não predadores ficam muito excitados e descontrolados com o cheiro de sangue, especialmente de sua própria espécie. Os homens são naturalmente adversos à idéia de derramamento de seu sangue e a Bíblia é bastante eloqüente sobre o mal do derramamento de sangue.
Apesar de tudo isso, aprendemos que foi Deus quem primeiro derramou sangue. Em Gênesis 3:21, lemos que Ele fez túnicas de peles para Adão e Eva. É óbvio que Deus providenciou essas peles matando animais, e o padrão de sacrifício animal do Velho Testamento certamente poderá sustentar essa conclusão. Assim, a questão que nos encara é: "Por que Deus matou os animais? Por que o derramamento de sangue?"
Quando Adão pecou, não apenas ele, mas sua esposa, toda a sua descendência e a criação inteira (a terra e todos os seus habitantes) foram afastados de Deus. Essa alienação e a sua rebelião afetaram os animais, assim como os homens, o que pode ser facilmente visto pelo fato de que os animais, que deveriam comer apenas ervas (Gênesis 1:30), agora comeram uns aos outros. Adão não estavam em comunhão com Deus. Estava com medo. Sentiu a sua nudez e a ira iminente de Deus sobre ele (Gênesis 3:7-8). Seguindo isso, em Gênesis 3, vemos o pronunciamento do julgamento de Deus e de todas as penalidades do pecado. Mas, no meio desse julgamento, vemos um ato de Deus (fez túnicas de pele) para prover uma necessidade do homem (e eu estava com medo, por que eu estava nu; e eu me escondi). Agora, essa foi uma atividade encerrada em si mesma ou isso teve um significado mais profundo?
De acordo com Hebreus 10 e muitas outras Escrituras, esse primeiro derramamento de sangue teve um significado mais profundo e mais maravilhoso. Vemos que os sacrifícios de sangue tiveram uma relação com a purificação do pecado (Hebreus 10:1-2). Aprendemos que o sangue de touros e bodes não podem tirar os pecados (Hebreus 10:4). Então, aprendemos que o sangue de Cristo de fato tira o pecado (Hebreus 10:10; 13:12). Agora, com essas duas verdades opostas em mente, retorne a Hebreus 10:1 e você verá a proposta de Deus ao sacrificar os animais (derramando seu sangue) e todo sacrifício do Velho Testamento. Foi para testemunhar (em símbolo) o sacrifício reconciliador de Cristo.

NASCIMENTO E DEPRAVAÇÃO HUMANA

Gênesis 4:1-26
Versículo para memorização: Gênesis 4:8
No capítulo três do Livro do Gênesis, vemos o pecado e a queda da espécie humana. No capítulo seguinte, vemos o primeiro nascimento e o fruto do homem e da mulher caídos.
Vemos, aqui, dois homens e dois acessos a Deus. Naturalmente há Abel (o segundo nascimento), que faz uma oferenda que confessa o pecado e pede o perdão através de Cristo (Hebreus 11:4). Entretanto, nesta lição, direcionaremos nossa atenção para o conteúdo desse capítulo da Escritura. Isso é, obviamente, a ação de Caim e sua descendência.
Se psicólogos modernos lessem essa passagem e acreditassem nela, rir-se-iam de si mesmos por sua insensatez. Falo de sua constante busca por causas subjacentes aos atos de perversão e violência do homem.
A natureza da conduta de Caim é um perfeito esboço para a história do homem caído. Primeiro, ele se aproximou de Deus como se ele mesmo fosse Deus, movendo-se contrário à revelação de que ele deveria vir como um pecador, por sacrifício de sangue. Em segundo lugar, ele se irou com Deus quando Ele não aceitou sua oferenda. Desse modo, Caim estava assumindo o lugar que o Diabo prometeu a Eva: "como deuses, reconhecendo bem e mal". É esta ira e esta animosidade em relação a Deus que fazem o homem odiar seu irmão; assim, Caim matou seu próprio irmão. Esse avanço, ou regresso, para as profundezas do pecado e do crime não surge através de uma longa linha de abusos parentais e doenças mentais herdadas: isso flui de um coração humano depravado em uma única geração. Problemas hereditários devem intensificar e complicar o problema, mas a causa é, claramente, um resultado de um coração humano caído e degradado (Mateus 15:19).
Não vemos apenas depravação, mas, em Caim, impenitência. Sua primeira resposta para seu crime não foi o arrependimento, mas ele mentiu para Deus (vs. 9). Lamentou diante de Deus em relação à sua punição (vss.13-14). Ainda não o vemos implorando a Deus por piedade e perdão, mas ele, antes, abandona a presença e o conselho de Deus (vs. 16).
Finalmente, vemos na descendência de Caim a continuação do seu exemplo egoísta e incrédulo. Houve poligamia (vs. 19) e mais assassínio (vs. 23). Notaremos que esses homens não mentalmente impotentes, eram edificadores (vs. 17), pecuaristas (vs. 20), músicos (vs. 21), artesãos (vs. 22).
Observaremos a causa parentética da substituição da descendência espiritual (Gênesis 4:25 - 5:32). Então, vemos o recomeço e a descrição da descendência de Caim em Gênesis 6:1-7. Eles são descritos deste modo: casaram-se como escolheram (Gênesis 6:2), toda a imaginação de seu coração era somente e continuamente o mal.

O PROGRESSO ECONÔMICO DO HOMEM

Gênesis 4:1-24; 6:1-5
Versículo para memorização: Gênesis 4:21
O ensino da "ciência moderna", falsamente assim chamada, assegurar-nos-ia que o homem evoluiu da postura, aparência e mentalidade de animais. Foi-nos dito que há todos os tipos de evidências de que ele progrediu através de muitos estágios de grunhido, alimentação de carne crua, transporte com eixos de pedra, criaturas com habitação em cavernas.
De tempo em tempo, algum escavador de ouro muito ambicioso encontra outro dente de porco, osso do pé ou uma sepultura indiana, asseguram-nos que, finalmente, a "evidência real", que eles sempre souberam estar lá, foi encontrada. Para nenhum estudante objetivo de ciência, a Bíblia fará mais sentido e alcançará maior coesão, histórica e cientificamente, do que qualquer coisa acessível a ele.
Não nego que o homem tenha vivido em cavernas, usado instrumentos de pedra, comido carne crua, bebido sangue, agido como macacos e cheirado como símios. Todas essas coisas ainda são feitas em várias partes do mundo. Nego, entretanto, que esses estilos de vida tenham sido estágios de uma luta ascendente pela vida. Esses são, todos, eventos na história de uma criação caída.
O fato é que tanto a Bíblia quanto a ciência indicam civilizações muito sofisticadas tão antigas quanto o homem. Muito pouco é falado sobre isso porque o homem ainda está mascarando a evidência, para tentar contestar Deus, mas o encanamento antigo é quase tão abundante quanto os eixos antigos de pedra. Depende apenas de onde você quer escavar ou que tipo de data você quer afirmar.
Adão foi o primeiro homem sobre a terra. Ele foi criado há cerca de seis mil anos por um ato direto de Deus. Seu primeiro filho construiu uma cidade (Gênesis 4:17). Dentro de oito gerações de Adão, encontramos pecuaristas, músicos e artesãos de ferro e metal. Isso deveria ensinar que o homem, já naquele tempo, domesticou animais, construiu tendas, edificou construções, produziu ferro e bronze, projetou e fez instrumentos musicais, etc. As pessoas dessa civilização são descritas em Gênesis 6:4 como "homens de fama".
Estou muito certo de que Adão foi criado com todas as faculdades mentais que temos hoje. Isso não quer dizer que eles tinham as invenções que os homens obtiveram presentemente. Isso quer dizer que o quociente de inteligência deles era igual ou provavelmente superior do que o nosso hoje.
O ponto é que Deus criou o homem no auge da inteligência e da integridade, e o homem, por meio da transgressão, caiu em um ponto muito baixo de depravação. Nas palavras de Salomão, "Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias" (Eclesiastes 7:29). Todo progresso que o homem fizer social, moral ou economicamente estará direta ou indiretamente relacionado à graça de Deus.

A DESCENDÊNCIA ESPIRITUAL PRESERVADA

Gênesis 4:25 - 6:8
Versículo para memorização: Gênesis 4:25
Na lição anterior, vimos muito brevemente a história da descendência de Caim. Vimos lá o detalhe das profissões, etc., envolvidas em sua primeira civilização. Na linhagem que vai de Sete a Noé, reuniremos alguns detalhes da história da Bíblia que não podem ser encontrados em nenhum outro lugar.
Note, primeiro, que Sete nasceu no lugar de Abel. Quando você lê a linhagem de Jesus Cristo (através de Maria, de quem Ele recebeu sua humanidade), você o encontra traçado pela geração direta de David, Abraão, Noé e Sete, até Adão. Há algumas coisas muito interessantes e importantes para aprender sobre o povo de Sete a Noé; incluindo Adão e Noé, isso envolve dez gerações. Desses homens, Maalalel viveu oitocentos e noventa e cinco anos. Lameque, pai de Noé (não deve ser confundido com o Lameque de Gênesis 4:19), deve ter vivido apenas setecentos e setenta e sete anos. Enoque foi transladado na idade de trezentos e sessenta e cinco, e os outros sete homens viveram mais de novecentos anos. O tempo total estendido da criação de Adão até o dilúvio foi de mil seiscentos e cinqüenta e seis anos.
Não façamos o erro de imaginar que a descendência de Sete foi uma linhagem divina e que eles não estiveram entre aqueles seres descritos em Gênesis 6:5. Deus preservou uma semente dentro dessas dez gerações e essa semente foi preservada pela graça. O restante da geração de Sete foi descrito em Gênesis 6:5 e foi destruído no dilúvio.
Penso ser esta a família referida em Gênesis 6:2 como os filhos de Deus. Muitos pensam que isso se refere a anjos caídos. Discordo por muitas razões, não sendo a menor delas o fato de que o dilúvio ocorreu para destruir "o homem" (Gênesis 6:5-7) e a destruição foi sobre "tudo em que há espírito de vida" (Gênesis 6:17). Nenhuma dessas categorias de julgamento parece pertencer ou estar diretamente ligada a anjos, caídos ou não.
O que a Bíblia nos ensina através dessa linha de homens é que, quando Adão caiu, toda a sua descendência caiu com ele e nele. Não fosse pela preventiva graça de Deus, todos eles teriam seguido o caminho de Caim. Deus, entretanto, em sua maravilhosa graça e determinação de gerar Cristo na plenitude dos tempos, preservou uma semente espiritual. Mesmo a semente espiritual foi só má continuamente nos pensamentos e na imaginação de seus corações (Gênesis 6:5; 8:21).
A manifestação do julgamento em Gênesis 6:7 foi sobre todos os homens, e isso incluiu Noé, seus filhos, suas mulheres e também toda vida animal. O conjunto de nossa existência e salvação é hoje descrito nessas palavras: "mas Noé encontrou graça".


A ESPÉCIE HUMANA SENTENCIADA À DESTRUIÇÃO

Gênesis 6:1-13
Versículo para memorização: Gn 6:13
Vimos, nas lições anteriores, a criação do homem, sua queda e seu estado de caído. Vimos o progresso econômico e, ainda, a regressão espiritual. Não aprendemos apenas sobre a depravação do coração humano, aprendemos que houve uma progressão anti-Deus até o estado onde Deus proclamou que "toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente".
É nessa visão que encontramos Deus dizendo: "destruirei o homem que criei de sobre a face da terra". Este é o julgamento divino. "Deus disse". Este é o julgamento justo: "Toda vida corrompeu seu caminho". Este foi o julgamento oportuno: "que eu criei". Este foi o julgamento irresistível: "Eu destruirei".
Nunca veremos a beleza e a grandiosidade da graça até que vejamos a justiça do julgamento divino. Se nosso coração apaga-se em simpatia por aquela civilização incrédula, nossas mentes serão ocupadas com a questão: "Por que apenas oito salvos?". Por outro lado, se virmos aquelas pessoas como sendo brutas e absolutamente desprezíveis para que Deus foi gloriosamente justo ao destruir todos eles, então seremos preenchidos com louvor quando dissermos "Mas Noé encontrou graça nos olhos do Senhor".
Outra grande verdade que devemos observar é que toda a relação de Noé com Deus foi um resultado da graça divina sem igual. Sua posição como "um homem justo" e sua conduta, "Noé caminhou com Deus", são ambas produtos da graça divina, e não a causa daquela graça. Alguém deve dizer: "Mas a Bíblia refere-se a Noé como perfeito". Não, não se refere. Refere-se a ele como perfeito em suas gerações. Isso diz respeito à sua genealogia, não ao seu caráter (vs.9). Gênesis 5 e os versículos 9 e 10 de Gênesis 6 nos devem relacionar "as gerações de Noé". Nisso Noé é dito perfeito, não em sua conduta ou caráter.
Desse modo, devemos ver Noé como alguém que devia receber o julgamento e ira justa de Deus, assim como o resto de sua raça. Ele mereceu ser destruído tanto quanto eles, mas achou graça.
O julgamento da condenação eterna passou sobre todos da raça de Adão pois todos pecaram (Romanos 5:12). Cada um de nós que foi salvo e todo aquele que será salvo é exatamente como Noé. Merecíamos a condenação. O julgamento justo de Deus foi passado sobre nós e nada, exceto a vida, que é como um vapor que desvaneça, manteve-nos fora do inferno. Mas Deus escolheu mostrar-nos a graça e revelar-se a Si mesmo entre nós por meio de Sua Palavra e de Seu Espírito. Paulo fala deste modo de nós em Efésios 2:3-5, como "os filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia... nos vivificou juntamente com Cristo".


A CONSTRUÇÃO E O ENCHER DA ARCA

Gênesis 6:8 - 7:16
Versículo para memorização: Gênesis 6:18
Para todo estudante de ciência, o dilúvio é um fato facilmente demonstrado. Para todos os estudantes da Bíblia, a arca não é somente um fato, mas uma curiosidade maravilhosa. Não vamos supor que nenhum outro barco ou navio existiu na época de Noé. Podemos ter certeza, entretanto, que se eles existiram, não foi dada a ninguém a sobrevivência por meio deles.
A arca foi construída pela instrução precisa de Deus. Foi construída de madeira de gofer. Essa palavra significa "abrigar-se em". Assim, é uma madeira usada para construir. É considerada como a maior parte dos ciprestes. As dimensões da arca são dadas em côvados (1 côvado = 45 cm). Essa é a medida do topo do dedo até o cotovelo. As dimensões dadas para um côvado variam entre 45 e 54 centímetros. O comprimento do meu antebraço e de meus dedos é de 50 centímetros. Você conheceria muitas pessoas que variam de um extremo a outro. Lembre-se também de que houve gigantes naqueles dias. Que altura tinha Noé? A arca bem poderia ter sido maior do que imaginamos, mas usando uma figura de 45 centímetros, o que eu considero ser um mínimo absoluto, as dimensões da arca poderiam ter sido 135 metros de extensão, 22,50 metros de largura e 13,50 metros de altura. A janela é descrita somente como terminada em um côvado acima. Eu não acho que podemos esperar que isso seja um buraco quadrado de um côvado no telhado da arca, enquanto isso certamente não seria ar ou luz suficientes necessários para a vida. Eu, antes, acho que podemos esperar uma janela contínua de um côvado de altura em todo espaço ao redor da arca.
Pela providência divina, os animais vieram à arca até Noé, assim como pecadores foram convidados pelo pregador e, invisivelmente e efetivamente, chamados pelo Espírito Santo até Cristo. Em minha opinião, é por essa razão que não conhecemos nem as dimensões exatas da arca nem o número exato de animais dentro dela.
O número é explicado desta forma: de animais limpos... sete, o macho e sua fêmea, de aves... sete, e de animais não limpos... dois, o macho e sua fêmea. Agora, como você toma macho e fêmea por sete? A resposta mais lógica e casual é sete machos e sete fêmeas. Com esse pensamento, desejo que você considere essa possibilidade em Gênesis 7:9-16. "Entraram de dois em dois... macho e fêmea". Eu penso que o significado desse versículo é, de cada animal, dois machos e duas fêmeas. Leia-o cuidadosamente e pense sobre isso.
Em todo caso, a construção, o encher, a flutuação, a sobrevivência e o desembarque da arca são todos atos notáveis de Deus. O ateísmo, hoje, adoraria recusá-lo, mas evidências arqueológicas o proíbem.

 

O DILÚVIO E O MUNDO

Gênesis 7:1-24
Versículo para memorização: Gênesis 7:16
A geologia prova que houve um grande dilúvio sobre a terra. Muitos cientistas ateístas tentam confundir a discussão reivindicando "muitos dilúvios", "oceanos em movimento", "eras de gelo", etc.; todavia, a evidência de um grande dilúvio é incontestável. Ainda que possam desenterrar fósseis e datas especulativas, somente a Bíblia pode nos dizer o que aconteceu e como aconteceu.
Não deixe reivindicações de data, etc. arremessarem-no fora dessa área. Diferentes conteúdos químicos do solo, variações de chuva e uma dúzia de outras coisas alteram a deteriorização e a preservação de qualquer item soterrado, e isso, juntamente com outras complicações, torna impossível a datação.
O dilúvio teve lugar 1.656 anos depois da criação de Adão. Retornando a partir de hoje, foi há cerca de 4.220 anos. Foi extraordinário para a sociedade da época, pois eles nunca haviam visto chuva.  Naturalmente, a chuva não era a única fonte de água. A Bíblia registra que as nascentes das profundezas foram rompidas. O propósito e o resultado do dilúvio eram de que toda a vida animal sobre a terra perecesse. Há alguma variação de opinião a respeito de quais formas de vida entraram na arca. O termo "ser rasteiro" significa répteis ou insetos. É minha opinião que a resposta repousa nas palavras: "toda a carne em que há espírito de vida". O ponto é que todos os tipos de vida que pereceram fora da arca como resultado do dilúvio foram preservados dentro da arca como resultado da graça.
Não é inesperado que as pessoas cujos corações eram somente maldade permaneceram fora da arca e perecerem apesar da pregação de Noé (II Pedro 2:5). O que é surpreendente é que o coração depravado de Noé e os corações de seus filhos e mulheres passaram a acreditar e trabalhar por cento e vinte anos, construindo uma arca. Isso é comparado apenas com o fato de que esse número imenso de animais foi levado para a arca dentro de um período de sete dias. Isso pode ser explicado apenas pelo fato de que Deus pode operar sobre o coração, a mente e o desejo de homens e animais da maneira como Ele escolhe.
As águas começaram a cair no dia exato em que a carga estava completa. Noé entrou na arca e Deus fechou a porta. O dilúvio atingiu a profundidade de 15 côvados (6,75 a 8,1 metros) acima do topo da montanha mais alta, e toda criatura vivente sobre a terra morreu. Foram 40 dias antes que a chuva parasse, 150 dias até que a água retrocedesse o suficiente para a arca não se mover, e um ano e dez dias até que Noé pudesse sair da arca.



O DILÚVIO E NOÉ

Gênesis 8:1 - 9:17
Versículo para memorização: Gênesis 9:9
A aliança divina de Gênesis 6:18 envolve ao menos duas coisas (certamente mais,mas, no mínimo, essas duas). Primeiro, o propósito de Deus de salvar um povo para Si mesmo entre toda a humanidade condenada. Em segundo lugar, envolve a Semente Santa, Cristo, por Quem e em Quem aquele povo escolhido é salvo. Isso não era apenas um acordo condicionado à obediência que faria Noé sobreviver o dilúvio. Foi uma "aliança eterna" (Gênesis 9:16). Isso foi feito entre "gerações eternas" (Gênesis 9:12). Envolveu "toda a alma vivente de toda a carne" (Gênesis 9:16) e, naturalmente, foi consumado na pessoa ressurgida da Semente Santa, Jesus Cristo (Hebreus 13:20).
Agora, vemos os meios daquele propósito em Noé. Deus preservou, por meio da graça, a perfeição da linhagem de Noé (Gênesis 6:8-9), e Deus o chamou para a arca (Gênesis 7:1). Deste modo, vemos que o mesmo dilúvio que destrói o mundo, conduz a arca, salvando Noé, na mesma maneira que a justiça de Deus, que julga a humanidade ímpia, justifica pela graça aqueles que estão em Cristo. As águas prevaleceram sobre a terra, mas a arca ficou sobre as águas (Gênesis 7:18).
Assim que se termina o capítulo sete, notamos a história da destruição da terra mas, assim que nos avançamos para o capítulo oito, percebemos o registro da graça de Deus. A arca flutuou sobre uma terra condenada por cinco meses (150 dias). Havia morte em todo lugar. Havia vida apenas na arca e fora desta vida não houve esperança nenhuma. Eles foram guardados por Deus e para Deus. Desse modo, encontramos aquelas palavras grandiosas em Gênesis 8:1: "E lembrou-se Deus de Noé". Deus removeu a água da terra e, um ano e dez dias depois que a chuva começou a cair, Noé, sua família e todos os animais saíram da arca.
Em Gênesis 8:20, lemos sobre o primeiro altar. No sacrifício feito, havia uma figura de Jesus Cristo morrendo sobre a cruz. No versículo 21, vemos a proclamação maravilhosa de Deus: "Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice". Esteja atento para o fato de que essa grande promessa está relacionada à oferenda do versículo 20 e ao cheiro suave do versículo 21. Tudo isso aponta, em figuras, ao trabalho feito na cruz e o perdão do pecado na pessoa de Cristo.
Esta é a aliança de Deus mencionada em Gênesis 6:18 e 9:11-13, e a aliança eterna de Gênesis 9:16 e Hebreus 13:20. Isso tem alguma relação pessoal com o indivíduo crente? Certamente, tem muita. Essa mesma aliança foi conduzida através de Abraão, Isaque e Jacó. Compare Gênesis 9:16, Gênesis 17:13, 19, Êxodo 31:16 e, então, veja a explicação disso em Gálatas 3:16-17. Observe as palavras "anteriormente confirmada por Deus em Cristo". Agora, leia Efésios 1:3-5.


A HUMANIDADE DEPOIS DO DILÚVIO

Gênesis 9:1-29
Versículo para memorização: Gênesis 8:21
Como mencionamos antes, um erro clássico de muitos é pensar em Noé e sua descendência como uma linhagem boa de pessoas, marcada por um comportamento íntegro constante. Deixe-se saber que Noé foi "um homem justo". Ele "caminhou com Deus". Deus disse sobre ele: "Eu te vi íntegro diante de mim". Tudo isso é verdade e é um resultado da graça, mas deve ficar claro que Noé foi ainda descendência de Adão, e ele e os seus foram todos pecadores, mas por natureza e imputação. Poderíamos saber disso observando sua descendência hoje, mas isso não é necessário. A Bíblia o afirma em Gênesis 8:21: "Porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice".
Essa verdade é demonstrada por toda geração e está registrada desse modo nas Escrituras, como Gênesis 9:22-29. Aqui, encontramos Noé em um estado de embriaguez e nudez. Desse modo, ele está sustentando a tentação para seu filho mais novo, Cão, para pecar, e seu coração depravado responde prontamente. Isso, alternadamente, traz o julgamento sobre sua descendência até Canaã, o mais jovem. Isso deve parecer injusto, mas se entendermos a Bíblia corretamente, veremos a espécie humana como uma raça, e não todos eles como um conjunto de indivíduos separados. Noé compartilhou o pecado de Adão tanto na culpa quanto no julgamento, e isso é transmitido através de Sem, Abraão, Isaque, Jacó, Judá e todos aqueles que nasceram ou nascerão. Mas, em Cristo, toda a semente santa é feita justa. Considere Romanos 5:19.
Deve ser notado também que, como um resultado do efeito do pecado sobre o corpo físico, e alguns pensam que por causa das mudanças na terra depois do dilúvio, a expectativa de vida humana começou a diminuir rapidamente. Noé viveu 950 anos, mas seu filho Sem (o segundo de três) viveu apenas 600 anos. Seu filho, Arfaxade, viveu apenas 438 anos; seu filho, Selá, apenas 433; seu filho, Éber, 468, e seu filho, Pelegue, apenas 239 anos. Quando observamos dez gerações depois, a de Abraão, a expectativa de vida diminuiu para 175 anos. Isaque, depois dele, viveu 180 anos e Jacó, 147.
Outro fato que nos ajudará a entender essa história é que a maior parte disso teve lugar durante a vida de Noé. Abraão nasceu cerca de 58 anos depois de Noé morrer e afastou-se de Harã apenas cerca de dezessete anos após a morte de Noé. Há dez gerações de Adão até Noé e dez gerações de Noé até Abraão. Como o efeito do pecado se expande rapidamente! Mas, em tudo isso, vemos a mão de Deus muito determinada e fielmente estabelecendo Sua aliança eterna pela qual produzirá a semente prometida, Jesus Cristo, por Quem Ele redimirá os homens de seus pecados.

 

A DIVISÃO DAS RAÇAS

Gênesis 9:21 - 10:32
Versículo para memorização: Gênesis 9:19
Este é, em minha opinião, um dos assuntos mais difíceis com que lidar na Bíblia por duas razões. Primeiro, os nomes dessas pessoas e a mudança de nomes das nações durante um período de 4000 anos torna a identidade um pouco difícil. Alguns deles, como as nações dos cananeus, são fáceis. Outros são um pouco obscuros. A segunda razão para a dificuldade é que o preconceito racial por um lado, ou o medo dele por outro, podem nos motivar a chegar a conclusões falsas ou a rejeitar aquelas que são verdadeiras.
Devemos, entretanto, perceber que a marcante, prevalecente e perpétua diferença racial tem alguma razão. O evolucionista pode aceitar que "apenas aconteceu", ou apenas o ambiente a causou. Naturalmente, tanto o senso comum quanto a investigação da história do problema, que temos em mãos, proíbem essa suposição. Um cristão que defende a criação e a existência de 6000 mil anos da espécie humana sobre a terra nesse ponto, deve ter uma resposta bíblica e, em todo caso, os capítulos nove e dez do Gênesis contêm a explicação da Bíblia.
De acordo com Gênesis 10:32, toda a terra foi povoada pelos três filhos de Noé. Jafé era o mais velho (Gênesis 10:21). Cão, era o mais novo (Gênesis 9:24); isso, obviamente, deixa Sem para ser o segundo. Pelo menos, são dadas a linhagem compreensiva desses três e também as áreas que eles povoaram. Por meio disso, podemos traçar o que eu penso ser uma conclusão satisfatória da origem dos povos atuais.
As "Ilhas dos Gentios" foram povoadas por Jafé (Gênesis 10:5). Os estudantes da Bíblia geralmente acreditam - e eu certamente acredito - que isso responde pelo povo do Cáucaso, ou o que é mais comumente chamado de raça branca.
Em mais passagens bíblicas é dada a posição da descendência de Cão e as localizações geográficas, assim, a identidade é mais fácil. A descendência de Cuxe povoou a Etiópia. As palavras hebraicas para Cuxe e Etiópia são exatamente as mesmas. A descendência de Mizraim povoou o alto e o baixo Egito. Além deles, vieram os filisteus ou a nação ancestral da Palestina. Nenhuma descendência é registrada para Pute, então, passamos para Canaã, o filho mais novo. Canaã é o filho sobre quem a maldição de Deus, pronunciada por Noé, foi especificamente colocada. Acredito que foi sobre toda a descendência de Cão (até Canaã). Naturalmente, eles povoaram a região dos cananeus, e como os egípcios e os etíopes, são povos negros.
Os filhos de Sem são os semitas ou, basicamente, as raças orientais. Evidentemente, é desse grupo que Abraão e, subseqüentemente, o povo israelita surgirão.

O TORRE DE BABEL

Gen. 10:8-12; Gênesis 11:1-9
Versículo para memorização: Gênesis 11:7
Como criança, na escola, ensinaram-me que a grande barreira para a paz no mundo era a linguagem. Parecia ser a opinião de muitas pessoas naquele tempo que combates e guerras fluíam do mal-entendimento de nossos companheiros. Aquela mesma filosofia é predominante hoje, e a idéia promovida é de que, se somente o entendimento prevalecer, a guerra cessará na terra.
Eu fiquei atônito quando comecei a estudar minha Bíblia, por aprender que uma outra coisa completamente diferente causava a guerra. É o coração humano corrompido, ganancioso e luxurioso (Tiago 4:1-3).
Foi igualmente, se não mais, espantoso encontrar que Deus foi o autor primário da barreira da linguagem (Gênesis 11:7). Obviamente, quando lemos isso, somos obrigados a perguntar o por quê.
Primeiro, é por causa do homem (a criatura de Deus, criada pelo propósito de Deus) ter um desígnio próprio, incitado pelo Diabo, e essencialmente contrário ao propósito de Deus para ele. Deus disse à descendência de Noé que saísse da arca, multiplicasse na terra e a povoasse (Gênesis 8:16-17; 9:1). Isso, certamente, necessitaria de uma migração ao longo da terra, mas o intuito do homem parecia ser instalar-se e formar uma sociedade monolítica (Gênesis 11:1-4).
Deus chama a atenção, em Gênesis 11:6, que, se o homem, que foi criado à imagem de Deus, não for contido pela graça soberana de Deus, não haverá o que o vença e o contenha em seu propósito do mal. Esse propósito (imaginação) é, naturalmente, apenas mal continuamente, como se afirma em Gênesis 6:5, Gênesis 8:21 e Romanos 1:21-28.
Por causa desta falha da sua natureza o homem partiu para construir a cidade e a torre de Babel. É a opinião de alguns estudiosos da Bíblia que esse projeto foi uma tentativa de aproximar-se a Deus no céu através de sua auto-justiça. Dizem outros, e acredito que corretamente, que este foi um ato de rebelião contra Deus. Desse modo, foi construída em competição com o Deus do céu e foi um templo de adoração de ídolos, fornicação e todo tipo de perversão sexual e religiosa.
Em todo caso, sabe-se que esta cidade e este templo estiveram entre as grandes maravilhas estruturais do mundo. O templo era absolutamente maciço em tamanho e esplendoroso em beleza. Mais tarde, tornou-se o lugar da Babilônia e o quartel general daqueles que se opuseram ao povo de Deus. Encontramos a palavra Babilônia utilizada no livro do Apocalipse, simbolizando a oposição aos santos de Deus.
Os homens ainda estão tentando construir torres de Babel, mas não haverá paz no mundo até que o Príncipe da Paz reine.

DEUS ESCOLHE ABRAÃO

Gênesis 11:10-12:2, Josué 24:2-3
Versículo para memorização: Gênesis 12:4
Em Gênesis 11:10-26, encontramos o número de dez gerações semíticas estendendo-se de Sem até Abraão. Abraão nasceu 58 anos antes que Noé morresse, 292 anos depois do dilúvio. Segundo Josué 24:2-3, o pai de Abraão foi um idólatra, assim, devemos ver que é de tal povo que Abraão surge.
Quando primeiro lemos sobre Abraão deixando Ur dos Caldeus, ele está com seu pai, Terá, e seu sobrinho, Ló, estava com eles. Nesse momento, seu nome era Abrão, não Abraão. Deus modificou-o posteriormente. Não há nenhuma evidência de que Deus chamou Terá, ou de que ele teve alguma parte na ida à terra de Canaã, nem de que Abrão foi primeiro chamado para Harã.
Encontramos em Gênesis 12:1 que Deus chamou Abraão e que aquele chamado incluiu uma ordem para se separar da casa de seu pai tanto quanto para partir em direção à terra de Canaã. Se a participação de Terá, em parte do caminho, foi Abrão segurando-se ao seu pai, ou se foi o pai querendo estar com seu filho, é difícil saber.
Sabemos, de fato, que Deus chamou Abrão enquanto ele ainda estava em Ur dos caldeus (Mesopotâmia), antes que ele viesse a Harã (Charam - Atos 7:2-3). Ele deixou Ur e moveu-se para Harã, então, algum tempo depois, deixou Harã e viajou para Canaã. Ele tinha 75 anos quando deixou Harã. Abrão tinha 58 anos quando Noé morreu. Não me surpreenderia se fosse naquele momento que Deus o chamasse e que aquele intervalo de 17 anos fosse desperdiçado em desobediência parcial.
Quando Abrão deixou Harã, ele levou sua esposa Sarai, que era sua meia-irmã, e seu sobrinho, Ló. Muitos estudiosos da Bíblia consideram que ele estava errado em levar Ló consigo, já que lhe foi dito para deixar sua família. Observe Gênesis 13:14-15.
Quando entendemos o seu passado, a sua linhagem e as primeiras atividades desse homem, devemos nos maravilhar do porque Deus o escolheu, pois certamente não podemos concluir que foi devido a seu caráter e o seu passado. Encontramos a razão para essa escolha lendo algumas passagens como Gênesis 15:18, Gênesis 17:2-13 e Gênesis 17:18-21. O propósito é a aliança de Deus com o descendente de Abraão, e quem é esse descendente? É Cristo (Gálatas 3:16-18).
Parece que a aliança foi, na verdade, com Cristo a Semente e que foi o propósito de Deus estabelecê-la através de Noé, Abraão, Isaque e Jacó. Quando pensarmos nesses homens escolhidos de Deus, nunca pensemos neles como sendo escolhidos por seu valor ou virtude. Antes, pensemos na maravilhosa graça de Deus e consideremos esses homens, como nós, como sendo objetos e beneficiários daquela graça.

A SEPARAÇÃO DE ABRÃO DE SEUS PARENTES

Gênesis 12:1 - 14:24
Versículo para memorização: Gênesis 13:12
Em Gênesis 12:1, aprendemos que Deus disse a Abrão para deixar sua terra natal, Ur dos caldeus, assim como sua família e seus parentes. A viagem de Abrão de Ur para Harã certamente não foi obediência a essa ordem, porque ele foi em companhia de seu pai, Terá, e seu sobrinho, Ló. Além disso, quando deixou Harã e foi, ao longo do território de Canaã, para o Egito, ainda estava em desobediência parcial. Nós o encontramos no Egito arriscando a perda de sua esposa, através de quem o descendente prometido, Isaque, viria. Notamos também que é através da providência de Deus que Sarai é preservada para Abraão e eles são guiados para fora do Egito (Gênesis 12:10-20).
Quando Abraão retornou para Canaã em Gênesis 13, ainda não estava vivendo como Deus lhe disse, pois, ainda que tivesse deixado a terra de seus parentes, havia levado alguns deles consigo. Desse modo, Deus providencialmente separou-os, fazendo o fardo deles excessivo para a região os sustentar. Assim, Abrão habitou na terra de Canaã e Ló localizou seu lugar de morada nas planícies do Jordão e, finalmente, na cidade de Sodoma.
Conforme lemos em Gênesis 13:14-18, parece que, quando Ló separou-se de Abrão, passou para um novo nível de relacionamento com Deus. Há algo aqui, entretanto, que deve ser observado por causa da exatidão e da continuidade escriturais. Ainda que Ló não devesse morar com Abrão, ele era diferente do restante dos parentes de Abrão. Encontramos Abrão lutando por Ló quando esse é tomado como escravo por um rei bárbaro (Gênesis 14:11-16). Devemos entender, também, que foi Deus quem libertou Ló, não o poder ou a experiência em luta de Abrão (Gênesis 14:14, 20).
Não devemos pensar no ato de Abrão aqui apenas como mera ligação de parentesco ou no benefício de Deus como interesse de Abrão meramente. Digo isso porque, em Gênesis 18:23, quando Deus estava prestes a destruir Sodoma, Abrão intercedeu por Ló como por um homem justo, e Deus honrou aquela intercessão preservando Ló e suas duas filhas. Esse ponto de vista sobre a opinião de Deus de Ló é confirmado em II Pedro 2:6-8.
Devemos também estar atentos de que, da relação pecaminosa de Ló com suas filhas, nasceram duas nações. São eles os Moabitas e os Amonitas (Gênesis 19:36-38). Ambos se tornaram um tropeço para Israel, como podemos ver em algumas passagens como Números 25:1-5. Todavia, vemos que Deus não permitiu sua destruição, ainda que fossem pessoas idólatras. Observe Deuteronômio 2:9, 19.
A nação de Moabe também foi o lar de Rute, a grande avó de Davi, e ela se tornou um elo vital na linhagem da aliança, da descendência até Cristo (Mateus 1:5, Rt. 4:10; 18-22).

O NASCIMENTO DE ISMAEL

Gênesis 15:1 - 17:24
Versículo para memorização: Gênesis 17:18
Uma vez que temos toda a revelação do Novo e do Velho Testamento a respeito de Isaque e seu descendente, devemos nos inclinar a repreender Abrão por sua impaciência e falta de fé em relação ao nascimento de Isaque. O estudo cuidadoso, entretanto, nos mostrará porque Abrão é considerado, apesar de seus erros, o pai dos que crêem.
Algum tempo antes de Abrão ter 75 anos, não sabemos quanto tempo, Deus o chamou para longe de seus parentes. Ele passou algum tempo em Harã e não teve nenhum filho. Ele deixou Harã, passou por Canaã, esteve por um tempo no Egito e, então, retornou a Canaã.  Não apenas ainda não tinha descendentes, como Deus lhe havia prometido, como também a providência separara dele seu sobrinho, Ló. Em Gênesis 15:2-3, vemos Abrão admirando-se e perguntando a Deus se um servo nascido em sua casa deveria ser seu herdeiro. Não grite "fé fraca" antes de se lembrar que Abrão, agora, havia estado em uma terra estranha por 8 anos e não tinha nenhum filho. Parece haver mais de 25 anos, depois que Deus primeiro chamou Abrão, até que Ele definitivamente lhe prometesse um filho, nascido de Sarai (observe Gênesis 17:1; 15-16).
É nesse contexto, mais de dez anos depois que Abrão deixou Hanã, que ele atende uma sugestão de sua esposa estéril. Essa sugestão foi de que, já que ela era estéril, que Abrão tomasse Agar, criada de Sarai, e criasse o filho que Deus havia prometido. Tal prática era muito comum naquela sociedade. Certamente, foi pecado perante Deus, mas aquela sociedade não olhava para isso como sendo assim, e para Sara não era absolutamente vergonhoso, comparado a ser estéril. A poligamia era comum e Agar se tornou esposa de Abrão.
Há, entretanto, um problema aqui. Deus prometeu a Semente (Jesus Cristo) através de Sete, Noé, Sem, Abrão, etc., e Agar é egípcia, a descendência de Cão através de Mizraim, e não de Sem, como é Sarai. Portanto, o fruto de uma união entre Abrão e Agar não poderia produzir a semente prometida, anunciada do começo ao fim da Bíblia. Encontramos, entretanto, Deus prometendo multiplicar a descendência de Agar (Gênesis 16:10-11). Esse filho nasceu para Abrão e Agar quando Abrão tinha 86 anos e ele é o pai de todo o povo árabe presentemente, uma mistura de Cão e Sem. Observe a natureza nômade e egoísta desse povo, profetizada em Gênesis 16:12.
Em Gênesis 17, Abrão tinha 99 anos e Ismael, 13. Naquele tempo, Deus apareceu para Abrão e revelou-se a si mesmo para Abrão de uma nova forma, o Deus Todo-Poderoso. Assim, veio o impacto da vida de Abrão. Sara daria a Abraão um filho. Seu filho seria Isaque e o povo da aliança viria dele.

O NASCIMENTO DE ISAQUE

Gênesis 18:1-15; 21:1-21; 22:1-19
Versículo para memorização: Gênesis 21:3
Conforme progredimos nos eventos da vida de Abraão, vemos que ele esteve na região de Canaã por aproximadamente 25 anos. Ele tem cerca de 100 anos e sua esposa, aproximadamente 90. Ele tomou uma escrava egípcia para ser sua segunda esposa, ou concubina, e ela lhe deu um filho (Ismael), que agora tem 13 anos de idade. Deus, entretanto, apareceu a Abrão apenas alguns meses antes e informou-o que Ismael não era a semente prometida, que seus nomes deveriam ser mudados e que Sara deveria dar-lhe um filho.
No capítulo 18, Deus apareceu para Abraão e nesse momento informou Sara. Sara riu (Gênesis 18:12), em descrença, exatamente como havia feito Abraão em Gênesis 17:17. Todavia, o plano e a proposta aqui eram de Deus, e não de Abraão e de Sara. Assim, no momento apontado, um filho nasceu e, como Deus disse, ele se chamou Isaque. Quando Isaque foi desmamado, Ismael foi visto zombando. Isso é muito característico da carne cobiçando contra o Espírito (Gálatas 5:17). Sara disse a Abrão para expulsar Agar e Ismael. Ele detestou fazê-lo, mas Deus lhe disse que Sara estava certa, e assim foi feito. Não pense agora em uma mulher desamparada e uma criança indo embora. Agar era, provavelmente, uma mulher rica e Ismael deveria ter entre 15 e 19 anos, dependendo da idade de Isaque quando foi desmamado. Ismael veio a ser uma grande raça, os árabes, e como vemos hoje, sempre escarneceu, competiu, e lutou com o povo israelita.
Não podemos ter certeza absoluta da idade de Isaque naquele momento, mas provavelmente tinha entre 21 e 25 anos de idade quando Deus desafiou Abraão a sacrificá-lo como um holocausto queimado. Podemos estar certos de que Abraão ficou estupefato, pois Deus havia sido muito insistente em relação ao nascimento de Isaque. Não apenas isso, mas também todas as promessas que foram feitas a Abrão e seu descendente dependiam de Isaque. Abraão, entretanto, era forte na fé e obediente a Deus. Depois de uma viagem de três dias ao monte Moriá, ofereceu Isaque ao Senhor. Deus, naturalmente, parou-o antes que Isaque fosse assassinado e Hebreus 11:17-19 nos diz que, em figura, Abraão ofereceu Isaque pela fé e o recebeu da morte.
Acredita-se que a montanha onde Isaque foi oferecido é o local de Jerusalém. Eu não ficaria surpreso se esse fosse, na verdade, o monte Calvário. Em todo caso, sabemos que isso foi um simbolismo triplo de Deus dando Seu Filho, o Filho sendo obediente à morte, e um substituto sendo providenciado para o condenado. Gênesis 22:14 é uma profecia e é, de fato, isso: Jeovah-Jireh (o Senhor proverá). No monte do Senhor, aquela provisão deveria ser vista. Fala-se de Cristo, nosso Salvador.



A DESTRUIÇÃO DE SODOMA E GOMORRA

Gênesis 18:16 - 19:38
Versículo para memorização: Gênesis 19:15
Depois que Deus (nas pessoas dos três homens) apareceu a Abraão e Sara nos carvalhais de Manre (Gênesis 18:1), levou adiante uma obra da preservação. Ele destruirá Sodoma e as cidades pecaminosas das planícies, e Ló foi retirado dentre eles.
Em Gênesis 18:16-22, vemos Deus revelando a Abraão seu intento de destruição sobre Sodoma e Gomorra. Então, Abraão assumiu a posição de intercessor em nome de Ló e sua família. Começou com 50 e reduziu a 10, que era, provavelmente, um número menor do que a família imediata de Ló em Sodoma. É notável que não intercedeu pessoalmente por Ló e os justos de sua família, mas pela cidade. Todavia, parece que sua intercessão é poderosa (Gênesis 19:29). Veja a diferença em João 17:9.
Segundo Gênesis 13:13 e muitas outra passagens, os sodomitas foram excessivamente pecadores diante de Deus. Qual foi esse grande pecado? Entre outras coisas, foi o pecado da homossexualidade. Isso pode ser visto pela leitura cuidadosa de Gênesis 19:4-12. Desprezaram Ló por chamá-los de pecaminosos (Gênesis 19:9), bem como homens de corações e mentes pervertidas tentariam justificar esse pecado perverso e obsceno hoje. Deus, entretanto, descreve a pecaminosidade deste ato imoral em Romanos 1:24-28. Assim como Deus julgou aquele ato no passado, irá julgá-lo no futuro.O homossexual irá tentar justificar-se, mas ele deve se arrepender ou será condenado.
Dois dos homens (anjos) que apareceram para Abraão foram a Sodoma e, depois de alguma persuasão, entraram na casa de Ló. Provaram ser capazes de proteger não apenas a si mesmos dos pervertidos, mas também a casa de Ló. Então, enviaram Ló para se juntar à sua família e para libertá-los da ira de Deus. Mas, infelizmente, Ló viveu muito tempo entre esse povo para persuadir sua família de que eles eram maus. Para eles, ele pareceu ser um zombador (Gênesis 19:14).
Na manhã seguinte, os anjos advertiram Ló a tirar sua mulher e as duas filhas da casa e fugir para as montanhas. Ló hesitou provavelmente por causa de seus filhos que não iriam, então os anjos os pegaram e, na misericórdia de Deus, forçaram-nos de sair da cidade e os impulsionaram a fugir por suas vidas. Assim, depois de muita súplica, Ló partiu para a pequena cidade de Zoar. Sua mulher olhou para trás e foi transformada em uma estátua de sal.
Deus fez chover fogo sobre as cidades de Sodoma e Gomorra e as destruiu totalmente. Hoje, há aqueles para quem qualquer um que fale do julgamento de fogo de Deus sobre o pecado parece um zombador. Esteja certo, amigo pecador, tal julgamento de fogo de Deus sobre o pecado não é piada. Em II Pedro 2:6-8, encontramos Pedro fazendo referência à ruína destas cidades. Diz que isso foi um exemplo para todos que viveriam incrédulos.

UMA NOIVA PARA ISAQUE

Gênesis 24:1-67
Versículo para memorização: Gênesis 24:58
Uma das mais belas histórias em toda a Escritura é a aquisição de uma noiva para Isaque. Isaque é o filho através do qual Deus prometeu gerar o Semente Espiritual, que é Cristo. Nesse momento, ele tem cerca de 40 anos de idade. Seu pai, Abraão, tem por volta de 140 anos e sua mãe, Sara, morrera há aproximadamente 3 anos.
Abraão chamou seu principal servo (provavelmente Eliézer de Damasco - Gênesis 15:2-3) e o fez proferir um juramento de obter uma noiva para Isaque conforme uma maneira muito particular. Lendo Gênesis 22:20-24, aprendemos que esta não é meramente a instrução de Abraão que é dada a seu servo, mas que Deus havia verdadeiramente lhe revelado a identidade de Rebeca, e foi Deus quem conduziu a questão todo o caminho. Observe Gênesis 24:14. As instruções são bastante específicas. A noiva de Isaque deveria ser semita, não uma nativa da terra de Canaã (uma hamita). Eliézer foi mandado de volta à Mesopotâmia para buscar uma noiva para Isaque. Duas coisas foram insistentemente proferidas por Abraão. Isaque nunca poderia ser levado à Mesopotâmia, e ele não deveria absolutamente se casar com uma cananéia.
Com essas instruções, e com as provisões de que necessitaria, Eliézer partiu. Eliézer estava cônscio de que Deus havia escolhido uma noiva para Isaque (Gênesis 24:14), mas não tinha nenhuma maneira de saber quem ela era. Assim, pediu a Deus um sinal muito específico sobre sua identidade. Essa seria não apenas a prontidão dela em lhe ceder água, mas também sua voluntariedade em dar água também a seus camelos. Eliézer mal tinha terminado sua súplica quando Rebeca apareceu e respondeu exatamente conforme aquilo pedido. Rebeca era a neta de Naor, irmão de Abraão. Isso deveria fazê-la sobrinha-neta de Abraão e prima-segunda de Isaque.
Quando Eliézer anunciou sua missão a Betuel, pai de Rebeca, e Labão, seu irmão, consentiram em dar Rebeca a Isaque, acreditando que aquele era o plano determinado de Deus. Eliézer, então, deu a Rebeca presentes muito caros e preciosos, que simbolizam as coisas que nos são dadas em Cristo. Ele deu presentes também à sua mãe e a Labão, seu irmão, e pediu permissão para levá-la e retornar a Isaque. Estavam dispostos a deixá-la ir, mas desejavam que ela esperasse um momento. Quando a decisão foi deixá-la ir, ela consentiu em partir com ele, e retornaram para a terra de Canaã.
Quando retornaram, Isaque saiu para encontrá-los, e o casamento ordenado por Deus foi iniciado.


MENINOS GÊMEOS - DUAS NAÇÕES
Gênesis 25:1 - 27:46
Versículo para memorização: Gênesis 25:33
Quando Isaque tinha 75 anos, Abraão morreu. Abraão teve seis outros filhos com uma concubina chamada Quetura. A Bíblia registra que ele deu presentes a eles e os mandou para longe de Isaque, mas toda a sua riqueza estava reservada para Isaque.
Quando Abraão morreu, Isaque e Ismael sepultaram-no na cova de Macpela, onde ele havia sepultado Sara. Agora, Deus procederá a criar Seu semente ordenado, através de Isaque. Constatamos, porém, que o mesmo problema de esterilidade sofrido por Sara é compartilhado por Rebeca; assim, Isaque rogou a Deus por um filho e Deus respondeu dando-lhe meninos gêmeos.
Houve um conflito entre Esaú e Jacó mesmo antes que nascessem, e isso realmente nunca mudou. Esaú foi o primeiro a nascer e era o preferido de Isaque. Jacó foi o segundo. Ele era o preferido de Rebeca, e já no nascimento ele desejou ter a primogenitura de Esaú. Talvez a personalidade impulsionou Rebeca a favorecer Jacó sobre Esaú, talvez isso ocorreu porque Deus havia revelado a ela que Esaú serviria Jacó. Esaú era um homem do campo, um caçador habilidoso; Jacó era um homem simples e morava em tendas.
Um dia, Esaú veio de sua caçada muito faminto e encontrou Jacó cozinhando uma sopa de lentilhas. Pediu um pouco a Jacó e ele propôs a venda da primogenitura de Esaú em troca de um guisado de lentilhas. A sutileza de Jacó em fazer tal proposta é igualada somente à ignorância de Esaú por menosprezar sua primogenitura ao vendê-la por uma porção de lentilhas ensopadas.
Quando chegou o tempo de Isaque, na sua velhice, passar a benção da primogenitura para seu filho, ele, como era costumeiro entre o povo semita, propôs dá-lo a seu filho mais velho, Esaú. Ele enviou-o ao campo para apanhar um veado, e prometeu que, em recompensa, lhe daria uma benção.
Rebeca tramou um plano por meio do qual Jacó substituiu carne de bode, afirmou que era de viado e que ele era Esaú; por meio disso, recebeu a benção que Isaque havia planejado para Esaú. Você pode entender como foi a conduta de Esaú, assim como a de Jacó e a de Rebeca, comparando Gênesis 27:34-36 a Hebreus 12:16-17.
O ódio de Esaú por Jacó foi tão grande por causa disso, que ele propôs matá-lo mas, naturalmente, Deus tinha outros planos para ele. Ele foi para Padã-Arã em fuga de seu irmão furioso. Foram 20 anos até que retornasse. Seu nome havia mudado para Israel e tinha 12 filhos, que deveriam se tornar pais de 12 tribos.

 

O NASCIMENTO DA NAÇÃO DE ISRAEL

Gênesis 23:1 - 29:35
Versículo para memorização: Gênesis 32:28
Estudantes mais aplicados também devem ler Gênesis 30-33
Esaú ficou tão furioso por causa do roubo das bênçãos que desejou matar seu irmão mais novo, Jacó. Isaque e Rebeca, entretanto, mandaram Jacó para a região de Harã (Padã-Arã), que fica na Mesopotâmia. Ele teve uma grande experiência com Deus durante sua viagem. Quando chegou lá, conheceu sua prima Raquel e imediatamente se apaixonou por ela. Ela o levou para a casa de seu pai e Jacó concordou em morar com Labão e trabalhar sete anos para ele, em pagamento para que Raquel fosse sua esposa.
Labão era um homem astuto como Jacó (o enganador) e constantemente tentava trapaceá-lo, ainda que seja óbvio que Deus abençoou Labão por causa de Jacó. Jacó havia trabalhado sete anos, Labão deteve Raquel e lhe deu Lia, sua irmã mais velha, como sua esposa. Jacó consentiu em trabalhar mais sete anos se ele lhe desse Raquel e, assim, teve duas esposas. Lia tinha uma serva pessoal chamada Zilpa e Raquel tinha uma serva pessoal chamada Bila, que Labão lhes deu como presentes de casamento. Tanto Zilpa quanto Bila tornaram-se concubinas de Jacó, e essas quatro mulheres juntas deram-lhe 12 filhos. Lia era a mãe de Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulon, seis ao todo. Bila foi a mãe de Dã e Naftali; Zilpa foi a mãe de Gade e Aser; e Raquel, que havia sido estéril, finalmente deu à luz a José.
Depois disso, Jacó tomou suas esposas e seus onze filhos e retornou para a terra de Canaã. Lá, entre Betel e Belém, em seu leito de morte, Raquel deu à luz a Benjamin. Desse modo, Jacó foi pai de 12 filhos.
Entretanto, durante a viagem de retorno, algo aconteceu. Na noite anterior a quando Jacó cruzou o riacho Jaboque, um homem lutou com ele. A resistência e a vontade própria de Jacó foram tão fortes que lutaram até o raiar do dia. Nesse momento, o homem (aparentemente o anjo do Senhor) tocou a concavidade de sua coxa, deixando Jacó manco provavelmente por todo o restante de sua vida. Foi nessa condição dependente que Jacó segurou o anjo, insistindo por uma benção, e foi subseqüentemente chamado Israel (príncipe com Deus) apesar de Jacó (enganador). Assim temos os 12 filhos de Israel. 
Em sua velhice, Jacó transmitiu uma dupla porção de benção para José, através de seus dois filhos, Efraim e Manassés, cujos nomes substituíram aqueles de José e Dã nas 12 tribos e, assim, temos a origem das 12 tribos de Israel.

 

 

ISRAEL ENTRA EM ESCRAVIDÃO

Gênesis 37:1-36; 39:1-23;46:1-34.
Versículo para memorização: Gênesis 50:20
Estudantes mais aplicados também devem ler Gênesis 37-47
Em Gênesis 15:13, Deus disse a Abraão que sua semente seriam estrangeiros em uma terra que não era deles. Está perfeitamente claro, a partir da descrição dada por Deus sobre aquele tempo e do que deve acontecer, que Ele fala de sua escravidão no Egito. Mas, na ocasião em que a casa de Israel vai para o Egito, totaliza 70 pessoas (Gênesis 46:26-27). Como tanta gente será cuidado? Bem, vemos duas forças em ação o efetuando. Primeiro, há a depravação humana agindo no coração dos irmãos de José. Em segundo lugar, há a providência preventiva de Deus agindo tanto sobre eles quanto sobre os egípcios.
Jacó enviou José, um jovem profeta especialmente amado por Israel seu pai, para verificar como seus irmãos estavam e os seus rebanhos. Quando o viram chegando, seu ódio acendeu dentro deles e conspiraram para matá-lo. (Gênesis 37:20). Deus, entretanto, moveu-se sobre o coração de Rúben. Isso deu a José uma libertação temporária (Gênesis 37:21-22). Deus, então, transformou o coração mau de Judá, alterando-o do assassinato e permitindo-lhe focalizar-se na ganância. Judá, desse modo, apelou para a cobiça de seus irmãos, e venderam José para um grupo de comerciantes ismaelitas (Gênesis 37:25-28). Agora, tudo isso foi feito pelo mal de seus próprios corações. Deus apenas direcionou aquele mal para certas diretrizes para operar a Sua vontade divina (Gênesis 45:7).
José foi conduzido para o Egito e comprado por Potifar como um escravo mas, mesmo lá, não poderia ascender ao nível que Deus ordenou para ele; assim, novamente, a depravação humana é compelida a operar para a glória de Deus. A combinação de luxúria, orgulho e falsa acusação pela esposa de Potifar coloca José na prisão (Gênesis 39:7-20), mas Deus estava com ele (Gênesis 39:21)! Assim, José prosperou mesmo na prisão (Gênesis 39:21-23). Foi lá que José profeticamente interpretou sonhos, que subseqüentemente o levaram à presença do Faraó.
Depois de dois anos na prisão, o Faraó teve um sonho, o qual resultou em José sendo libertado da prisão. Interpretando o sonho, José salvou o Egito da fúria de uma grande fome e, desse modo, tornou-se o governador sobre toda a economia do Egito (Gênesis 41:25-57).
Quando os sete anos de fome chegaram, Jacó (Israel) mandou seus filhos ao Egito por comida. José os reconheceu, mas foi apenas na segunda viagem que se revelou. Ele, então, serviu como os meios pelos quais toda a casa (família) de Israel foi conduzida para o Egito. Por causa da grande utilidade que José era para o Egito, a Casa de Israel veio para o Egito como convidados de honra e a terra de Gósen lhes foi dada.

A NAÇÃO DE ISRAEL NO EGITO

Gênesis 49:27 - 50:26; Êxodo 1:1 - 2:10
Versículo para memorização: Êxodo1:8
Estudantes mais aplicados também devem ler Gênesis 48 até Êxodo 1
Até agora, cobrimos cerca de 2300 anos da história de 6000 anos do homem sobre a terra. Aprendemos sobre a escolha e o nascimento de uma nação com a qual Deus tratará muito particularmente. Na lição anterior, estudamos a providência de Deus em levar aquele povo escolhido para a região do Egito. Nesta lição, estudaremos o acontecimento da permanência de Israel no Egito.
José tinha 30 anos quando se apresentou diante do Faraó (Gênesis 41:46). Isso ocorreu aproximadamente 9 anos depois que a casa de Israel foi para o Egito e, enquanto José viveu, eles foram convidados de honra (Gênesis 47:5, 6, 11). Parece que, durante toda a vida de José, que foi de cerca de 71 anos depois que Israel foi para o Egito, eles permaneceram pessoas muito honradas naquela região. Assim, o livro do Gênesis termina com José em um caixão no Egito.
Em Êxodo 1:8, encontramos uma mudança significativa tomando lugar. Deus havia dito a Jacó que, enquanto estivessem no Egito, Ele faria deles um povo poderoso (Gênesis 46:3). Em Êxodo 1:8-9, percebemos um novo Faraó no Egito que não conheceu José. Ele testificou o cumprimento da palavra de Deus que disse que Seu povo seria "muito, e mais poderoso do que nós". Assim, esse mau faraó tentou, pela calamidade e pela escravidão rigorosa, diminuir a força deles, mas, quanto mais ele os afligia, mais eles cresciam. O faraó, então, decretou que todos os bebês homens deveriam ser destruídos no nascimento. Uma conspiração diabólica para romper a linhagem sangüínea de Abraão até Cristo, mas, mesmo as parteiras egípcias temiam a Deus mais do que ao faraó e salvaram as crianças do sexo masculino. Durante muitos anos, Israel serviu sob essa tremenda aflição mas, apesar de tudo isso, continuavam a progredir. Em Êxodo 2:22-23, encontramos Israel suplicando a Deus por causa dessa aflição e a afirmação de que Deus lembrou-se de Sua aliança com Abraão. Compare Gênesis 15:7, Êxodo 2:24 e Gálatas 3:16-18.
Foi em tempos como esses que Anrão e sua esposa Joquebede, ambos filhos de Levi, tiveram um filho. Eles, de alguma forma, sabiam que ele era uma criança especial. Eles o ocultaram dos egípcios tanto quanto foi possível, então, colocaram-no no rio em uma arca de junco. Na providência de Deus, a filha do faraó aproximou-se para banhar-se e suas criadas o encontraram. Deus moveu-se tanto sobre seu coração que ela teve compaixão e, em lugar de matá-lo, ela o adotou e ele tornou-se seu filho. Ela lhe deu o nome de Moisés, que significa "retirado". Ela o chamou assim pois o tirou do rio. Deus, entretanto, nomeou-o assim porque Ele o usaria para retirar seu povo, Israel, do Egito.

 

A PÁSCOA

Êxodo 11:4 - 13:16
Versículo para memorização: Êxodo 12:13
A ordenação de todas as ordenações do Velho Testamento é a páscoa. Isso encerra dentro de seu simbolismo não apenas o mistério do evangelho, mas muitas das doutrinas da Bíblia reveladas no Novo Testamento.
Nesse ponto, a peregrinação de Abraão e sua descendência, agora referida como a casa de Israel, foi de 430 anos. Os primeiros 215 anos disso, englobam as vidas de Abraão, Isaque e Jacó como estrangeiros na terra de Canaã. A segunda metade foi do momento em que Jacó trouxe sua família para o Egito até o momento em que Moisés os conduziu para fora.
Você se lembrará de que o faraó havia endurecido seu coração apesar de grandes milagres e pragas terríveis de Deus, porque queria manter Israel em escravidão. Em Êxodo 11:1, lemos o anúncio de que Deus mandará sobre o Egito mais uma praga, tão terrível que o faraó não apenas deixaria Israel ir, mas também o impeliria para fora da região. Essa praga, quando à meia-noite Deus sairia pelo Egito e todo o primogênito na terra do Egito morrerá, tanto dos homens quanto dos animais. Esse julgamento é simbolicamente representativo da morte por causa do pecado, imposta não somente sobre toda a raça humana, mas sobre todo o domínio de Adão.
A libertação ordenada por Deus é chamada de páscoa e é simbolicamente representativa do único meio de libertação daquela condenação universal. Desse modo é, naturalmente, um símbolo do Cristo crucificado, que é o único caminho da salvação (Atos 4:12).
Essa ordenança foi observada com dois elementos básicos: o pão sem fermento e o cordeiro pascal. O pão era uma forma do corpo puro de Cristo (I Coríntios 11:23-24). O cordeiro sem mancha ou defeito também era uma figura do Cristo perfeito, e seu sangue tipificou o sangue de Cristo, que foi derramado para nos salvar da escravidão e da pena do pecado (I Coríntios 11:25; Lucas 22:20).
Esteja certo de que estas ordenanças não estão planos separados de Deus. A aliança perpétua de graça feita com Adão (Gênesis 3:15), estabelecida através de Noé (Gênesis 6:18), testemunhada por Abraão através da ordem da circuncisão (Gênesis 17:10-13), confirmada em Israel pela adição da páscoa à circuncisão (Êxodo12:43-45), está apontando para a crucificação de Cristo e é realizada nela (Gálatas 3:16-18).
Essa ordenação importante deveria ser cuidadosamente observada todo ano para continuar apontando Israel para a cruz de Cristo. Eles não foram salvos por essa observação. Foram salvos pelo sangue de Jesus. A páscoa simplesmente os apontaram para a cruz no futuro, assim como a Mesa do Senhor nos aponta a cruz no passado.

O ÊXODO

Êxodo 2:11 - 4:31
Versículo para memorização: Êxodo 3:10
Estudantes mais aplicados também devem ler Êxodo 2 - 13
Embora Moisés fosse legalmente neto do faraó, foi providencialmente criado por sua própria mãe (Êxodo 2:8-10); por essa razão, teve diante de si dois modos de vida. Foi educado pelos egípcios, sendo levado para a cultura mais elevada daquela época. Por outro lado, foi criado por sua própria mãe e foi instruído nas coisas de Deus. Paulo fala dessa escolha em Hebreus 11:24-27. Escolheu identificar-se com a nação de Israel afligida e recusar-se a ser chamado de o filho da filha do faraó. Em Êxodo 2:11-15, vemos a evidência externa desta escolha. Em defesa de um companheiro israelita, matou um egípcio e foi, subseqüentemente, forçado a fugir para Midiã.
Tinha 40 anos nesse momento. Poderia parecer que tudo está fora de controle. Aqui está esse "menino formoso", com tamanho potencial, e toda essa educação e potencial influenciam o Egito, fora no deserto, pastorando ovelhas. Deus, entretanto, o está enviando para uma escola por 40 anos, preparando-o para retornar e conduzir o povo para o caminho de Deus.
No deserto, Deus falou para Moisés em uma sarça ardente, e lhe disse para retornar e ordenar ao faraó que deixasse Israel partir. Moisés alegou inabilidade e Deus assegurou-lhe que seria pelo poder divino que Israel seria libertado.
Assim, começando no capítulo 5, vimos o começo de uma grande demonstração do poder de Deus diante do faraó. No lugar de libertar o povo, o faraó intensificou a aflição. Deus transformou as águas do Egito em sangue. Castigou toda a região com rãs. Transformou a poeira em piolhos. Causou grandes enxames de moscas para encher a região. O faraó ofereceu a deixar Moisés e Arão fazerem sacrifício para Deus no Egito, mas esse não era o plano de Deus. Deus trouxe doenças sobre o gado e os cavalos. Castigou os egípcios com sarna. Castigou-os com granizo, que matou os animais do campo e as criações, assim como a colheita. Mandou gafanhotos que cobriram a terra. Deus castigou a terra com escuridão. Tudo isso veio sobre o Egito, e não sobre Gósen; não obstante, em vez de se arrepender, expulsou Moisés de sua presença.
Finalmente, Deus mandou a morte para o Egito, matando todos os primogênitos. Deus poupou Israel por meio do sangue do cordeiro da páscoa (uma figura de Jesus Cristo). No primeiro sinal, o faraó conduziu Israel para fora do país e deu-lhe as jóias, etc., que haviam pedido. Deus, então, endureceu o coração do faraó e ele foi atrás de Israel, alcançando-o no Mar Vermelho. Lá, Deus libertou Israel, assassinou o exército do faraó e glorificou-se a Si mesmo.

ISRAEL NO MAR VERMELHO

Êxodo 13:17 - 14:31
Versículo para memorização: Êxodo 14:29
Nesse ponto, duas mudanças básicas de abordagem para nossa série de lições são necessárias. Até agora, Israel tem sido somente a família de Jacó em escravidão no Egito. Eles haviam ido meras 70 pessoas. Deus os havia abençoado, entretanto, e apesar da escravidão cruel, atravessaram o Mar Vermelho, uma multidão de cerca de dois milhões de almas. Assim, agora pensamos não apenas na família de Jacó, mas na nação de Israel. Outra mudança de abordagem será a maneira de datar. Como viemos através do livro do Gênesis, basicamente figuramos nossas datas da criação em diante. Agora, as figuraremos a partir da vinda de Cristo (a.C.). Por exemplo, o dilúvio ocorreu 1656 anos depois da criação e aproximadamente 2236 a.C. Isso coloca a criação há cerca de 3892 a.C. De Gênesis 1:1 a Êxodo 2:25, que é da criação até o retorno de Moisés ao Egito para conduzir fora seu povo, há uma distância temporal de 2448 anos. Esse é o intervalo de tempo abordado até agora em nossa série e no estudo dos 52 capítulos da Escritura. Os 38 capítulos restantes do Êxodo cobrem apenas cerca de um ano e considera-se que tiveram lugar por volta de 1444 a.C.
A lição 30 revelou a grande disputa entre Moisés e o faraó, e o braço de Deus assim superando o faraó, que expulsa o povo. Conforme continuamos, vemos um exército saudável em conjunto de todo o restante de Israel, conduzido através do deserto do Mar Vermelho, carregando com eles os ossos de José, como ele havia pedido.
Estavam indo para uma terra estrangeira, por uma rota desconhecida. Não havia escoteiros ou guias, mas Deus os conduziu. Isso foi feito por uma coluna de nuvens, durante o dia, e uma coluna de fogo, durante a noite.
Quando tudo isso estava estabelecido e Deus havia posicionado Israel onde não poderia tramar uma fuga, Ele enrijeceu o coração do faraó e ele os perseguiu. Seu intento era recapturá-los e retorná-los à escravidão. O faraó os perseguiu com todas as carruagens do Egito e todos os seus exércitos, aparentemente reunidos e conduzidos por 600 carruagens escolhidas.
Quando Israel atentou para a aproximação do exército, esqueceram a mão de Deus no Egito, ficaram agitados com medo, comunicaram e rebeldia a Moisés. Deus manteve Israel e o Egito separados durante a noite pela coluna de fogo. Na manhã seguinte, quando o exército do faraó tentou seguir através do Mar Vermelho por terra seca, como Israel havia feito, Deus fechou as águas sobre eles e os destruiu completamente.



ISRAEL NO DESERTO ! PARTE 1

Êxodo 15:1-2; 15:22 - 18:27
Versículo para memorização: Êxodo 16:2
Em Êxodo 15:1-2, encontramos os filhos de Israel cantando cânticos para Deus pela grande libertação do Egito. Somente três dias depois os encontramos murmurando contra Moisés (Êxodo15:22-24). Esse parece ser o modelo constante para eles e sua descendência.
É apenas um mês e meio depois que eles entram no deserto de Sim, próximo ao monte Sinai, e lá os encontramos dizendo: "Quem dera tivéssemos morrido no Egito" (Êxodo16:1-3). É nesse ponto que Deus lhes dá o maná do céu e codornizes para que comam tanto quanto possam; ainda assim, os murmúrios nunca parecem cessar. Considere o testemunho sobrenatural que deve acompanhar o pão vindo do céu e codornizes sendo trazidas pelo vento; eles ainda murmuraram. Considere que conheciam a obra sobrenatural de Deus ao mover o coração do faraó para retirá-los do Egito e em conduzi-los através do Mar Vermelho, ainda assim acusam Moisés por guiá-los pelo deserto (Êxodo 16:2-3). O milagre do maná foi uma mensagem diária e semanal de Deus. Recebiam-no durante apenas 6 dias e, nos 5 primeiros, não deveriam armazená-lo, ou cheiraria mal e criaria bichos. Entretanto, no sexto dia, colheram o dobro, para ninguém abater no sábado, e a porção extra que colheram para o sábado não cheirou mal nem criou bichos. Além de reclamarem, agiram como se Moisés os tivesse conduzido para o deserto e Deus nem sabia que estavam lá. Observe Êxodo 16:6-8. Conforme se mudam, enfrentam a necessidade de água, mas buscam a Deus? Não, novamente, murmuram e acusam Moisés. Nesse ponto, estão praticamente prontos para apedrejá-lo. Deus, então, instruiu Moisés a ferir a rocha de Horebe com sua vara. Assim que o fez, a água jorrou suficiente para que todos os filhos de Israel bebessem.
Lembre-se que, durante o confronto com o faraó, Moisés havia enviado sua esposa e filhos para o pai dela. Parece que, em algum momento imediatamente anterior ou enquanto Israel estava em Horebe, Jetro, sacerdote de Midiã, sogro de Moisés, trouxe sua esposa, Zípora, e seus dois filhos, Gérson e Eliézer, de volta para ele. Ele encontra Moisés carregando um peso impossível e dá-lhe um sábio conselho, que se tornou uma prática ao longo da vida de Moisés. Sub-governadores e juízes foram colocados em maiorais de mil, de cem, de cinqüenta e, então, de dez. Isso agradou a Deus e foi praticado em Israel.

ISRAEL RECEBE A LEI DE DEUS

Êxodo 19:1 - 20:26
Versículo para memorização: Êxodo 19:8
Os capítulos de 19 a 31 do Êxodo englobam duas grandes esferas de instrução para Israel. São a cessão da lei e a instrução para a construção do tabernáculo. É muito significativo que tenham sido dados juntos por considerar que a lei revela a pecaminosidade e a depravação do homem profundamente arraigadas, e o tabernáculo revela, em figura, a infinita graça de Deus em Cristo Jesus. Cada parte do tabernáculo simbolizará o relacionamento com o homem pecador através de Cristo crucificado.
Os capítulos de 20 a 23 cobrem a cessão da Lei de Deus através de Moisés. Essa é geralmente aludida como a Lei Mosaica ou a Lei de Moisés, mas esteja certo de que foi certamente e diretamente a Lei de Deus. Moisés foi somente o instrumento humano através de quem ela foi revelada. Nenhum preceito da lei originou-se com Moisés ou foi alterado por ele. Essa foi a Lei de Deus. A Lei de Deus tem duas divisões básicas: parte dela é moral, e parte é cerimonial. A parte cerimonial aguarda com interesse a cruz e está essencialmente relacionada com a economia dos judeus. A seção moral relaciona-se à natureza moral de Deus e, desse modo, nunca muda. Deve ser claramente entendido, entretanto, que nenhuma divisão tampouco assegura, suplementa ou mantém nossa salvação. Romanos 3:19-20 afirma ternamente que ninguém é justificado (salvo) pela lei, mas que ela foi, antes, dada a nós para nos advertir do pecado. Em nosso versículo para memorização, encontramos Israel dizendo: "Tudo o que o Senhor tem falado, faremos". Este compromisso mostra sua cegueira espiritual. Eles deveriam, antes, estar dizendo: Malditos sejamos nós, pois estamos perdidos diante de Deus.
A seção mais conhecida e compreensível da Lei encontra-se em Êxodo 20:1-17 e se refere aos Dez Mandamentos. Esta parte também divide-se em duas seções: a primeira parte tratando do relacionamento do homem com Deus e a segunda, referindo-se à sua relação com seu próximo. Esses Dez Mandamentos foram escritos sobre duas tábuas de pedra mas, quando Moisés desceu a montanha e viu o povo em idolatria, arremessou-as e as quebrou. Observe Êxodo 24:12; 31:18; 32:15-19. Deus, mais tarde, reescreveu esses mesmos mandamentos em outras duas tábuas de pedra (Êxodo 34:1, 4, 28-29). Se você ler Deuteronômio 4:13; 5:22; 9:9-17 e 10:1-5, você encontrará os detalhes dessa re-escritura e como essas tábuas foram subseqüentemente colocadas no Arco da Aliança.

ISRAEL NO DESERTO ! PARTE 2

Êxodo 32:1-35, Números 21:1-9
Versículo para memorização: Êxodo 32:9
Você se lembrará de como, na lição 33, aprendemos sobre a conduta pecaminosa de Israel no deserto. Não se passaram três dias desde o milagre no Mar Vermelho até que eles murmurassem contra Moisés e contra Deus. Deus lhes deu a libertação do Egito, mas quiseram retornar por causa da água ruim. Deus lhes deu maná e codorniz para comerem, e ainda constantemente pronunciavam insatisfação. Bem, obviamente, esse é apenas o resultado de longos anos sob a escravidão egípcia, onde não tiveram oportunidade ou liderança espiritual. Não há duvida de que, com um pouco de orientação e experiência, esse povo culto e bem intencionado seguiria Deus. Certo? Errado! Não foi a escravidão que os fez pecar, foram corações pecaminosos. Não foi a privação que causou a rebelião deles, foi a depravação.
Em Êxodo 19:8, ouvimos suas vozes auto-justificadas elevadas à ostentação: "Tudo o que o Senhor tem falado, faremos". Entretanto, quando Moisés vai para o monte para receber detalhes da instrução de Deus, eles, em menos de 40 dias, voltam-se à idolatria. Se você pudesse visitar os acampamentos deles, os teria encontrado com outros deuses (Êxodo 32:1), construindo imagens esculpidas (Êxodo 32:4) e curvando-se para adorá-las (Êxodo 32:6-8).
Esta bagunça incluiu nudismo, fornicação e adultério, adoração idólatra, falso testemunho e cobiça. Eu, mais propriamente, penso que, se pudéssemos estudar detalhadamente o acontecimento do bezerro de ouro, provavelmente constataríamos que violaram cada um dos Dez Mandamentos.
Essa natureza pecadora e a reação de Deus são reveladas mais além em Números 21:1-9, quando o povo rebelou-se em ingratidão contra Deus e contra Moisés. Em todo caso, aprendemos em ambos os exemplos que o salário do pecado é a morte.
Em Êxodo 32:11-13, encontramos Moisés assumindo a posição do medianeiro. Em Êxodo 32:32, constatamos que seu amor já tipifica aquele de Cristo ao unir seu futuro a esse povo pecador, não no sentido de cometer seus atos, mas em tomar sua sentença.
Conforme continuamos, vemos a reação poderosa de Deus ao pecado. Ele não apenas Se revela como o juiz justo, mas como o proprietário por direito desse povo que deve se ajustar como Ele julga conveniente. Nos versículos 26-28, vemos Deus executando a sentença de morte sobre 3.000 homens. Em Números 21, vemos as serpentes (enviadas de Deus) picando as pessoas e muitas pessoas morreram. O que é essa experiência do deserto para nós? I Coríntios 10:1-12 nos diz que "aconteceu sobre eles como figuras e foi escrito para nossa admonição".

ISRAEL EM CADES-BARNÉIA

Números 13:1-3; 13:17-14:45; Deuteronômio 1:1-3
Versículo para memorização: Números 13:30
Cades-Barnéia é um nome com o qual devemos estar familiarizados, assim como estamos com o Mar Vermelho, pois, no momento em que Israel avançou pelo Mar Vermelho, recusou avançar por Cades-Barnéia.
Quando foram para Cades-Barnéia no deserto de Parã, Moisés enviou homens para vigiar a região de Canaã. Você deve se lembrar de muitas coisas sobre isso. Primeiro, essa região havia sido prometida para o descendente de Abrão centenas de anos antes. Em segundo lugar, a entrada nesta terra foi o propósito total e acordado de deixar o Egito. Em terceiro lugar, eles haviam testemunhado muitos milagres grandiosos das mãos de Deus, que deveriam assegurar-lhes que estavam bem capacitados a possuir aquela região.
Ao todo, Moisés enviou doze homens para vigiar a região, um de cada uma das doze tribos de Israel. Chegaram ao riacho de Eschol e lá encontraram e colheram um cacho de uvas tão grande que precisou ser carregado entre dois, sobre um pau. Esses retornaram para relatar que era realmente uma terra de que jorravam leite e mel. Dez, dos doze espiões, entretanto, deram um relato mau da região, dizendo que o povo da terra era de gigantes e que os israelitas eram como gafanhotos diante deles. Devemos lembrar que, quando consideramos o eu na grandeza de EU SOU, e ignoramos o eu nos gigantes, eles se tornam pequenos. Josué (Oséias), da tribo de Efraim, e Calebe, da tribo de Judá, fizeram isso e a recomendação deles para Israel foi de que eles fossem imediatamente e dominassem a região. Israel, entretanto, em seu padrão normal de incredulidade, confiou nos céticos em vez de em Calebe e Josué, sendo assim, passaram a noite lastimando e murmurando contra Moisés e Arão. Queriam apedrejá-los, nomear outro líder e retornar para o Egito.
Nesse ponto, a glória de Deus apareceu sobre Moisés e propôs o julgamento de morte e, novamente, vemos Moisés assumindo a posição de mediador; outra vez, vemos que a sua intercessão está na base do propósito e da glória de Deus, e não a honradez ou a fé deles.
O julgamento de Deus na questão foi de que nenhum dos adultos, exceto Josué e Calebe, que trouxeram de volta o bom relato e ofereceram o conselho de fé entraria na região. O restante morreria e seus filhos dominariam a terra. Por aproximadamente 40 anos, Israel peregrinou no deserto que poderia ter sido atravessado em poucos dias e, por causa da incredulidade, nunca puderam entrar na terra para a qual foram convidados.

Cap 37 -- ISRAEL PERDE MOISÉS

Números 20:1-13; Deuteronômio 34:1-8; Atos 7:18-31
Versículo para memorização: Números 23:12
Quando Moisés tinha 40 anos, escolheu identificar-se com o sofrimento da nação de Israel em vez de aproveitar os prazeres pecaminosos do Egito e ser identificado a eles. Parece que ele fez isso porque reconheceu no opróbrio de Jesus Cristo riquezas maiores do que os tesouros do Egito. Compare Êxodo 2:10-15 e Hebreus 11:24-26. Parece que, já nesse momento, Moisés sabia algo sobre o plano de Deus para ele, como libertador de Israel (Atos 7:22-25).
Quando Moisés tinha 80 anos, Deus apareceu para ele em uma sarça ardente e renovou o chamado que Moisés aparentemente havia abandonado em desespero. Ele retornou ao Egito, conduziu a saída de Israel e, depois que foram levados de volta para Cades-Barnéia, ele os conduziu no deserto por aproximadamente 40 anos.
Quando Deus ordenou a Moisés que falasse com a pedra para receber água, dando a glória a Deus, Moisés desobedeceu. Feriu a pedra duas vezes e disse: "Devemos extrair-lhe água desta rocha?". Isto foi pecaminoso e foi, em figura, uma alegação de insuficiência da primeira e única batida da rocha. Esta é, em figura, uma asserção de que alguma ação deve ser adicionada à crucificação de Cristo em vez de apenas chamar sobre Ele na fé. Nesse momento, Deus disse a Moisés que ele poderia não estar autorizado para conduzir o povo até a terra prometida.
Por favor, não pense sobre essa afirmação de Deus que Moisés não os conduziria para a terra como uma mera punição ou um ato de resposta de Deus. Nunca foi o plano de Deus usar Moisés para conduzir o povo até Canaã, mas apenas guiá-lo para fora do Egito. Moises foi o Legislador e a Lei não pode nos conduzir à paz e ao descanso com Deus. "Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado" (Romanos 3:20). A Lei de Moisés nos fala: "... O homem que fizer estas coisas viverá por elas" (Romanos 10:5). Assim, Israel é conduzido nas imediações do deserto sob a lei, vendo a libertação apenas numa figura e de maneira obscurecida, assim como olharam para Cristo figurativamente no Tabernáculo. Precisam aguardar por um outro para trazer-lhes ao descanso prometido.
Então, na idade de 120 anos, Moisés, um homem em perfeita saúde, é conduzido para o Monte Pisga, onde Deus o deixa repousar seu encargo e o sepulta em um lugar secreto. Agora, uma nação que nunca seguiu Moisés o lamenta e, por gerações, reivindicará ser seus discípulos


ISRAEL RECEBE JOSUÉ

Deuteronômio 34:9-12; Josué 1,24
Versículo para memorização: Josué 24:31
Moisés conduziu Israel para fora do Egito por volta de 1.444 a.C. Ele morreu 40 anos depois, por volta de 1.404 a.C. Havia completado o trabalho que Deus propôs a ele e, agora, Deus recrutará outro homem para conduzir Israel à terra prometida.
Deus não consagra um desconhecido para esta tarefa mas, como sua prática costumeira, Ele chama um homem que foi um seguidor fiel de Moisés. Seu nome era Josué. Ele não era desconhecido da rebelião de Israel, pois fora um fidedigno assistente de Moisés ao longo de seu ministério. Moisés abençoou Josué antes de morrer, talvez sabendo que Deus o usaria deste modo. Vemos Josué como um homem poderoso na guerra (Êxodo 17:9). Ele é apontado como o servidor de Moisés em Êxodo 24:13. Nós o vemos como um homem de fé em Números 14:6-8 e aprendemos, em Números 14:30, que Josué e Calebe serão os únicos adultos em Cades-Barnéia que serão autorizados a entrar na terra prometida.
É a providência, e não mera coincidência, que coloca Josué como o líder que traz Israel para a terra prometida. O nome hebreu Josué é precisamente o mesmo que o nome grego Jesus. Observe Atos 7:45. Moisés, que representou a Lei, poderia conduzir para fora do Egito para que a Lei possa mostrar ao homem a pecaminosidade de seu pecado e ainda fazê-lo odiar-se a si mesmo por ser um pecador, mas ela deve deixá-lo no deserto de derrota e abandono. Apenas Jesus, o filho de Deus, pode nos conduzir à presença do Pai.
Josué tinha cerca de 46 anos em Cades-barnéia. Tinha por volta de 86 anos quando começou a guiar Israel e o conduziu por cerca de 24 anos. Durante seu ministério, cruzaram o Jordão. Os cananeus foram levados para fora da terra por algumas grandes vitórias e a região foi dividida para o povo. Durante toda a sua vida ensinou-lhes a Lei de Deus, dada através de Moisés. Ele não apenas os impeliu a viver por ela, mas assentou um exemplo diante deles. Talvez as palavras mais famosas de Josué, e aquelas pelas quais seu estilo de vida é descrito, são encontradas em Josué 24:15: "... porém eu e minha casa serviremos ao Senhor". Vemos nele não apenas um líder compassivo e um grande guerreiro, mas também um pregador poderoso.
O bom efeito desse líder poderoso e sua influência são encontrados em Josué 24:31: "Serviu, pois, Israel ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que ainda sobreviveram muito tempo depois de Josué, e que sabiam todas as obras que o Senhor tinha feito a Israel".

ISRAEL ATRAVESSA O JORDÃO

Josué 1:1-3:17
Versículo para memorização: Josué 3:17
Estudantes mais aplicados também devem ler Josué 4 e 5.
O Rio Jordão era a barreira entre a região do deserto em que Israel perambulou por 40 anos e a terra prometida. Nesse ponto, todos os adultos que vieram através do Mar Vermelho estavam mortos. Isso incluiu Moisés e Arão. As únicas exceções eram Josué e Calebe. Imediatamente depois de 30 anos de lamentação por Moisés, Deus mandou Josué a preparar Israel para a travessia do Jordão.
Josué enviou dois espiões para vigiar a área de Jericó. Entraram na casa de Raabe, a prostituta. Aparentemente, Deus assim os guiou porque era Seu propósito salvar a ela e à sua família quando Ele destruiu Jericó. Esta é uma figura de Deus preservando pecadores, de uma humanidade justamente condenada, totalmente pela graça. O cordão escarlate pelo qual ela conduziu os espiões ao longo da muralha e que, mais tarde, ela amarrou na janela, é um símbolo do sangue de Cristo pelo qual os pecadores foram salvos.
Quando esses homens, que Raabe havia escondido e livrado, retornaram para Josué, ele moveu os filhos de Israel em preparação para a travessia do Jordão em direção à terra prometida de Canaã. As tribos de Rúben e Gade e metade da tribo de Manassés haviam concordado em permanecer em uma terra boa na primeira margem do Jordão. Josué instruiu os homens combatentes deste grupo de que deveriam deixar, deste modo, suas esposas e filhos naquele lado do Jordão, mas que deveriam cruzar e lutar pelo restante dos filhos de Israel até que eles também tivessem descanso na terra. Tudo está estabelecido para partir para o Jordão.
Agora, se você tem estudado geografia, leu sobre o Jordão ou já esteve lá, sabe que o Jordão, nesse ponto, é apenas um riacho pequeno e, cruzá-lo, normalmente não apresentaria um grande problema. Se, entretanto, você estudar um pouco mais profundamente, aprenderá que eles o atravessaram em um momento de colheita, quando era um riacho inchado, transbordando constantemente sobre suas ribanceiras (Josué 3:15). Desta maneira, para mover dois milhões de pessoas através deste rio, incluindo mulheres, crianças e seus rebanhos, iria requerer um milagre como aquele da separação do Mar Vermelho.
Isto é precisamente o que foi feito. Deus instruiu Josué e subseqüentemente instruiu os sacerdotes para que agarrassem a arca e dessem um passo sobre as águas desse rio inchado. Assim que o fizeram, Deus simplesmente construiu uma barragem intangível e invisível exatamente ali, e as águas acima deles tornaram-se mais profundas em vez de fluir, até que todo Israel tivesse cruzado perfeitamente e estivesse somente em terra seca, como no Mar Vermelho.

ISRAEL TOMANDO POSSE DA REGIÃO

Josué 6, 7 e 8
Versículo para memorização: Josué 6:16
Quão comum é o conhecimento de que "Josué travou a batalha de Jericó e fez as muralhas ruir?, mas não é realmente assim. Deus combateu a batalha de Jericó. Todas as outras batalhas que foram vencidas no curso da conquista de Canaã foram vencidas por Deus. Israel não conquistou Canaã. Deus deu-lhes e eles apenas tomaram posse.
A primeira cidade a cair foi Jericó e o conjunto do processo foi totalmente heterodoxo. Nenhuma força de ataque, catapultas ou escadas foram usadas. Não houve nenhuma estratégia "Cavalo de Tróia" ou conspiração interna. Deus simplesmente teve todos os homens da guerra para marchar ao redor da cidade uma vez por dia, durante seis dias. Então, no sétimo dia, marcharam sete vezes, no momento em que os sacerdotes sopraram as trombetas de ataque, todo o povo gritou. Naquele ponto, as muralhas literalmente desmoronaram no solo assim como para permitir aos soldados entrarem na cidade sem mais do que escalar sobre uma pilha de pedregulho. Jericó foi-lhes dada e nenhum israelita foi morto.
Deus, entretanto, deu-lhes uma restrição. Ordenou-lhes que todo o espólio de Jericó deveria ser consagrado a Ele. Deveriam dedicar-lhe exatamente a Ele como o dízimo. Em Josué 7, encontramos o relato trágico da desobediência e sua penalidade. Um homem, nomeado Acã, viu um vestuário babilônico vistoso, 200 moedas de prata e uma cunha de ouro de 50 pesos. Ele os cobiçou, tomou-os e escondeu-os sob sua tenda. Por causa disso, o julgamento caiu sobre toda a nação de Israel.
Você notará, pelo estudo de Josué 6:18-19, que a única coisa que era devotada (consagrada) ao Senhor era amaldiçoada para o homem. Por essa razão, como resultado por Acã tomá-la, quando Israel se dirigiu contra a pequena cidade de Ai (Josué 7), Deus não esteve com eles como em Jericó e eles foram dolorosamente derrotados, humilhados e cerca de 36 deles morreram. Josué foi a Deus em súplica, mas aprendeu lá que a súplica não pode substituir a obediência.
Com base na instrução e orientação de Deus, Josué expulsou Acã e sua família e eles foram apedrejados até morrerem e depois foram queimados. Assim, aprendemos as terríveis conseqüências da desobediência, em oposição à grande benção de Deus, quando nos submetemos a Ele e obedecemos Sua vontade. Em Josué 8, depois de o pecado ter sido julgado, vemos Israel outra vez indo adiante vitoriosamente na batalha, e foram dados vitória após vitória.
Conforme você lê o restante do livro de Josué, aprende como tomaram posse e a divisão da terra da promessa, em que jorravam leite e mel. A seguir, veremos como esse povo caminha diante de Deus.


A REBELDIA PERPÉTUA DE ISRAEL

Juízes 1:1 - 3:31
Versículo para memorização: Juízes 21:25
Por Moisés, Deus conduziu Israel para fora do Egito por volta de 1444 a.C. Em cerca de 1404 a.C., Moisés morreu e Josué iniciou seu ministério com Israel para conduzi-los através do rio Jordão. Por aproximadamente 24 anos, Josué guiou-os em conquistas contra os habitantes excessivamente maus da região. Quando Josué morreu, por volta de 1382, ainda havia alguns desses habitantes. Deus não os expulsou sob Josué pois tencionava provar os filhos de Israel e ensiná-los a travar batalhas contra o mal.
A Escritura registra que, assim que os anciãos que serviram com Josué morreram, uma nova geração apareceu e, conforme se inicia o livro dos Juízes, vemos uma violação constante. A instrução de Deus a Israel para o domínio da terra foi a destruição completa de seus habitantes. Você notará, entretanto, uma negligência perpétua dessa instrução. Parece que, em toda batalha, havia um resquício abandonado do inimigo e isso se tornou a ocasião da rebeldia habitual de Israel.
Em todo o livro dos Juízes e, continuando ao longo da maior parte da vida de Samuel, vemos Israel testado sob esse princípio de governo. Deus, no passado, havia falado a Moisés e Josué e eles, assim, conduziram o povo. Agora, não havia um líder particular e cada homem fazia aquilo que parecia correto a seus próprios olhos (Juízes 21:25). Essa forma ou ausência de governo durou cerca de 332 anos. Durante esse período, o povo se voltaria para ídolos e Deus autorizaria os filisteus ou outros inimigos a oprimi-los. As pessoas implorariam para Deus assim como fizeram no Egito, e Deus ergueria um homem para libertá-las e julgá-las. Deus, desse modo, deu-lhes vitórias grandiosas e miraculosas, tal como sob Gideão e Sansão. Entretanto, tão logo cada juiz morreu, Israel voltou-se para os ídolos da terra.
O que podemos aprender deste modelo de comportamento? Aprendemos que Israel é um povo de dura cerviz, incircunciso no coração e nos ouvidos. Toda a sua história é uma história de quebra da Lei de Deus, que eles tão presunçosamente prometeram cumprir. Compare Êxodo 19:8 a Atos 7:51-53. Assim, vemos um povo que nunca foi obediente à Lei de Deus. Mas devemos nos afastar rapidamente da verdade se acharmos que eles foram pecadores piores de nós e todos os outros homens. Observe Romanos 3:9-10.
Por que, então, Deus autorizou essas pessoas a viverem em sua rebeldia eterna ainda que sua Lei fora dada de forma tão gloriosa? Romanos 3:19-20 e Gálatas 3:19-24 esclarecem que tudo foi para nos conduzir a Cristo para que nós poderíamos ser justificados pela fé.



ISRAEL SOB OS JUÍZES

Juízes 2:6-19; I Samuel 8:-1-22
Versículo para memorização: I Samuel 8:22
A história de Israel que está relatada no livro de Juízes, no livro de Rute e nos primeiros oitos capítulos de I Samuel cobre cerca de 332 anos. Teve início cerca de 1382 a.C e terminou por volta de 1050 a.C. Na lição anterior, vimos a conduta pecaminosa da rebeldia do povo de Deus durante esse período de tempo. Nesta lição, tentaremos brevemente aprender algo sobre os juízes desse período e a conduta de Israel diante deles e diante de Deus sob eles.
O primeiro juiz foi Otniel (Juízes 3:9). Ele foi sobrinho de Calebe e julgou Israel 40 anos. Libertou-os do rei da Mesopotâmia.
O segundo juiz foi Eúde, o benjamita canhoto. Assassinou o rei "super gordo" de Moabe (Juízes 3:15-30).
O terceiro juiz foi Sangar, que assassinou 600 filisteus com uma aguilhada de bois (Juízes 3:31).
O quarto juiz foi Débora (Juízes 4:1-5:31). Durante seu tempo, Israel foi vendido por Deus às mãos de Jabim, rei de Canaã. Seu capitão foi Sísera e, o de Débora, Baraque. Débora e Baraque não apenas tiveram a vitória pela mão de Deus, mas Sísera foi assassinado por uma mulher chamada Jael, que impeliu uma estaca de tenda através de sua cabeça enquanto ele dormia.
O quinto juiz foi Gideão (Juízes 6,7 e 8). Foi o homem que obteve um sinal de Deus por meio de um velo de lã e que, pela ordem de Deus, reduziu seu exército de 32000 para 300 e, então, derrotou Midiã. Naturalmente, como sabemos, Deus fez tudo isso.
Em seguida, foi Abimeleque, filho de Gideão (Juízes 9). Matou todos os seus irmãos. Foi um homem perverso que teria sido morto por uma mulher, se não tivesse invocado sua própria morte. Depois dele veio Tola, que julgou Israel 23 anos. Ele foi seguido por Jair, que julgou 22 anos.
O nono juiz foi Jefté (Juízes 11:1-40). Foi o homem que jurou um voto precipitado a Deus pelo qual ofereceu sua filha como oferenda queimada. Aqui, vemos a idolatria da região misturada ao serviço a Deus. Que trágico!
Depois dele, vieram Ibzã (Juízes 12:8), Elom (Juízes 12:11) e Abdom (Juízes 12:13). Seguindo esses homens veio Sansão (Juízes 13:24-16:30). Ele é bem conhecido por sua força. Não há dúvida de que as bravuras pessoais de Sansão superam todos os outros juízes, entretanto, ele nunca viveu próximo de Deus. O Espírito de Deus era seu poder, mas a sua concupiscência era seu rei. Por causa disso, Deus libertou Israel por ele, mas ele morreu como um prisioneiro cego.
O seguinte foi Eli, cujos filhos perversos foram destruídos e substituídos por Samuel, cuja família foi a última dos juízes.

ISRAEL RECEBE UM REI

I Samuel 8:1 - 10:27
Versículo para memorização: I Samuel 8:19
Estudantes mais dedicados também devem ler I Samuel 8-15
Quando começa a ler o livro de I Samuel, você está estudando eventos que ocorreram por volta de 1124 a.C, cerca de 320 anos depois que Israel deixou o Egito. O juiz, então, era um sacerdote chamado Eli. Tão logo quanto pudermos, dizemos que Eli foi um homem bom, exceto por uma coisa. Seus filhos Hofni e Finéas, fizeram-se perversos e ele não os conteve (I Samuel 3:13). Foram, assim, mortos em batalha contra os filisteus. Eli, quando foi avisado da morte deles, caiu de sua cadeira ao lado da porta e quebrou o pescoço; a esposa de Finéas morreu dando à luz a Icabode, que foi assim chamado porque a Arca de Deus foi tomada em batalha e a glória de Israel foi afastada.
Foi por volta de 1094 a.C. que Samuel começou a julgar Israel. Samuel foi um bom juiz mas, quando estava velho, tornou seus filhos, Joel e Abia, juízes de Israel. Eles não se conduziram de uma forma divina, como Samuel, mas receberam suborno e julgamento deturpado. Nesse momento, o povo solicitou a Samuel que lhe desse um rei como todas as outras nações tinham. Ele ficou ofendido e se sentiu rejeitado, mas Deus o instruiu a fazer como o povo havia solicitado. Deus disse a Samuel: "Eles não o rejeitaram, eles rejeitaram a mim".
Foi por volta de 1050 a.C. que Samuel ungiu Saul, o filho de Quis, da tribo de Benjamin, para ser rei. Deus providenciou isso desta forma. Saul estava procurando as jumentas de seu pai, que haviam se desgarrado. No procedimento de procura, ele foi prudentemente guiado para o contato com o profeta Samuel, que o ungiu (I Samuel 9:1 - 10:1).
A Bíblia diz que, quando Saul deixou Samuel, Deus lhe deu outro coração. Alguns tomam isso como significando o novo nascimento. Isso pode estar correto, mas não precisa significar mais do que a conversão de uma pessoa humilde para o coração de um rei. Saul soube, no tempo de sua unção, que deveria ser rei, mas parecia, primeiramente, estar muito tímido em relação ao assunto. Observe I Samuel 10:16, 21-22.
Saul logo perdeu seu espírito de humildade. Ele tornou-se um líder poderoso para Israel e foi vitorioso na batalha, mas também se tornou obstinado e inflexível. Deus o enviou para destruir os amalequitas. A instrução de Deus para ele através de Samuel foi para destruí-los totalmente, homem, mulher, criança e animal. Saul desobedeceu e poupou o rei, Agague, e manteve algumas ovelhas e vacas vivas.
Samuel não apenas repreendeu Saul por seu pecado, mas deixou-o saber que Deus o rejeitou para ser o rei de Israel. Leia cuidadosamente I Samuel 15:22-28. Depois disso, Davi foi ungido para ser rei e Saul começou a deteriorar-se como um homem derrotado.

ISRAEL SOB O REI DAVI

I Samuel 16:1-17:58; II Samuel 12:1-15
Versículo para memorização: I Samuel 17:45a
Davi, o filho de Jessé, foi o grande rei de Israel. Ele foi tão importante no plano de Deus que o trono de Israel é chamado de o trono de Davi. Cristo Jesus é ainda aludido como o filho de Davi, referindo-se à Sua linhagem para o trono.
Datas precisas e períodos de tempo exatos são difíceis, mas parece que Davi foi ungido por Samuel por volta de 1018 a.C., aproximadamente 16 anos depois que Saul foi enviado para destruir os amalequitas. Não pense em Davi como sendo uma criança nesse momento, ou quando foi enviado contra Golias. Ele é aludido como jovem e moço, mas não criança. A descrição dada sobre ele em I Samuel 16:18 foi feita antes que ele tivesse estado diante de Saul. Você também poderia ler cuidadosamente I Samuel 17:14-15. Não é surpreendente como a narração de uma história tão tradicional pode nos informar erroneamente?
Saul era, em primeiro lugar, amigo de Davi, mas por causa do ciúme tornou-se seu inimigo. Saul procurou constantemente para matá-lo, mas Davi não tocaria um ungido de Deus.
Foi por volta de 1011 a.C., aproximadamente sete anos depois de sua unção, que Davi tornou-se rei de Judá. Ele não reinou em Jerusalém, mas em Hebrom. Is-Bosete, filho de Saul, foi feito rei de Israel. Isso foi sete anos e meio antes de Davi começar a reinar em Jerusalém, sobre toda a nação de Israel e sobre Judá.
Davi tinha cerca de 23 anos quando matou Golias. Tinha 30 anos quando começou a reinar sobre Judá, em Hebrom, e sete anos e meio mais tarde tornou-se o grande rei sobre todo Israel. Viveu 70 anos, durante os quais foi um grande rei e um grande profeta.
Durante sua vida, retornou a Arca de Deus, que havia sido perdida para os filisteus no tempo de Eli, de volta para Jerusalém. A nação de Israel desenvolveu-se para ser uma nação muito grande sob ele. Planejou construir um templo, mas Deus não permitiria, pois ele foi um homem de guerra. Pode ser corretamente dito que Israel alcançou seu ápice econômico sob Salomão, mas é igualmente verdade que a alicerce foi assentada sob o rei Davi.
Davi caminhou honestamente diante do Senhor, exceto na questão de Bate-Seba, esposa de Urias (I Reis 15:5). Devemos aprender disso algo em relação ao grande pecado. O Senhor disse que o grande mandamento era o primeiro e, deste modo, o grande pecado é a idolatria. Sim, isso é ainda pior do que o adultério e o assassinato.

ISRAEL SOB O REI SALOMÃO

I Reis 4:20-6:38; 10:1-9
Versículo para memorização: I Reis 10:7a
O grande rei Davi morreu por volta de 971 a.C. Ele tinha caminhado diante de Deus em obediência, exceto pela questão de Bate-Seba. Entretanto, por causa disso, a espada, ou seja, a morte nunca deixaria sua casa. A época de maior paz de Israel e o ápice de sua prosperidade econômica vieram sob o reinado do Rei Salomão, o filho de Davi e Bate-Seba. Seu reinado começou por volta de 473 anos depois que Israel deixou o Egito.
A provação de Deus sobre a nação de Israel com todas essas condições não foi para ver como eles caminhariam diante dele. Deus sabia exatamente o que eles fariam. A proposta de Deus era deixar os homens aprenderem o que o homem deveria fazer sob todas essas condições variadas.
Davi propôs construir o Templo. Entretanto, como ele era um homem de guerra, Deus não lhe permitiu fazê-lo mas, antes, apontou Salomão para essa tarefa. Esse trabalho foi iniciado em 965 a.C. e completado em 958 a.C. Este templo era tão grande e esplendoroso que é considerado uma das maravilhas do mundo. Ele não era muito grande em tamanho, mas o valor e a qualidade dele eram incomparáveis. Quando o templo posterior foi construído no tempo de Ageu, os anciãos lamentaram e disseram que não era nada em comparação à Casa de Deus que Salomão construiu.
Israel desenvolveu-se constantemente em prosperidade sob os 40 anos do reino de Salomão. Tiveram paz durante toda a sua vida. Foi o momento de sua grande diligência. A Rainha de Seba, que era uma monarca muito rica, foi visitá-lo por volta de 945 a.C. Ela ouvira sobre a grande prosperidade de Salomão e Israel e não pôde acreditar nisso. Quando conversou com Salomão e viu toda a grande fortuna e magnificência, ela disse: "A metade não foi dita". Leia I Reis 10:7-9.
Salomão tinha um problema muito grande. Amou o Deus de seu pai, mas também amou muitas mulheres estrangeiras (I Reis 11:1-8). Teve 700 esposas, que foram princesas de várias nações pagãs, e 300 concubinas. Deus havia dito aos israelitas para não se casarem com essas pessoas, de tal modo que elas se tornaram uma cilada para ele. Desviou-se aos falsos deuses deles. A grandiosidade desse pecado desagradou o Senhor muito mais do que o pecado de Davi. Enquanto a punição de Davi foi de que a espada nunca deveria sair de sua casa, a pena para o pecado de Salomão seria a divisão, o declínio e a queda da nação de Israel.
Salomão escreveu três grandes livros da Bíblia: Provérbios, Eclesiastes, os Cantares de Salomão. O estudo cuidadoso deles nos mostrará muito sobre a vacuidade, ou seja, a vaidade, do pecado que Salomão conheceu por experiência.

A DIVISÃO DA NAÇÃO DE ISRAEL

I Reis 11:1-12:33
Versículo para memorização: I Reis 11:13
Na lição anterior, aprendemos sobre os incomparáveis esplendor e prosperidade da nação de Israel. Aprendemos que Deus escolheu homens como Davi e Salomão para o bem de Israel. Inicialmente Israel se tornou uma nação quando eles deixaram o Egito, em 1444 a.C. Peregrinaram no deserto por 40 anos em rebelião à liderança de Moisés. Passaram 24 anos seguindo Josué e viveram sob vários juízes por um total de 332 anos. Estiveram sob o regime do Rei Saul por cerca de 39 anos. Davi e Salomão, cada um, reinaram 40 anos e, na morte de Saul, houve uma divisão temporária da nação de Israel. Assim, ao todo, ficaram 452 anos alcançando seu ápice e o início de um rápido declínio.
Pouco antes da morte de Salomão, em 931 a.C., Deus enviou Aías para profetizar contra a casa de Davi por causa da idolatria de Salomão (I Reis 11:29-31). A profecia era de que o reino de Israel seria dividido, e que 10 tribos seriam governadas por alguém de fora da casa de Davi. Apenas uma tribo deveria ser deixada para a casa de Davi. Isso, naturalmente, totaliza 11 tribos, enquanto houve 12. A razão para isso é que a tribo de Benjamin uniu-se com a casa de Judá e eles, aparentemente, tornaram-se uma tribo.
Roboão, filho de Salomão, foi para Siquém para ser feito rei, mas quando Jeroboão, o filho de Nebate, servo de Salomão, ouviu isso, organizou uma conspiração que levou Roboão a agir imprudentemente. O povo foi até Roboão e perguntou se seus impostos sobre eles seriam aliviados em comparação àqueles de Salomão. Rejeitando o conselho dos anciãos e aceitando aquele dos homens jovens, ele disse que o encargo de seu governo seria tão pesado que o seu dedo pequeno ficaria mais grosso do que a cintura de seu pai. Deste modo, Israel rebelou-se contra ele, apedrejou seus coletores de impostos e Jeroboão se tornou rei sobre eles.
Deste ponto em diante, Israel e Judá se tornaram dois reinos separados. Eles são geralmente aludidos como o Reino do Norte (Israel) e o Reino do Sul (Judá).
Israel rapidamente voltaria para a escravidão e o Reino do Norte terminaria. A casa de Judá iria segui-los na escravidão não muitos anos mais tarde, mas a nação deles, pela providência de Deus, retornaria para a região e continuaria até o tempo de Jesus Cristo, o Messias.
Observe que, na história de Israel, Deus elevou um homem depois de outro, e prometeu benção por obediência. Tal obediência nunca foi uma realidade. A benção prometida, ou seja, pela obediência, só pode vir por Cristo, não de homem.

ISRAEL ENTRA EM ESCRAVIDÃO

I Reis 12:25-14:31; II Reis 17:1-18
Versículo para memorização: I Reis 14:15
Na lição anterior, aprendemos que, quando Salomão morreu, por volta de 931 a.C., invés de todo o reino ir para seu filho Roboão, foi dividido e Jeroboão tornou-se rei sobre Israel. Ele foi um homem perverso. Ainda que fosse diligente e poderoso na guerra, seu coração não estava diante do Deus de Israel. Assim que começou a reinar, nós o observamos promovendo a idolatria. Ele disse ao povo que não fosse a Jerusalém para adorar no templo de Deus. Temia que, se eles o fizessem, o coração deles retornaria para a casa de Davi. Então, ele construiu novilhos de ouro, lugares elevados e bosques para a adoração de ídolos. Construiu um altar em Betel e ofereceu incenso lá. Essa má conduta foi, basicamente, o comportamento de Israel ao longo do restante de sua história.
Ainda em seu tempo, a profecia da queda de Israel e da remoção da terra veio pela boca de Aías (I Reis 14:14-16). A Nação de Israel, por vezes referida como o Reino do Norte, perdurou apenas por cerca de 209 anos depois da morte de Salomão, ou 188 anos depois da morte de Jeroboão. Durante esse tempo, 19 reis (incluindo Jeroboão) governaram sobre a Nação de Israel. Alguns deles caminharam honradamente diante de Deus, mas a Nação de Israel nunca, em nenhum sentido real, retornou para Deus, mas continuaram servindo outros deuses. Entre seus governantes, estiveram tais monarcas perversos como Acabe e sua esposa má, Jezabel. Ele é mencionado por ter sido mais perverso do que todos os outros reis malvados anteriores a ele. Parece possível que Jezabel assumiu a posição de deusa de idolatria e lá comeram em sua mesa 450 profetas de Baal e 400 profetas dos bosques.
Durante esses anos perversos, Deus continuamente deu-lhes profetas fiéis para adverti-los da penalidade por seu pecado e para profetizar sua escravidão. Entre eles estavam Elias, o tisbita, e Eliseu. Eles foram precedidos por Aías e Jeú. Evidentemente, foi entre 880 e 875 a.C. que Onri, pai de Acabe, construiu a Samaria, que permaneceu a capital de Israel até sua queda.
Foi por volta de 860 a.C. que Elias apareceu em cena para profetizar contra Acabe e contra a nação pecaminosa de Israel. Por sua palavra, a chuva foi detida por três anos e meio. No final daquele período, ele assassinou os 850 falsos profetas de Jezabel e invocou fogo do céu à vista de Israel (I Reis 18:21-46); mas Israel, mesmo assim, não retornou para o Senhor.
Foi por volta de 722 a.C. que a iniqüidade de Israel foi completa diante de Deus, cerca de apenas 730 anos depois do êxodo. Deus os entregou à escravidão Assíria e a Samaria foi repovoada com pagãos. Leia Lucas 19:41-44.

JUDÁ ENTRA EM ESCRAVIDÃO

II Crônicas 26:1-23; 36:1-23;Isaías 1:1-20; Jeremias 52:1-14
Versículo para memorização: Isaías 6:11
Israel (o Reino do Norte), entrou em escravidão por volta de 722 a.C., cerca de 730 anos depois que saíram do Egito. Aproximadamente 209 anos antes disso, haviam sofrido a divisão no momento em que Judá fora poupada para a linhagem de Davi. Durante esses 209 anos, Deus deu a Judá, por causa de Davi, bons governantes e sua idolatria não foi tão grave quanto a de Israel. Deste modo, a casa de Judá continuou na região por mais tempo do que Israel. Judá foi tomada escrava em partes, mas foi provavelmente por volta de 586 a.C., um pouco mais de 136 anos depois da escravidão de Israel, que a última parte da tribo de Judá caiu em escravidão. Essa foi tomada por Nabucodonosor, o rei da Babilônia.
Alguns dos últimos reis bondosos de Judá foram, Uzias, Jotão, Ezequias e Josias. Uzias reinou bem, mas assumiu presunçosamente o posto de sacerdote e foi feito leproso até sua morte. Ezequias foi, provavelmente, o mais famoso desses reis. Reinou por cerca de 29 anos, durante os quais muito da adoração própria de Judá foi restaurada e sua economia prosperou grandiosamente. Josias foi o famoso rei jovem, que começou a reinar com a idade de 8 anos. Devem ser observados, nesse ponto, que alguns reis governaram simultaneamente. Por isso, eu quero dizer que o filho começou a reinar enquanto seu pai ainda estava vivo e no poder. A compreensão deste fato será necessária se você tiver que organizar as idades dos reis, datas e extensão dos reinados.
Durante esse período de tempo, houve também alguns profetas muito importantes e significativos em cena. A profecia de Isaías iniciou-se cerca de 20 anos antes da escravidão de Israel. Se, entretanto, você falhar em ver que suas profecias são essencialmente para a casa de Judá, você não entenderá muitas delas. Ele profetizou durante os governos de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (Is. 1:1).
Jeremias entrou em ação por volta de 115 anos depois que Isaías começou a profetizar, e profetizou chorando contra Judá e Jerusalém até que elas finalmente fossem arrebatadas pela Babilônia (Jr. 1:2-3). É errônea a concepção de muitos hoje de que aqueles homens que pregaram a Palavra de Deus devem ser populares e amados por todos ao redor deles. Não foi assim com esses homens. Há, naturalmente, sempre aqueles que amam a Palavra de Deus mas, basicamente, esses profetas foram odiados pelos homens que os cercavam.
Há uma diferença básica entre Israel e Judá em escravidão. Israel, no sentido de Reino do Norte, cessou. Judá, por outro lado, deveria, em parte, retornar para a região e, embora vivessem em sujeição a outras nações, haveria a linhagem contínua do Semente Real através de quem Jesus Cristo viria.

JUDÁ EM ESCRAVIDÃO

Daniel 1:1-2:49; II Crônicas 36:1-22
Versículo para memorização: Daniel 2:44
Terminamos a lição 48 com Judá indo para a escravidão. Israel a precedeu em cerca de 136 anos. O que é estranho em relação a tudo isso? Bem, lembre-se de que Deus havia feito uma aliança eterna com Abraão e prometido que seu descendente seria uma grande nação de duração eterna (Gálatas 3:15-18). Conforme lemos isso e centenas de outras passagens, somos compelidos a ver que Deus não acabou de tratar com o descendente de Abraão. Deste modo, movemo-nos da visão sombria da queda de Judá, por volta de 605, para cerca de 586 a. C., para a cena de sua escravidão. Talvez nenhuma passagem nos dará uma visão tão precisa e pontual sobre isso como livro de Daniel.
Deve-se notar que a "linhagem real" (a casa de Davi - Daniel 1:3) não deve ser perdida em confusão, mas eles são trazidos para o palácio de Nabucodonosor, cuidados e educados. Mesmo aqui, encontramos um remanescente que Deus reservou para si mesmo, quem não curvou seu joelho para Baal. Compare I Reis 19:14-18 a Daniel 1:8 e a Romanos 11:2-6. Assim como Deus protegeu o "descendente real" nos dias de Atalia, filho de Onri, o pai de Acabe (II Crônicas 22:10), Ele estava com eles na escravidão da Babilônia.
Estudando Daniel, encontramos que Deus tocou os corações de Daniel (Daniel 1:8), Melzar (Daniel 1:9) e o rei (Daniel 1:19). Conforme continuamos ao longo do livro de Daniel, vemos como Daniel e os três hebreus são salvos da morte (Daniel 2:13-18), a fornalha flamejante (Daniel 3:28) e a cova do leão (Daniel 6:22). Observe o pré-sumário disso em Daniel 1:21. Tudo isso ocorreu porque nessa nação havia, mantido em cativeiro, a semente real através de quem a Semente, Jesus Cristo, viria. Observe Mateus 1:1-17.
Conforme vemos a Babilônia cair para o Império Medo-Persa e seus escravos, os hebreus, permanecerem em sua posição, devemos supor que isso é mera coincidência? Absolutamente não! O sonho de Nabucodonosor e sua interpretação, em Daniel 2 prediz o plano de Deus. A Babilônia (a cabeça de ouro) cairia para o Império Medo Persa (o peito e os braços de prata), que cairia para o Império Grego (ventre e coxas de bronze), que cairia para o Império Romano (as pernas de ferro). Ainda durante tudo isso, o povo de Judá perseveraria, pois com eles Deus tinha um propósito. Aquele propósito era Jesus Cristo, da tribo de Judá, da casa de Davi, o descendente de Abraão.
Essa semente real não deve apenas sobreviver mas, no tempo de Deus, deve produzir um filho nascido de uma virgem, a Pedra cortada sem mãos, que no tempo devido deve destruir todo o sistema cuja imagem representa, e cuja descendência deve preencher toda a terra.

O RETORNO DE JUDÁ PARA A TERRA

Isaías 6:9-13; Jeremias 50:17-20; Esdras 1:1-11
Versículo para memorização: Isaías 6:13
Devemos lembrar, quando observamos Judá na Babilônia e a escravidão persa, que este é, em algum sentido, a semente de Abraão. Este é a semente de Davi de quem o Messias foi prometido. Eles devem ser totalmente destruídos? A linhagem deles e a identidade disso devem ser misturadas com os gentios e perdidos? Não, os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento. Seus planos estão continuamente operando em todo tempo. No momento apontado, o Messias virá e nascerá na terra exatamente como Deus propôs e revelou.
Por volta de 605 a.C., Nabucodonosor aproximou-se contra Jerusalém e levou cativo algumas pessoas, incluindo Daniel. A partir daquele momento, Jerusalém esteve sempre sob algum tipo de autoridade gentia. Isso marcou o princípio dos setenta anos de escravidão. Aproximadamente em 586 a.C., por razão da rebelião do Rei Zedequias, Nabudonosor retornou e destruiu tanto o grande Templo como também a cidade de Jerusalém.
Vamos nos lembrar de que o mesmo Deus onipotente que decretou a escravidão de Judá também ordenou seu retorno para a terra. A profecia do retorno foi anunciada no mesmo momento que também o foi a profecia da captura. Compare Isaías 6:11-12 a Isaías 6:13. Observe também naquela passagem que a Semente Santa foi a substância e o propósito daquela restauração. Mas como tal tarefa será realizada? Como um povo que está dissipado, subjugado e escravizado se levantará novamente? Deus criará um novo Moisés como no Êxodo do Egito? Ele os conduzirá para fora de uma grande multidão e um poderoso exército? Não, isso deve ser um remanescente, "um décimo", e ainda aquele viverá em constante aflição "corroído como a tília".
Em vez de criar um líder poderoso, Deus move-se sobre os corações de vários reis bárbaros para restaurá-los, assim como Ele havia se movido sobre aqueles reis para mantê-los salvos da escravidão. Lembre-se de Daniel sob Nabucodonosor e Dario, de Mardoqueu e Ester nos dias de Assuero. Considere cuidadosamente Provérbios 21:1.
Assim, isso aconteceu por volta de 538 a.C. Ciro, rei da Pérsia, fez um decreto de que a Casa de Deus, em Jerusalém, deveria ser reconstruída. Por que um rei gentio orgulhoso e poderoso fez tal decreto? A Escritura declara claramente: "O Senhor incitou o espírito de Ciro". Por quê? Aquelas suas palavras de profecia, que eram apenas a manifestação de seu propósito, deveriam ser cumpridas (II Crônicas 36:22; Ed. 1:1). Sobre a escrita desse decreto em 538 a.C., sumos sacerdotes e anciãos do povo também se moveram na direção de Deus (Esdras 1:5) e as preparações foram iniciadas.

A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO

Esdras 3:1-4:24; 7:1-28
Versículo para memorização: Esdras 7:27
Estudantes mais dedicados também devem ler o livro todo de Esdras.
Você se lembrará que, no processo da conquista de Judá por Nabucodonosor, ele havia destruído o Templo em Jerusalém, levado todos os vasos sagrados e os colocado na casa do tesouro da Babilônia. Esteja certo, o Templo era muito mais do que mera construção. Era o centro de adoração de Israel e, em figura, toda a mensagem da Semente Prometida, o Messias. Lembre-se de que ele havia suplantado o Tabernáculo que Israel carregara ao longo de sua jornada no deserto e continha o Arco da Aliança, apenas com as tábuas de pedra como seu conteúdo. Observe II Crônicas 5:2-10. O Templo e, aparentemente, a Arca, foram destruídos em 586 a.C mas, mesmo antes da destruição, sua reconstrução fora profetizada.
Em 538 a.C., Deus moveu-se sobre o coração de Ciro, rei da Pérsia, e foi escrito um decreto que restabeleceu o sacerdócio e iniciou um movimento para reconstruir o Templo. Em 536 a.C., a reconstrução do Templo foi de fato iniciada com Zorobabel como seu líder e Jesuá como sumo sacerdote. Todo o período da desolação, que começou em 605 a.C., quando os vasos foram tomados do Templo, os sábados foram mantidos por 70 anos (II Crônicas 36:21). Em 536 a.C., em Esdras 3:3-8, encontramos o relato do início da reconstrução do Templo. Não é irônico que um povo que foi constantemente dado à idolatria enquanto esteve na terra guardasse os sábados enquanto a região pôs-se desolada e Judá viveu em escravidão?
Não demorou até que Ciro estivesse morto e os adversários de Judá na região escrevessem para o rei Artaxerxes e tivessem a construção do templo parada. Sem dúvida, pensavam que haviam conquistado uma grande vitória, mas Deus tinha um propósito e Seus propósitos não podem ser frustrados por Suas criaturas. Por volta de 520 a.C., Deus enviou Ageu e Zacarias para profetizar contra Judá por permitir que seu trabalho fosse parado. Observe Ageu 1:1-15. Nesse momento, eles escreveram uma carta para o rei da Pérsia, relembrando-o do decreto de Ciro. Assim, o trabalho não apenas foi retomado, mas mais dinheiro foi fornecido e outros homens foram enviados para ajudar (Esdras 5:1-6:22). Foi por volta de 458 a.C., que Esdras, o escriba, parte para Jerusalém (Esdras 7:1-6) e, outros foram com ele. Quando Esdras chegou em Jerusalém, encontrou casamentos com a "Semente Santa" (Esdras 9:2). Passaram-se menos de 60 anos desde que os primeiros de Judá haviam retornados para reconstruir Jerusalém, com seu templo e muralhas, e o casamento misto dos sacerdotes e, deste modo, a tentativa do Diabo contra a aliança de Deus (Gálatas. 3:16-18) e a Semente Santa, já estavam muito ativos. Esdras deveria se tornar o instrumento de Deus para a reforma espiritual.

A RECONSTRUÇÃO DAS MURALHAS

Neemias 1:1-2:20; 4:1-23; 13:1-31
Versículo para memorização: Neemias 4:6
Estudantes mais dedicados também devem ler o livro todo de Neemias.
Foi por volta de 516 a.C. que Zorobabel, o governador de Judá, e Jesuá, filho do sumo sacerdote Jozadaque, e seus seguidores terminaram a reconstrução do Templo. Mesmo antes disso, o trabalho fora obstruído e interrompido pelo povo da região e, somente através de um decreto que foi emitido por Dario II, o Templo foi concluído. Uma das reivindicações dos pagãos da região era que, se as muralhas de Jerusalém fossem erguidas, o povo se rebelaria.
Quando Esdras, o escriba, foi para Jerusalém por volta de 458 a.C., encontrou uma multidão de desarranjos, que poderiam todos ser resumidos como uma mistura de Judá com os habitantes gentios da região. Ele imediatamente começou a pôr essas coisas em ordem.
Foi por volta de 12 anos depois disso que Neemias, que foi copeiro do rei em Susã, aprendeu que as muralhas de Jerusalém foram derrubadas e que os pagãos tinham atravessado livremente a cidade santa. Deus oprimiu tanto seu coração sobre isso que ele jejuou e rezou, e alguns meses depois, o rei Artaxerxes deu-lhe uma licença para ir a Jerusalém e reconstruir as muralhas. Não apenas isso, mas também cartas por sua conduta segura e suprimentos de materiais foram providenciados pelo rei. Nesse momento, Neemias viajou para Jerusalém e, ele e Esdras, o escriba, foram operários companheiros em purgar algumas das poluições de Jerusalém.
Quando Neemias começou a construir as muralhas de separação novamente, deparou-se com grande oposição do povo da região. Os líderes dessa oposição foram Sambalate, o horonita, Tobias, o amonita, e Gesher, o árabe. Eles os escarneceram, ridicularizaram seus esforços e o acusaram de rebelião contra o rei (Neemias 2:19-20). Eles ainda contrataram adversários, tanto que metade dos trabalhadores tiveram que ser armados para a batalha (Neemias 4:7-8, 16).
Conforme as muralhas foram sendo construídas, Neemias retomou outros erros em Jerusalém, tais como judeus trapaceando uns aos outros e tomando-os como escravos (Neemias 5:1-13). Assim, Neemias construiu as muralhas e governou Judá por 12 anos (Neemias 5:14; 13:6). Depois disso, ele retornou para Artaxerxes, o rei, como foi acordado em Neemias 2:6. Não se sabe de quanto tempo foram os "certos dias" de Neemias 13:6 antes que ele retornasse a Jerusalém, mas quando ele voltou, encontrou os pecados do povo prosseguindo como sempre. Eliasibe, o sacerdote, havia preparado um aposento para Tobias, o amonita, e os casamentos mistos continuavam. Leia Neemias 13:1-31 cuidadosamente e compare ao livro de Malaquias e você verá o estado de Judá, quando Cristo veio, 400 anos mais tarde.

CONCLUSÃO PARA OS EVENTOS DO VELHO TESTAMENTO

Leia o livro de Malaquias
Encerramos nossos estudos cronológicos do Velho Testamento com o livro de Neemias e a reconstrução das muralhas de Jerusalém. Os eventos seguintes a Neemias 13:7 têm lugar em algum momento depois de 433 a.C. O único livro do Velho Testamento depois de Neemias que se refere a cronologia, é Malaquias. Você facilmente notará que os problemas pronunciados por Neemias 13:10-31 são os mesmos com que Malaquias se ocupa.
Malaquias foi escrito certa de 30 anos depois do momento com que lida no fechamento de Neemias, provavelmente por volta de 397 a.C. Desse momento até a vinda do Messias, Deus não falou por nenhum profeta. Ele, entretanto, sustentou sobrenaturalmente a nação de Judá e, em particular, a casa de Davi através da qual Cristo deveria vir. O Império Persa tombou para o Império Grego que, em seguida, caiu para o Império Romano, que estava no poder na época do nascimento de Jesus Cristo. Em tudo isso, vemos a mão todo-poderosa de Deus levantando e derrubando reis. Ele moveu-se soberanamente mesmo sobre os corações dos imperadores de Roma até a plenitude do momento em que a semente prometida deveria nascer em Belém, exatamente como Deus propôs e prometeu.
Não pensemos nesses acontecimentos como meros eventos do acaso, que Deus previu e predisse, mas, antes, como a revelação do plano eterno de Deus. A partir da promessa de Deus para Adão e Eva em Gênesis 3:15, até a promessa para Noé em Gênesis 6:18 e a promessa para Abrão em Gênesis 17:19, que prossegue ao longo da nação de Israel, são todas uma só promessa. Desde a salvação de Noé do dilúvio, a salvação de Sarai de um rei do deserto, a salvação de Israel do Egito e a salvação do Descendente Real de Atalia, até a salvação de Jesus Cristo das mãos de Herodes, o Grande, tudo é pela providência divina. Tudo isso deveria ser trazido para a realização da Semente Prometida (Gálatas 3:18), que veio para morrer sobre a cruz e levantar-se  novamente, que Ele deveria entregar o reino para Deus (I Coríntios 15:19-24).
CRONOLOGIA DO VELHO TESTAMENTO
As tabelas a seguir iniciam-se com a criação dos céus e da terra e de todas as coisas neles, e estendem-se ao longo do Velho Testamento. Estas não são de maneira nenhuma exaustivas mas, antes, foram construídas para o propósito de auxiliar o estudante leigo da Bíblia a se deslocar através dos maiores eventos da Bíblia com uma perspectiva cronológica.
UMA PALAVRA SOBRE A DATAÇÃO a.C.
É prontamente constatado e confessado tanto pelo historiador competente quando pelo estudante honesto da Bíblia, que a datação a. C. não é uma tarefa fácil. Isso pode ser percebido simplesmente por comparar a datação a. C. em um boa Bíblia de referência para a mesma datação em outra; e quanto mais material pesquisamos, mais aparente se torna essa dificuldade.
Essa afirmação da realidade não deixa dúvidas em nenhum sábio em relação aos cálculos de tempo na Bíblia. Eles devem ser considerados absolutamente corretos. Por exemplo, quando a Bíblia diz que Adão viveu cento e trinta anos e nasceu Sete, é precisamente isso o que significa, e a exatidão total pode ser requerida por tais registros.
O problema vem com a datação anterior à história presente através de várias sociedades com diferentes métodos de datação. A prática mais comum era registrar os reinados dos reis. Isso foi verdadeiro para as nações assíria, babilônica e persa, assim como para as nações hebraica, de Israel e Judá. Esta é a razão de que, quando investiga através dos livros das Crônicas dos reis na Bíblia, você encontra os registros paralelos que não serão iguais na soma dos anos. A razão para isso é tripla. Primeiro, eles usaram diferentes sistemas de contabilidade dos anos reinados. Deste modo, se eles não usassem um sistema de ascensão de anos para o próximo, que é o período do começo de seu reino até o início do ano físico, ele poderia começar seu segundo ano de reinado em apenas um mês ou logo depois que começou a reinar. Por exemplo, se o ano começou em abril e ele principiou a reinar em março, nesse sistema, seu segundo ano começou em 1 de abril, somente dias depois de seu reino começar. No sistema de ascensão de anos, o tempo precedente ao primeiro mês do ano físico não é contado como um ano e seu primeiro ano de reinado começa com o primeiro mês do ano físico. Em segundo lugar, Israel e Judá foram, de Jeroboão até Hazeel, duas nações diferentes, usando meses diferentes para iniciar seu ano e, na maior parte do tempo, não utilizando o mesmo sistema de ano reinado. Com essas duas variações combinadas, você pode ver como um rei sobre o trono por dois meses poderia estar no segundo ano de reinado, enquanto o rei atual em outra nação, que reina há dez meses, ainda não iniciou seu primeiro ano de reinado. Assim, ainda que o tempo fosse o mesmo, os registros cronológicos poderiam diferir. Em terceiro lugar, para complicar mais isso, tanto Israel quanto Judá mudaram o sistema que usavam durante as vidas de suas nações. De fato, uma delas mudou duas vezes, ou assim parece.
Essas complicações e talvez outras explicam a razão para a diferença nas opiniões sobre a datação a.C. e nos mostram que o dogmatismo, nesta área, exibe ignorância dos fatos. Por outro lado, quando vamos diante da criação de Adão com nosso método de datação, temos uma pontualidade completa, já que está inspirado no registro da Bíblia. Isso, entretanto, ainda nos deixa uma relação estreita com a datação a. C. dos eventos do Velho Testamento, já que temos somente uma ligação aproximada entre as cronologias do Velho Testamento e a datação a. C., que ao retroceder encontra uma história secular confiável em datar apenas de volta a, aproximadamente, a era Assíria.
Entretanto, sendo flexíveis com os anos no sistema de datação a.C., sinto que essa cronologia pode ser muito útil para você obter uma perspectiva ordenada da seqüência de eventos no Velho Testamento. É nessa expectativa que entrego a tabela a seguir. Acredito que utilizei a informação temporal disponível mais convincente e compreensível e que a margem de erro será insignificante.
ORDEM CRONOLÓGICA DOS EVENTOS
BÁSICOS DO VELHO TESTAMENTO
Evento
Referência Bíblica
Data
Criação de todas as coisas                                   
Gn. 1:31-2:4; Êxodo 20:8-11          
3892 a.C.
Morte de Adão                                                    
Gn. 5:5                                           
2962 a.C.
Nascimento de Noé                                             
Gn. 5:28-29                                   
2836 a.C.
Dilúvio                                                                
Gn. 6 e 7                                        
2236 a.C.
Arca ! saída 1 ano e 10 dias depois do dilúvio      
Gn. 7:11-13; 8:14-18                
2235 a.C.
Nascimento de Abraão                                       
Gn. 11:10-26                                 
1944 a.C.
Morte de Noé                                                      
Gn. 9:28, 29                                   
1886 a.C.
Abrão parte de Harã                                            
Gn. 12:1-4                                       
1874 a.C.
Nascimento de Isaque
Gn. 21:5                                        
1849 a.C.
Nascimento de Jacó                                             
Gn. 25:26                                      
1789 a.C.
Jacó vai para o Egito                                            
Gn. 47:9                                        
1659 a.C.
Nota: O período de tempo do início da peregrinação de Abrão (Gn. 12:1) até a entrada de Jacó no Egito (Gn. 46:26-27) é de 215 anos. O tempo de Israel na escravidão egípcia é de 215 anos, perfazendo o total de 430 anos. Compare Êxodo 12:40-41 a Gálatas 3:16-17.
Êxodo de Israel do Egito
Êxodo 13:17-22
1444 a.C.
Morte de Moisés
Dt. 34:1-12
1404 a.C.
Israel entra na terra prometida com Josué
Js. 3:1-17
1404 a.C.
Morte de Josué e começo do período dos juízes

Js. 24:29

1382 a.C.
O primeiro juiz, Otniel
Juízes 3:9
1361 a.C.

O período dos juízes estende-se da morte de Josué à unção de Saul e cobre cerca de 332 anos.

Saul ungiu o primeiro rei de Israel
I Samuel 10:1
1050 a.C.
A rejeição de Saul proclamada
I Samuel 15:22-23
1034 a.C.
Davi ungido por Samuel
I Samuel 16:12-13
1018 a.C.
Saul é morto, Davi reina sobre Judá
II Samuel 2:5-11
1011 a.C.
Davi começa a reinar sobre Israel
II Samuel 5:1-5
1004 a.C.
Salomão começa a reinar
I Rs. 2:1-12
971 a.C.

Salomão morreu em 931 a.C. e o reino foi dividido em Israel (o Reino do Norte) e Judá (o Reino do Sul). A seguir, cronologia de Reis, Profetas e eventos principais pertencentes a seus respectivos reinos.

Nota: O asterisco * significa Reis participando em reinos concomitantes.

Referência Bíblica
Reis no Judá
Reis no Israel
Data
I Reis 11:43
Roboão

931 a.C.




I Reis 11:28

Jeroboão
931 a.C.




I Reis 14:31
Abias

913 a.C.
I Reis 15:8-24
*Asa

911 a.C.
I Reis 15:25

Nadabe
910 a.C.
I Reis 15:16-22

Baasa
909 a.C.




I Reis 16:6

Elá
886 a.C.
I Reis 16:15

Zinri
885 a.C.


*Tibni
885 a.C.
I Reis 16:16

Onri
885 a.C.
I Reis 16:29

Acabe
884 a.C.




I Reis 15:24
*Jeosafá

873 a.C.
II Reis 8:16
*Jeorão

853 a.C.
I Reis 22:51

Acazias
853 a.C.
II Reis 1:17

Joroão
852 a.C.




II Reis 8:25
Acazias

841 a.C.
II Reis 11:1
Atalia

841 a.C.
II Reis 10:36

Jeú
841 a.C.




II Reis 11:21
Jeoás

835 a.C.




II Reis 10:35

Jeoacaz
814 a.C.




II Reis 13:10

*Jeoás
798 a.C.




II Reis 14:1
*Amazias

796 a.C.
II Reis 14:23
*Uzias
* Jeroboão II
793 a.C.




II Reis 15:5
*Jotã

750 a.C.
II Reis 15:8

Zacarias
753 a.C.




II Reis 15:38
*Acaz

735 a.C.

Data
Profetas em Judá
Profetas em Israel
Principais Eventos na História Contemporânea
931 a.C.


Sisaque, rei do Egito, saqueou Jerusalém (I Reis 14:25-26)




931 a.C.


Jeroboão corrompe a religião de Moisés, funda um relicário em Dã e Betel (I Reis 12:26-29)




913 a.C.


O reino Aramean de Damasco (Síria) expande-se.
911 a.C.



910 a.C.



909 a.C.


Ben-Hadade I de Damasco (Síria) faz aliança com Asa; Baasa resiste (I Rei 15:16-22)




886 a.C.



885 a.C.



885 a.C.



885 a.C.



884 a.C.

Elias
Ben-Hadade I (Síria) conduz três campanhas mal sucedidas contra Acabe




873 a.C.


Assíria levanta-se sob Asurbanipal II (883-859 a.C.)
853 a.C.


Salmaneser III da Assíria registra vitórias sucessivas contra Síria (854-849 a.C.)




853 a.C.



852 a.C.

Eliseu
Samaria é sitiada por Ben-Hadade I da Síra (II Reis 6:24-25)




841 a.C.



841 a.C.



841 a.C.


Jeú submete-se ao rei Assírio invasor, Salmaneser III (841 a.C.)




835 a.C.


Jeoás paga tributo a Hazel, rei da Síria, com os tesouros do Templo (II Reis 12:17-18)




814 a.C.


Jeoacaz é derrotado pelo rei Sírio, Ben-Hadade II (II Reis 13:3)




798 a.C.


Jeoás tem três vitórias sucessivas sobre o exército Sírio (II Reis 13:17)




796 a.C.


O Império Assírio começa a declinar
793 a.C.

Amós
Jeroboão salva o Reino do Norte da opressão síria (II Reis 13:4; 14:26-27)




750 a.C.



753 a.C.


Tiglath Pileser III da Assíria conquista a Síria e a Palestina (745-727 a.C.)




735 a.C.
Isaías

Acaz obtém ajuda de Tiglath Pileser III para libertar Judá da Síria invasora; esse ato inicia o período de tributos pagos para a Assíria.

Referencia Bíblica
Reis no Judá
Reis no Israel
Data
II Reis 15:13

Salum
752 a.C.
II Reis 15:17

*Menaém
752 a.C.
II Reis 15:23

*Pecaías
742 a.C.
II Reis 15:27

*Peca
740 a.C.




II Reis 17:1

Hoséias
732 a.C.
II Reis 18:9


722 a.C.
II Reis 18:1
*Ezequias

715 a.C.
II Reis 21:1
*Manasses

686 a.C.
II Reis 21:18
Amon

642 a.C.
II Reis 22:1
Josias

640 a.C.
II Reis 23:31
Joacaz

609 a.C.

(Salum)


II Reis 23:34
Jeoiaquim

609 a.C.

(Eliaquim)


II Reis 24:8
Joaquim

597 a.C.

(Conias)


II Reis 24:18
Zedequias

597 a.C.

(Matanias)


II Reis 25:1-21


586 a.C.
Daniel 5:31


539 a.C.
II Crônicas 36:22-23


538 a.C.
Esdras 1:2-3



Esdras 6:3


536 a.C.
Ageu 1:1-15


520 a.C.



516 a.C.



476 a.C.
Neemias 2:1-10


445 a.C.
Malaquias 1:8


?400 a.C.


Data
Profeta em Judá
Profeta em Israel
Eventos Principais na História Contemporânea
752 a.C.



752 a.C.

Oséias

742 a.C.
Miquéias

A Síria captura Trans-Jordania e Galilea (742-740 a.C.)
740 a.C.


Damasco (Síria) cai a Salmaneser V o rei da Assíria (732 a.C.)
732 a.C.



722 a.C.


Sargom II o rei Assírio toma Samaria




*******
**************
**************
O FIM DO REINO DO NORTE
715 a.C.



686 a.C.


Manassés é tomado cativo por Esar-Hadom  o rei Assírio, solto depois (II Crônicas  33.11)
642 a.C.


Esar-Hadom toma Egito. Influência Assíria aumenta (681-669 a.C.)
640 a.C.
Naum, Sofonias, Jeremias


609 a.C.
Jeremias

Período de influência egípcia com Faraó Neco (II Reis 23.33)
609 a.C.
Jeremias

Judá sob tributo de Faraó Neco (II Reis 23.35)
597 a.C.
Jeremias

Período de influência neo-Babilônia ! batalha de Carquemis (605 a.C.)
597 a.C.
Jeremias, Ezequias, Daniel


586 a.C.


Nabocodonosor toma Jerusalém
*******
**************
**************
O FIM DO REINO DO SUL
539 a.C.


Dario o general medo-pérsia toma Babilônia. O colapso do império Babilônia
538 a.C.


O edito de Ciro, o medo-pérsia, acerca da restauração dos judeus
536 a.C.


O retorno do remanescente e a reconstrução do Templo
520 a.C.
Ageu

A reconstrução do Templo retomada
516 a.C.
Zacarias

O Templo terminado
476 a.C.


O livro de Ester
445 a.C.


Neemias retorna para reerguer os muros
400 a.C.
Malaquias

Jerusalém com governo pérsio
MAIS DO
QUE 400 ANOS
SILENCIOSOS
ATÉ O NASCIMENTO DE CRISTO


















































Nenhum comentário:

Postar um comentário